Cada bairro possui um ponto fixo de entrega dos materiais. População deve voluntariamente levar seu material até o local da coleta/Texto de Marina Bendhack com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira
Neste mês de maio, a secretaria de Meio Ambiente de Irati implantou a coleta itinerante de vidros e promoveu mudanças no cronograma de recolhimento do material verde. Em entrevista à Najuá, a secretária responsável pela pasta, Jaqueline Caetano, falou sobre as mudanças nesses tipos de coleta e esclareceu dúvidas sobre o destino de materiais como pilhas, lâmpadas e tecidos.
A secretária disse que o objetivo da coleta do vidro é dar uma destinação correta para esse tipo de resíduo. “Essa coleta itinerante é bem importante, justamente para a gente conseguir separar alguns materiais que indevidamente vão parar no centro de triagem e ocasionam muitos problemas para o pessoal que trabalha lá. Muitas vezes, eles chegam até a se cortar por cima do próprio EPI [Equipamento de Proteção Individual]. Então, é importante a gente frisar isso, porque é importante para os trabalhadores, principalmente, e a gente conseguir dar a destinação correta para esse resíduo. Quando ele vem todo misturado no meio de outros recicláveis, se torna muito mais difícil. E, por muitas vezes, ele chega todo quebrado”, afirma Jaqueline.
Todos os materiais de vidro que não sejam lâmpadas, espelhos, porcelanas ou cerâmicas, frascos de remédios, vidros laminados e para-brisas de automóveis podem ser recolhidos através da coleta itinerante. Exemplos de materiais que podem ser recolhidos são garrafas de vidro, quebradas ou não, vidro temperado (de janelas), pratos e copos de vidro. Os materiais devem estar acondicionados de forma adequada em caixas de papelão para evitar acidentes.
A coleta de vidro é itinerante. Isso quer dizer que ela não é feita de porta em porta, como acontece com os resíduos orgânicos e recicláveis, mas sim em pontos fixos de entrega. A população deve voluntariamente levar seu material até o local da coleta estabelecido para seu bairro correspondente, explica Jaqueline. “A gente começou com o vidro, sabendo que os nossos próximos projetos já são a instalação de pontos de entrega voluntária, onde a pessoa pode estar levando materiais recicláveis normais e também aquela questão dos materiais volumosos, que são móveis quebrados, armários. Então, essa instalação de pontos de entrega é muito importante para a gente conseguir atender. A gente colocou um ponto ali que todos do bairro possam ter acesso, de fácil acesso, justamente até pelo caminhão, onde ele tem que estar estacionado”.
Há pelo menos um ponto de coleta em cada bairro da cidade. Em locais que não foi possível estabelecer um ponto, houve a vinculação com o bairro ao lado, segundo a secretária. “O caminhão da coleta seletiva vai estar estacionado na frente desses locais. Então, cada bairro vai ser atendido por um ponto. Então, ali a gente pode ter alguns exemplos, como no campinho do [bairro] Canisianas, na rodoviária, que são pontos que várias pessoas podem ir, estacionar ao lado e levar seus materiais”.
A coleta de vidros será feita sempre na última ou penúltima semana de cada mês. Jaqueline explicou qual foi o critério estabelecido para determinar os dias de coleta. “A depender da demanda da coleta verde, a gente encaixa a coleta de vidro numa semana que a gente tenha menos material. A gente consegue tirar esse servidor para conseguir estar lá esperando os materiais de vidro. Então, é importante a gente falar sobre isso, porque é a primeira vez que a gente está fazendo e a gente está averiguando que tem alguns bairros que estão vindo alguns resíduos e tem outros que não. Talvez porque ainda a gente não conseguiu fazer essa divulgação mais ampla. Por isso que a gente está aqui hoje, para dar voz para isso”, disse a secretária.
Todo sábado de manhã, os caminhões da coleta de vidro estarão no estacionamento do supermercado G-Center e da Colina Nossa Senhora das Graças para também fazer a coleta, caso os moradores dos bairros não conseguirem levar os objetos durante a semana.
Jaqueline recomenda aos cidadãos acompanharem as redes sociais da secretaria de Meio Ambiente e site da prefeitura, pois o cronograma da coleta de vidros e da coleta verde pode mudar.
O vidro é um material reciclável, ou seja, seu destino é a produção de novos vidros. Há empresas responsáveis por recolher o vidro da cidade no Complexo Gari e realizar o processo de reciclagem.
Coleta Verde
Já a coleta verde é feita de porta em porta. São recolhidos resíduos como galhos de árvore, gramas, matos, entre outros materiais. Antes, a Coleta Verde era feita por agendamento, explica Jaqueline. “Se tornava um pouco complicado, porque tinha muitos agendamentos de vários setores da cidade. Era no [bairro-Engenheiro] Gutierrez e tinha nas Canisianas. Então, eram endereços muito distantes, o que não favorecia para a logística, consequentemente, na demora de atendimento desse agendamento. Por quê? Esperava-se juntar um número de pedidos para conseguir fazer uma coleta num bairro. Então, a melhor forma que a gente fez, acabamos com os agendamentos e essa, sim, a gente consegue fazer porta a porta. Cada setor é uma semana”.
Os setores da coleta verde são separados por cor e cada bairro será atendido uma vez na semana, com exceção do centro, Rio Bonito e Vila São João, que são bairros com maior demanda, e por isso, receberão a coleta a cada 15 dias. “Vai ter coleta, sim. Vamos continuar com a coleta porta a porta, fazendo aquela varredura no bairro inteiro e coletando tudo que tem para fora. E também conseguindo atender os bairros de maior demanda com duas vezes no mês”, salienta a secretária.
