Via Araucária registra 180 focos de incêndio na BR-277 nos últimos 30 dias

Em entrevista à Najuá, coordenador de Meio Ambiente da concessionária repassou orientações sobre procedimentos a…

07 de setembro de 2024 às 22h20m

Em entrevista à Najuá, coordenador de Meio Ambiente da concessionária repassou orientações sobre procedimentos a adotar diante de queimadas nas rodovias da região/Texto de Edilson Kernicki, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

Incêndio no km 117 da BR-277, em Palmeira, sentido Ponta Grossa. Foto: Concessionária Via Araucária

Em entrevista à Najuá, o engenheiro ambiental Alison Mendonça, coordenador de Meio Ambiente da Via Araucária, concessionária que administra a BR-277 e outras rodovias da região, explicou quais medidas a empresa tem adotado para conter as queimadas e incêndios florestais que vem ocorrendo nas margens das estradas. Além do dano ambiental, a fumaça representa sinal de perigo de acidente nas rodovias, pois compromete a visibilidade dos motoristas.

Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros, em todo o Paraná, foram atendidas 66 ocorrências de incêndio em vegetação nas margens de rodovias federais (BRs) e 64 nas estaduais (PRs), na primeira semana de setembro (1º a 6). Durante todo o mês de agosto (1º a 31), esse número foi de 299 para as rodovias federais e 377 nas estaduais, sem contar os focos de incêndio nas margens de estradas rurais e os que ocorrem em bairros próximos às rodovias.

“Nos últimos 30 dias, temos algo em torno de 180 focos de incêndio ao longo da rodovia [BR-277] e, de maneira geral, causados pelas más condutas das pessoas que circulam pela região”, aponta o coordenador de Meio Ambiente da Via Araucária. De acordo com Mendonça, o fator que tem potencializado as queimadas é o clima: a combinação de altas temperaturas com baixa umidade, que trazem aumento na chance de os focos ocorrerem e se propagarem. “São duas causas naturais, mas a má gestão e comportamentos inadequados, como jogar bitucas de cigarro ou o uso do fogo para a queima de lixo ou para a limpeza de terrenos, é fato que esse fogo se alastra e ocorra com maior recorrência”, prossegue.

Com o perigo de acidentes ocasionado pela baixa visibilidade causada pela fumaça, Mendonça recomenda aos motoristas reduzirem a velocidade; fechar os vidros do veículo, a fim de evitar a inalação de fumaça; buscar um local com visibilidade e só então parar o carro, com segurança, para ligar para a concessionária Via Araucária, se estiver numa das rodovias sob sua concessão – telefone 0800-277-0376. Para outros locais, a opção é ligar para o Corpo de Bombeiros, no 193.

Segundo o funcionário da Via Araucária, os focos de incêndio têm sido registrados em várias cidades com rodovias sob sua concessão. “Os incêndios ocorrem em várias cidades da nossa concessão, mas é normal que os observemos próximos de residências que são muito próximas da nossa faixa de domínio da rodovia. Às vezes, por uma falta de estrutura, ou por um costume, que vem de geração em geração, os locais onde têm essas casas próximas da rodovia são onde observamos. Temos incêndios ocorrendo desde Curitiba até a região de Irati, próximo do Trevo do Relógio, Lapa, Araucária. Todos os nossos municípios têm focos de incêndio ocorrendo nos últimos dias”, aponta.

Ainda que não tenha constatado a morte de animais silvestres em função dos incêndios, a Via Araucária adverte para o dano que eles causam ao habitat desses animais. “Sabemos que essas ações, em biodiversidade, são muito prejudiciais, essas queimadas, pois temos uma redução do habitat desses animais. Alguns conseguem fugir, principalmente os mamíferos, conseguem fugir dessas situações, mas eles acabam ficando sem seu habitat e invadindo, por vezes, espaços que não são seu habitat natural. Muito próximos a essas queimadas, é possível que esses animais tenham buscado refúgio em casas, fazendas, e aí tenham uma interação um pouco negativo com o meio ambiente”, explica Mendonça.

Medidas tomadas pela concessionária: Diante de uma ocorrência de incêndio nas margens de rodovias, a ação imediata da concessionária é deslocar um caminhão-pipa para iniciar o combate ao fogo. Em paralelo, a equipe do Centro de Controle Operacional (CCO) entra em contato com o Corpo de Bombeiros para solicitar apoio no combate ao incêndio.

“O combate a incêndios é uma prática de todas as unidades do Corpo de Bombeiros e eles são especialistas nesse assunto. Nós fazemos o atendimento inicial e usamos algumas ferramentas de combate a incêndio, alguns produtos, também água, e acionamos todos os envolvidos”, diz.

