Colégio Duque de Caxias comemora 100 anos com exposição de fotos e objetos antigos

Exposição está aberta até quinta-feira, 05 de setembro, no salão da instituição/Paulo Sava O Colégio…

03 de setembro de 2024 às 18h47m

Exposição está aberta até quinta-feira, 05 de setembro, no salão da instituição/Paulo Sava

Livros, fotos e jornais antigos estão entre os materiais expostos no salão do Colégio Estadual Cívico-Militar Duque de Caxias, em Irati. Foto: Paulo Sava

O Colégio Estadual Cívico-Militar Duque de Caxias comemora 100 anos neste mês de setembro com eventos abertos à comunidade. O primeiro deles é uma exposição de fotos dos participantes do concurso fotográfico, realizado pela instituição em agosto. As fotos, assim como alguns equipamentos antigos, estão em exposição no salão do colégio até a próxima quinta-feira, 05.

A abertura da exposição aconteceu na manhã desta segunda-feira, 02, com uma cerimônia realizada nas dependências do colégio. O evento contou com a presença de ex-diretoras, professoras, alunos e de autoridades do município. Estudantes, professores e funcionários atuais também participaram da solenidade.

Augusto Borges, professor de História e um dos organizadores da exposição. Foto: Paulo Sava

Em seu discurso, o professor de história, Augusto Borges, um dos organizadores da exposição, contou o que os visitantes encontrarão na exposição. “Nós vamos nos deparar com muitas e especiais partes da história que nos fazem perceber o que é educação e como é importante uma educação humanizadora, uma educação para a humanização do sujeito”, afirmou.

O professor Wallas Jefferson de Lima, um dos idealizadores do concurso fotográfico que resultou na exposição, destacou que parte da história de Irati está contada nos materiais expostos.

Wallas Jefferson de Lima, professor de História que idealizou o concurso fotográfico. Foto: Paulo Sava

“Somos transportados para momentos passados, revivendo eventos, sentimentos e memórias coletivas que moldaram o curso da história e da cultura de Irati. No cerne, este espaço sagrado em que os senhores e senhoras pisam serve como uma ponte entre o passado e o presente. Funciona, na verdade, como um lembrete tangível de eventos, de pessoas e eras que deixaram uma marca na tapeçaria cultural da nossa comunidade, seja no campo de batalha, onde heróis lutaram, um monumento como este, em homenagem à educação, a um líder, a alguém, ou até mesmo um prédio antigo, que foi palco de um momento decisivo. Estes espaços capturam e preservam a essência destas memórias”, comentou.

Cibele Grocholski, professora de História do Duque de Caxias. Foto: Paulo Sava

A professora de História, Cibele Grocholski, prestou uma homenagem a todas as mulheres que passaram pela história do Colégio Duque de Caxias. “Há 100 anos, a dedicação destas mulheres foi a força motriz por trás do funcionamento contínuo desta escola. A história da educação está intrinsecamente ligada à luta das mulheres pela inclusão e pelo reconhecimento. Apesar de, por muito tempo, a educação ter sido negada para as mulheres, pois foi somente no século XIX que elas ou nós começamos a ser integradas no sistema educacional, esta inclusão gerou uma predominância feminina no campo da docência, fenômeno que continuamos a observar até hoje, conhecido como a “feminização” da educação”, contou.

Maristela Zavilinski, ex-aluna do Colégio Duque de Caxias. Foto: Paulo Sava

Maristela Zavilinski foi uma das premiadas do concurso fotográfico, na categoria melhor técnica. Ela foi aluna do Ensino Fundamental e sua mãe atuou no colégio por 25 anos como professora. A ligação que ela tem com o Duque é muito importante e de muitas saudades.

“Minha ligação com o Duque de Caxias é de uma importância na minha vida que é só saudades mesmo. Minha mãe já não está presente, mas ia adorar ver toda esta exposição. Eu acredito que ela está feliz e eu apresentei uma das fotos em que ela aparecia e nem esperava este prêmio, o reconhecimento que me fez muito feliz e me trouxe muito a presença dela aqui comigo”, contou, emocionada.

