Vereador foi um dos três reeleitos em Irati. Em entrevista, ele falou sobre planos para o próximo mandato, candidatura para Mesa Diretora e avaliou as eleições deste ano
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Hélio de Mello foi presidente da Câmara no biênio 2017-2018. Foto: Câmara Municipal |
O vereador Hélio de Mello (PV) foi reeleito para o seu sexto mandato consecutivo na Câmara de Irati. Com 918 votos, ele foi o terceiro mais votado neste ano e é apenas um dos três parlamentares que conseguiram ser reeleitos.
Em entrevista à Najuá, Hélio contou que já iniciaram as conversas para a escolha da Mesa Diretora no próximo ano. O vereador já foi presidente da Mesa Diretora da Câmara no biênio 2017-2018 e pretende concorrer ao posto mais uma vez. “Para compor a Mesa da Câmara é preciso de quatro partidos. Atualmente temos cinco partidos que compõem a Câmara. O PV deverá fazer parte da mesa. Nunca me furtei e me omiti aos trabalhos que competem o Legislativo. Quando estive de presidente procurei defender a Casa, procurei auxiliar o Executivo também e entendo que o meu nome também poderá estar à disposição dos novos colegas, dos novos pares, para se possível, puder estar à frente do Legislativo”, disse.
Ele ainda destacou que sua reeleição é resultado da confiança em seu trabalho. “Se você verificar as últimas eleições ou desde a primeira até a quinta eleição, eu mantenho uma média de 928 votos. Então, 918 votos foi a média de votos que pude obter nesse pleito, através do apoio das famílias, das comunidades do interior, dos bairros do nosso município, das empresas locais”, explicou.
O Partido Verde (PV), do qual pertence, elegeu três vereadores. Além de Hélio, foram eleitos Nei Cabral e Ailton Laroca. “O resultado do partido é o resultado realizado através do trabalho em grupo. O trabalho feito principalmente pelo diretório e pelo presidente do partido Dagoberto Waydzik e demais membros, para poder agregar e poder somar com pessoas que tem um trabalho dentro da comunidade, com pessoas que vivem no dia a dia”, afirma.
Sobre a renovação, o vereador chamou a atenção que em 2016 também ocorreu uma situação semelhante, sendo que apenas ele, Nei Cabral e Wilson Karas (PSDB) conseguiram se reeleger. O fato aconteceu novamente em 2020. “Os 70% de renovação é a mesma renovação que teve em 2016. Eu entendo que é o desejo da população. Assim como eu preguei em toda a minha campanha, deve ser respeitado, nós vivemos em um País democrático, a liberdade de escolha das pessoas, liberdade de expressão, através do voto, para escolher seus representantes”, disse.
Para Hélio de Mello, o destaque nesta eleição é a participação do interior no legislativo iratiense. Ele relata que a maior parte de seus votos vem do interior e muitos colegas da próxima legislatura também vem de comunidades do interior. “Nesta próxima legislatura podemos perceber que temos praticamente 60% da Câmara de representantes do interior do nosso município. Nós temos o Airton Laroca que mora no Pinho, nós temos o Wilson Karas de Gonçalves Júnior, nós temos o Nei Cabral da região do Guamirim, nós temos o Nego Jacumasso que é da região da Campina de Gonçalves Júnior, nós temos o Cesão Jacumasso, uma vez era da região de Água Clara, Taquari, e o Hélio de Melo que é do Rio do Couro”, disse.
Próximo ano
Segundo ele, seus planos para o próximo mandato é continuar colaborando com a administração municipal para que as ações sejam realizadas, especialmente em uma época de pós-pandemia. “Precisará haver contenção de gastos, um cuidado muito maior com aplicação do dinheiro público para que possamos atender nossa comunidade, para que não falte dinheiro na saúde, para que não falte dinheiro na segurança, também não falte dinheiro na educação”, explica.
Enquanto isso, ele conta que a Câmara espera projetos que ainda deverão ser discutidos neste ano. “Temos projetos para chegar ainda, mas como temos algumas sessões para concluir o ano na Câmara Municipal, há prazos ainda para que o Executivo possa enviar diversos outros projetos. Inclusive se necessário for, para que a casa seja convocada para as sessões extraordinárias”, disse.
Educação
Como também é professor, o vereador tem acompanhado o dia a dia da educação, especialmente com os estudantes do interior. Ele relata que eles continuam com atividades on-line, mas há ainda dificuldade. “Aqueles que não conseguem ter [aulas] pela internet, encaminhamos de forma de papel, de forma impressa para que possa realizar. Dentro do que temos no momento é o que nós acreditamos que possa acontecer e não percamos o ano letivo”, relata.
Mesmo assim, ele reconhece que há dificuldade até mesmo para quem tem acesso. “Grande maioria dos alunos tem até usado o do vizinho, o do vô ou da vó. É uma internet colocada através de via rádio e alguns poucos através de via satélite, que é mais lenta, funciona mais devagar e é mais cara. Tudo depende da posição geográfica que está localizada a família, onde a família mora na comunidade. Por exemplo, onde eu moro só funciona via satélite, através de outro tipo de internet não tem como funcionar”, explicou.
Por isso, há a solicitação de aumento no número de instalação de torres no interior de Irati, para que o acesso seja mais fácil. “Temos só em Gonçalves Júnior, lá no Itapará e um no Guamirim e não temos mais torre no nosso interior. Devido ao relevo, que é um relevo bem quebrado, que dá muita oscilação, há grande dificuldade para que os nossos alunos possam acessar”, disse.
Além do acesso, outra questão que tem preocupado é o Processo Seletivo Simplificado (PSS), que será realizado pelo Governo do Estado. Para o vereador, realizar uma prova presencial numa pandemia pode ser arriscado já que haverá aglomeração. Ele explica que uma solução é prorrogar os contratos temporários para que as aulas continuem. “A sugestão que já coloquei, fazermos um documento pela Câmara Municipal, encaminhando a manifestação para que sejam prorrogados os contratos com os professores que trabalharam nesse ano. Eles já conhecem seus alunos, sabem a dificuldade de cada um, quem conseguiu realizar nesse estado, quem não conseguiu realizar atividade, os professores ficam 24 horas atendendo o aluno”, contou.
Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub