Evento reuniu cerca de 5 mil pessoas no CT na noite desta sexta-feira Santa, 18 de abril/Paulo Sava
Uma mistura de fé e emoção marcou quem foi ao CT Willy Laars, em Irati, para acompanhar a 27ª edição do Teatro da Paixão de Cristo na noite desta sexta-feira, 18. Segundo a organização, aproximadamente 5 mil pessoas contemplaram a encenação, realizada na pista de laço Nei Cabral.
A apresentação começou com uma história ligada à atualidade e uma canção interpretada por um grupo de cantores liderado pelo músico e professor de música Sandro Volski.
Nos bastidores, antes da apresentação, o clima era de alegria e, ao mesmo tempo, de apreensão. Leonilto Simeonato, que atuou como Jesus, falou sobre a emoção de participar da apresentação. “A cada ano é uma sensação diferente, chega nessa hora e dá aquele frio na barriga, é especial, maravilhoso. Estes dias, no próprio ensaio, a hora que eu estava junto com as crianças no sermão da montanha, eu até me emocionei e perguntei pra Deus por que ele me escolheu para fazer uma coisa tão maravilhosa. É um sentimento que eu não tenho como contar para vocês o que eu sinto naquela hora, é um presente que Deus me deu fazer este trabalho”, frisou.
A professora Flávia Elis Kublinski fez a versão feminina do demônio pelo 2º ano consecutivo. Antes da apresentação, ela conversou com nossa equipe sobre a ansiedade de entrar em cena. “Eu fico um pouquinho nervosa, o meu acho que é o 5º ano e o 2º como demônio, e estou bem ansiosa. É muito bom, é bem gratificante participar, inclusive a gente sente falta depois dos ensaios, passa o teatro e sentimos falta dos encontros, é como se estivéssemos em família mesmo”, comentou.
A vice-prefeita de Irati, Larissa Mazepa, acredita que participar do Teatro da Paixão é uma dádiva de Deus. Ela contou que o filho Arthur é um dos motivos dela fazer parte da encenação. “Estar participando pela 10ª vez do Teatro da Paixão, apesar de eu ser povo, é uma alegria imensa. Este menino aqui (Arthur) é o motivo pelo qual eu estive aqui todos estes anos. Eu amamentei no Teatro da Paixão, o Arthur cresceu no Teatro da Paixão, e nós estamos aqui revivendo mais uma vez a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Que todos nós possamos, cada vez mais, ressuscitar este Jesus nos nossos corações”, declarou.
O pequeno Arthur diz que participar do Teatro da paixão traz uma conexão grande com Deus. “É muito bom participar, traz uma conexão gigante com Deus. Eu adoro o Teatro, o grupo aqui é maravilhoso, sempre tratou todas as pessoas muito bem, com muito carinho, é muito bom. Recomendo muito participar e assistir, porque é um espetáculo maravilhoso”, comentou.
Emoção dos atores
Depois da apresentação, nossa reportagem conversou com o coordenador de palco do Teatro, Verci Kaminski, que interpretou Caifás. Ele destacou que, mais uma vez, a encenação foi emocionante. “É de arrepiar, e fazer o papel de Caifás, de suma responsabilidade, é muito forte a cena. Eu estou há mais de 20 anos no Teatro, somos uma turma de atores que está se renovando, pois não somos eternos. Estamos ensinando e aprendendo com o pessoal mais novo, que vem com ideias novas”, destacou.
Silvana Kuller interpretou Nossa Senhora no Teatro pela primeira vez. Ela comentou sobre a emoção de ter sido escolhida para o papel. “Foi muito importante, a gente entra em cena e sente o papel de mãe, como é doído ter um filho nos braços, crucificado e morto pelos nossos pecados. Foi uma cena muito emocionante, em todos os ensaios eu chorava muito e hoje foi muito maravilhoso. Obrigado Senhor por poder participar e fazer com que todo mundo se emocione junto com a gente. Eu já faço parte do teatro há alguns anos, o Kinho me escolheu para este papel, eu achei que não ia dar, mas foi muito bom”, comentou.