Porém, a orientação é dar prioridade para o reaproveitamento do material em casa. “Primeiro, pela nossa política nacional de resíduos sólidos, a gente tem uma ordem de prioridade, que é, primeiro, a não geração. ‘Ah, mas você não consegue [não] gerar’, então vamos tentar reutilizar. Então, tem muitos materiais, por exemplo, grama cortada, que a gente pode tentar implementar aí na casa de cada um o sistema de compostagem. É um resíduo a menos que a prefeitura precisa passar para coletar.”
O caminhão de lixo orgânico não coleta material verde, conforme Jaqueline. “Realmente, o caminhão do orgânico serve para mandar materiais lá para o aterro sanitário. E esse material de coleta verde serve para fazer compostagem, que já é um dos nossos projetos de fazer a unidade de compostagem ali também, no Complexo Gari. É algo bem simples para se construir. Então, já está em fase de planejamento para a gente conseguir utilizar esse material”, indica a secretária.
Jaqueline comenta que há a intenção de aprimorar o destino dado ao material da coleta verde pela prefeitura, para além da compostagem, que já é realizada. “A gente tem lá um espaço já, que é justamente no mesmo local onde estamos fazendo a compostagem, só que a gente precisa fazer adequação naquele espaço. Que é justamente fazer o piso com contenção e também com caixas de chorume e procedimentar para onde vai o material depois de tratado”.
A Secretaria de Meio Ambiente também realiza parcerias com os agricultores, que podem utilizar os materiais verdes como adubo. “Um adubo excelente que pode ser utilizado até mesmo nas nossas praças e espaços públicos. Porque nós temos bastante espaço. Então, a ideia também é essa, só que o material que gera é bastante. Então, a gente precisa de parcerias. Hoje, a gente pensa na compostagem, mas ele pode ter outra destinação, por exemplo, agregando no cavaco e sendo utilizado em caldeiras. A gente tem algumas empresas aqui no município, algumas indústrias que trabalham com isso, com esse material”.
Coleta de recicláveis e orgânicos
O cronograma das coletas de materiais recicláveis e orgânicos continua o mesmo. O recolhimento do material orgânico continua sendo a partir das 6h da manhã nos bairros e a partir das 16h no centro, todos os dias.
A educação ambiental é determinante para que os programas da Secretaria funcionem no município, ressalta Jaqueline. “Nenhum dos projetos da prefeitura vão funcionar se a gente não tiver o apoio da população. Principalmente isso, todos os nossos projetos vão para frente, a gente consegue aumentar a renda do pessoal que trabalha lá com o reciclado, e a gente precisa colocar isso em prática dentro de casa de cada um. Separe seus resíduos, olhe para eles não como um lixo, mas como algo que tem valor. Existem muitas pessoas no município que precisam desse material para sobreviver. Então, não é pela prefeitura, não é pela Jaqueline, mas é principalmente pelas futuras gerações. A gente faz isso para quem vai vir e quem vai ficar nesse planeta depois de nós”.
No interior há um cronograma de coleta de material reciclável que já é feito há um tempo. O projeto da Secretaria de Meio Ambiente é colocar pontos de entrega. Porém, isso ainda depende de um planejamento, conforme a secretária. “É feito, só que é feito em localidades bem pontuais, localidades maiores e uma vez no mês. Inclusive, sobre esse assunto, foi comentado muito na Câmara Municipal. É um contato que eu já tive bastante com a vereadora Silvana [Rzepka], a gente contou para ela toda a nossa ideia do que a gente precisa fazer e a gente principalmente, com esse cronograma do interior, eu até comento, a gente precisa estabelecer qual será o nosso impacto orçamentário”, afirma Jaqueline. No cronograma atual, cada localidade é atendida em uma sexta feira do mês. Há uma demanda para aumentar a coleta para duas vezes ao mês.
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Eletroeletrônicos
Os eletroeletrônicos podem ser descartados gratuitamente em pontos de entrega voluntária, em qualquer dia da semana. Os pontos de entrega são: Unicentro, Colégio São Vicente, Instituto Federal do Paraná (IFPR) e a própria Secretaria do Meio Ambiente. “O reciclado a gente paga a coleta, o orgânico a gente paga pelo transbordo, mas o eletroeletrônico a gente não paga, justamente pela parceria que nós temos com a empresa coletora. Ela entra com toda a parte da logística, de ver, até ir coletar esse material, e ele acaba levando gratuito, justamente para conseguir fazer todo o reaproveitamento do que tem dentro.” As pilhas e baterias podem ser descartadas nesses mesmos pontos.
Tecidos têxteis
O tecido, em pouca quantidade, é reciclado. “Então é importante frisar aqui, a nossa lei municipal fala que o grande gerador é responsável por destinar seus resíduos. E aí a gente tem que ver o caso dela. Se ela é uma pequena geradora, esse material pode sim ser coletado pelo reciclador. É um projeto nosso tentar separar já essas roupas e esses materiais para a gente fazer a parceria envio para reciclagem, só que todas as empresas que nós entramos em contato até hoje não atendem na nossa região. A logística não favorece”, analisa a secretária.
Lâmpadas
As lâmpadas seguem o esquema de logística reversa, explica Jaqueline. “Onde você comprou, obrigatoriamente o estabelecimento tem que receber novamente, tem que receber de volta esse material. Então, temos alguns pontos aqui na cidade, hoje, que é nas lojas Thoms e no Patczyk, que tem um convênio firmado com uma empresa da logística reversa, que é Reciclus, que sempre vai lá e recolhe esse material. Então, por mais que você não tenha comprado lá, você pode levar até esses locais, porque eles têm um plano de logística reversa aprovado lá pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado”.
O contato da Secretaria do Meio Ambiente de Irati é o telefone e WhatsApp 9-9126-7436. Já o e-mail é meioambiente@irati.pr.gov.br.