Outra medida adotada, se a fumaça comprometer a visibilidade da pista, é o bloqueio do tráfego e a orientação aos motoristas. “Quando esse incêndio, porventura, puder comprometer a visibilidade em pista, há chance de a rodovia ser paralisada, isso, claro, com uma análise do Centro de Controle Operacional a respeito da visibilidade”, afirma o coordenador de Meio Ambiente da concessionária.

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Denúncias e penalidades: Se o usuário das pistas sob concessão flagrar um incêndio criminoso, pode enviar fotos ou vídeos a respeito para a Via Araucária. O usuário deve ligar para o 0800-277-0376 para receber as orientações sobre como e para onde enviar as provas. “Também os órgãos ambientais, de monitoramento e de polícia também recebem e acolhem esse tipo de denúncia. Polícia, Bombeiros também vão coletar essas informações ou orientar a forma correta de executar essa denúncia”, orienta.

Mendonça alerta que o uso de fogo, de maneira criminosa e intencional, em locais onde não é permitido, é passível de incorrer em crime ambiental, com ações previstas em lei que ocorrem conforme o julgamento – que pode variar de multa a pena de detenção.

Meio ambiente e sustentabilidade: Quanto às ações desenvolvidas pela Via Araucária nas áreas sob concessão da empresa, na área de meio ambiente e sustentabilidade, Mendonça relata que o trabalho envolve uma equipe de seis colaboradores internos e apoio de oito empresas especialistas. “Essa equipe faz todos os controles necessários da temática de meio ambiente e sustentabilidade da empresa, desde o licenciamento ambiental de obras futuras, até o atendimento de animais atropelados e abandonados na rodovia; o devido gerenciamento dos resíduos ao longo da rodovia e, também, campanhas educacionais e contato com as comunidades interessadas”, detalha.

Quando um animal abandonado é localizado numa rodovia sob concessão da Via Araucária, a empresa tenta encontrar seu proprietário/tutor para devolvê-lo, com um termo de compromisso. “Em uma boa parte desses casos, cadastramos esse animal para que, caso tenhamos uma recorrência desse animal em pista, possamos prosseguir com alguns comunicados para que esse animal fique preso, junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para que ele não coloque os usuários em risco. O principal papel do Meio Ambiente nesse ponto dos animais é garantir que o usuário que está trafegando pela via não seja impactado pela má conduta dos animais que os abandonam”, diz.

O engenheiro ambiental enfatiza que o abandono de animais é crime e que as rodovias possuem monitoramento por câmeras que, em pouco tempo, deve chegar a 100% da área atendida pela concessionária, que tem contato direto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a respeito desse tipo de situação.

“Os animais, quando necessário, são tratados por médicos veterinários, são chipados, para identificação. Caso não seja encontrado o dono, são encaminhados para adoção responsável e formal”, afirma. No caso de animais silvestres, eles são tratados até sua recuperação e, depois, são devolvidos à natureza conforme as orientações do Ibama.

Animais maiores, como cavalos e bois soltos na pista ou nas margens, onde há pasto, são os que representam maior perigo de acidentes para os condutores. “Cavalos são animais que, geralmente, é muito fácil de localizar o dono, porque os vizinhos do local onde se encontra esse animal sabem de onde ele vem. De maneira geral, não costumam ir para doação. Caso ocorra, temos uma orientação da nossa agência reguladora para que esse animal seja doado sempre que tiver um fim social para esse animal. Por exemplo, caso tenhamos uma associação ou algum instituto que faça trabalhos de fisioterapia usando cavalos [equoterapia], temos uma predileção em encaminhar esse animal para esse tipo de ação”, explica.

Conscientização: O trabalho educativo feito com os usuários das rodovias concedidas à Via Araucária, sobre a importância de se evitar os incêndios de vegetação, é feito predominantemente a partir das redes sociais da empresa e pelo uso de banners nas nove bases de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU). Essas bases ficam junto às praças de pedágio e, na região, ficam na BR-277 nos quilômetros: km 206 (Palmeira – SAU 3); km 249 (Irati – SAU 4) e km 296 (Prudentópolis – SAU 5). Na BR-373, no km 242 (Guamiranga – SAU 6) e no km 217 (Imbituva – SAU 7).

Esses locais são equipados com banheiros – inclusive adequados para pessoas com deficiência, fraldários, bebedouros e totens de autoatendimento, além de recursos operacionais para atendimento ao usuário, como ambulâncias, guinchos, caminhões para resgate de animais e caminhões-pipa.

As rodovias sob concessão da Via Araucária são as BRs 277, 376, 373 e 476 e as PRs 418, 423 e 427.

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