O prefeito de Irati, Emiliano Gomes, acompanhou a apresentação desde o início até o final na arena do CT Willy Laars e elogiou todo o trabalho do Grupo de Teatro São Francisco de Assis. “Foi extremamente emocionante, do começo ao fim foi uma apresentação que toca a todos nós. Foi um momento extremamente significativo de união, de fé e devoção, que aproxima as famílias. Termos a oportunidade de, não só aqui no CT, mas através das redes sociais e todos que acompanharam o teatro da Paixão de Cristo puderam se conectar com este momento, e isto é muito importante. Podermos dar oportunidade para um grupo deste, que vem atuando há tanto tempo, agora em sua 27ª edição, cada vez mais nos proporciona pensar em algo maior do que aquilo que é realmente apenas o simples. Precisamos pensar além, e pensar no Cristo é pensar além, é pensar no amor, na união, na fé, na confraternização, neste momento importante que pede, em meio a tantas diferenças que vivemos, pede por isto, e este momento pode, de fato, apresentar muitas emoções”, afirmou Emiliano.
Necessidade de ampliação das arquibancadas do CT
O prefeito manifestou também a intenção de ampliar as arquibancadas do espaço coberto para abrigar todo o público que vai assistir à apresentação no próximo ano. “Este é um espaço bom para que tudo isto aconteça, e eu acredito que o público neste momento superou. Isto nos faz pensar que precisamos fazer algumas adequações, como por exemplo aumentar as arquibancadas, o banheiro principal já está funcionando. Conversamos rapidamente com o Vanderlei sobre a possibilidade até de estender os cenários um pouco mais para o outro lado, para oportunizar às pessoas assistirem. Agora temos como objetivo fazer um balanço de como foi, das dificuldades que as pessoas tiveram de acesso e, ao mesmo tempo, pensar nas melhorias futuras, não só para o teatro, mas também para todas as apresentações que possam acontecer no CT”, frisou.
Vanderlei Kava, presidente do Grupo de Teatro São Francisco de Assis, afirmou que duas palavras representam todo o trabalho realizado pelo grupo: gratidão e superação. “São duas palavras que devem existir no coração de todos nós. Agradecemos imensamente, nesta emoção, a todos os integrantes, mais de 350 voluntários. Para nós, é uma alegria e uma emoção e que vivamos realmente o ensinamento do mestre Cristo: que sejamos realmente portadores desta paz e deste bem. É a maior história da humanidade, não tem outro, é Jesus Cristo a maior história de amor da humanidade”, celebrou.
O diretor do Teatro, Célio Marcos de Oliveira (Kinho), ficou extremamente emocionado ao final da apresentação. “Vamos ficando velhos e emotivos, e neste ano foi uma coisa maravilhosa, Deus a cada ano vai transformando as pessoas e dando ideias. A gente olha para o trabalho hoje e para o nosso pessoal e pensa que não dá para acreditar que fizemos isto. Só tenho a agradecer a todo o povo que veio aqui e prestigiou. Muita gente não conseguiu chegar aqui porque o trânsito estava difícil. Um amigo meu disse que levou 40 minutos para chegar aqui e um bom tanto de pessoas desistiu e nem veio. A participação do público é um reconhecimento do nosso trabalho, as pessoas estavam aí do começo ao final, não foram embora. Isto nos deixa satisfeitos e com aquela sensação de dever cumprido, que o objetivo do trabalho foi alcançado”, comemorou.
Os trabalhos de planejamento e organização para o teatro de 2026 começam imediatamente, segundo Kinho. “O Teatro se tornou gigante. Quando fazíamos no pátio da Capela São Francisco, era uma coisa programada em um mês de ensaio; de repente, foi para o Estádio Municipal e cresceu mais um pouco; a alavancada, vindo aqui para o CT, transformou em um megaevento. Foi uma coisa assim que superou até as nossas expectativas”, finalizou.
