Fogo destruiu telhado, esteira e grande parte dos materiais que seriam separados pelas 20 famílias que trabalhavam no local. Ninguém ficou ferido/Paulo Sava
Um incêndio destruiu parte de um barracão de reciclagem no Complexo de Gestão Ambiental de Resíduos de Irati (GARI) na tarde desta segunda-feira, 09, por volta das 17 horas.
De acordo com informações apuradas no local pela nossa reportagem, um funcionário da Prefeitura de Irati que trabalhava em um barracão próximo viu o fogo e acionou o Corpo de Bombeiros. Ninguém ficou ferido.
O fogo atingiu parte do telhado e destruiu a parte elétrica do barracão, uma esteira e materiais que seriam separados pelas 20 famílias que trabalhavam no local. Hoje pela manhã, integrantes da Associação Malinowski, que estava instalada no barracão, faziam o trabalho de retirada dos materiais queimados que estavam lá. Não foi possível calcular o prejuízo que o incêndio causou por conta da destruição dos materiais. Havia pelo menos quatro ou cinco cargas de material reciclável no local. O fogo se alastrou rapidamente.
Em entrevista à nossa reportagem, Márcio Blanski, um dos responsáveis pelo barracão, relatou que todo o material ficou destruído. “Foi tudo queimado, não tem o que fazer e nem como calcular o tamanho do prejuízo porque uma esteira dessas é muito cara. O serviço fica bem complicado para nós voltarmos a trabalhar, não sei como vamos fazer agora”, frisou.
Reconstrução do barracão – A secretária de Ecologia e Meio Ambiente, Magda Lozinski, esteve no barracão ontem logo que soube do incêndio e acompanhou o trabalho de rescaldo hoje pela manhã. Ela confirmou que o município fará o possível para auxiliar na reconstrução do local e a retomada dos trabalhos da associação.
“Infelizmente é uma situação muito triste, que não tem explicação, mas que com certeza estaremos fazendo o possível para que consigamos restabelecer o quanto antes as condições de trabalho para a Associação Malinowski. São 20 famílias que sobrevivem da reciclagem, então queremos fazer de tudo o quanto antes para ajudar as pessoas que sobrevivem deste material”, afirmou.
Magda conversou com os bombeiros que atenderam a ocorrência para saber o que causou o incêndio. Porém, eles não souberam informar como o fogo começou. “Eles também não têm explicação e não conseguiram detectar ou determinar a causa do início do incêndio, então não temos como prever, não tem câmeras aqui no local para conseguirmos identificar a verdadeira causa deste incêndio”, comentou.
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Inicialmente, serão feitos reparos na parte elétrica e no telhado do barracão, destruídos pelo incêndio. A esteira utilizada para separação dos materiais também foi danificada e deve ser substituída. Todos estes serviços devem ser feitos com dispensa de licitação, de forma emergencial, segundo a secretária de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo, Jéssica Custódio, que esteve no local hoje pela manhã avaliando os estragos.
“É uma situação triste para os trabalhadores, mas estamos tentando restabelecer a parte da energia elétrica, que foi toda danificada. Estamos com todo o pessoal fazendo o levantamento do cabeamento que precisa ser refeito. Na parte da estrutura do telhado, metade do barracão foi danificada com as telhas estouradas, mas a outra metade eu acredito que também esteja comprometida, então teremos que fazer a troca. Estamos trabalhando com uma situação emergencial porque os trabalhadores precisam restabelecer suas atividades. Estamos fazendo um levantamento de custos de material para comprar, queremos iniciar amanhã o quanto antes esta limpeza e a reestruturação para os trabalhadores daqui”, pontuou.
Custos – Ainda não foi possível calcular uma estimativa de custos para que o município possa reconstruir a parte do barracão afetada pelo fogo. Apesar de haver mais barracões no Complexo, todas as outras estruturas estão ocupadas. Por isso, Jéssica disse que a equipe tem pressa em reconstruir o barracão.
“Nós temos muitas estruturas aqui no complexo, mas o problema é que todas estão cheias, saturadas, e não conseguimos levar eles para outros locais. Temos até um barracão em construção, mas não está pronto. Então, esta logística seria pior e traria mais dificuldades ainda. Queremos reestabelecer o quanto antes este barracão para eles voltarem a trabalhar”, destacou Jéssica.
Luciane Malinowski, responsável pela Associação Malinowski, esteve no local no momento do incêndio. Em entrevista à Najuá, ela disse não tinha noção da dimensão dos danos e temia que o barracão todo tivesse sido comprometido.
“Hoje ainda estou mais conformada, mas ontem, a hora que chegamos, vimos tudo tapado de fumaça e queimando. Quando foi inaugurado tudo, era um sonho, estava tudo perfeito. Ver tudo sendo destruído pelo fogo é uma tristeza grande. Nós sempre lutamos, não é a primeira vez, vamos continuar lutando e, se Deus quiser, logo vai estar tudo perfeito novamente”, comentou.
Cada trabalhador recebe aproximadamente R$ 300 por semana pelo serviço da reciclagem. No entanto, nesta semana, por conta do incidente, eles deixarão de receber este valor, segundo Luciane.
“Nesta semana, eu não sei nem o que pensar, estamos tentando ver uma maneira de trabalhar, mas esta semana está praticamente perdida. Estes R$ 300 poderiam pagar uma luz, água, internet, uma mistura. A Prefeitura nos ajuda com uma cesta básica por mês para cada trabalhador, mas e o gás, a luz, a água, a internet, a prestação de uma loja? Era o dinheiro que eles contavam daqui, são 20 famílias trabalhando e contando com este dinheiro? Se Deus quiser, vamos vencer, mas está complicado”, finalizou.