A professora e atriz Nelci Wolski interpretou uma professora dos primeiros anos de atuação do colégio durante a solenidade. Foto: Paulo Sava

Performance – Durante a solenidade, a professora e atriz Nelci Rozyski Wolski interpretou uma professora dos primeiros anos do colégio. Em entrevista à Najuá, ela contou de que forma ela fez a composição da personagem.
“Na verdade, foi uma conversa com os professores de história daqui da instituição e um pouco do conhecimento que tenho da História da Educação, da postura do professor, de como eram tratadas as crianças, da seriedade, da organização, que era muito firme. Havia rigor na disciplina, e isto nos deu base para fazermos esta pequena performance no dia de hoje”, frisou.

Para Nelci, o Duque faz parte da vida de todos os iratienses, direta ou indiretamente. “Eu, quando fiz meu estágio no magistério, foi nesta escola. Trabalhei aqui por alguns períodos também. Eu acho que todos, de uma forma ou de outra, têm uma ligação, um afeto, um carinho muito grande por esta instituição. Comemorar este momento de 100 anos não é para qualquer instituição e é necessário. Saber um pouco da história e do que o colégio passou até os dias de hoje também é muito importante para os alunos atuais e para nós, iratienses”, afirmou.

Diretoras – Em entrevista à Najuá, a diretora atual, Heloísa Van Der Neut, contou sobre a satisfação de poder fazer parte da história do colégio juntamente com as demais professoras que participaram da solenidade.

“Elas foram uma inspiração, e quem antecede na história é uma inspiração para nós. Tê-las aqui presentes hoje é um privilégio para nós, saber que elas estão vivenciando este momento. Tem muito da história delas aqui dentro, pois elas são precursoras e começaram esta trajetória. Agora, estamos dando continuidade e este momento é único”, frisou.

Dione Fortes, ex-aluna, professora e diretora do colégio, ficou emocionada ao participar da solenidade e ver a exposição, que trouxe diversas lembranças da sua vida. “Aqui passei metade da minha vida, fui aluna, professora, diretora e me aposentei. Daí, continuei minha vida profissional também. Então, o Duque de Caxias para mim é amor, cultura e saúde, pois nós lidamos com tudo isso”, frisou.

A professora Rita Almeida também dirigiu o colégio por 12 anos, tendo deixado o cargo em 2016. Antes disso, ela foi professora na instituição onde trabalhou por 30 anos. Ela relatou que, no momento em que entrou no salão e viu a exposição várias lembranças passaram por sua mente.

“Passam na cabeça tantas idas e vindas, eventos neste salão, porque o que eu gostava muito de ver na escola eram alunos e professores felizes. Então, todas as datas comemorativas foram dentro deste salão, o piano nós restauramos. Passa tanta coisa que, quando eu ia subindo os degraus, fiquei pensando que foram 30 anos aqui dentro. De todos os lugares por onde passei, e não foram poucos na educação de Irati, é daqui que eu tenho mais saudade”, contou.

A professora Sueli foi diretora do Duque por 13 anos e trabalhou junto com os professores Regina Stepka, que foi vice-diretora na época, e José Maria Orreda. Ela conta que sente muita saudade dos colegas de profissão e dos alunos daquela época.

“Eu fiz muitas amizades e tenho muita saudade do pessoal. Quando eu assumi a direção, era de 5ªa 8ª séries e as classes especiais que faziam parte do Colégio Duque de Caxias. Depois, veio o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. É uma caminhada, uma história de vida e eu me sinto feliz por estar neste evento”, comentou.

Regina Stepka, ex-professora e vice-diretora, disse que guarda na memória apenas as boas lembranças do colégio. “Apesar dos altos e baixos, lembramos apenas dos altos, os baixos ficaram para trás. Na verdade, hoje eu me sinto muito feliz e honrada por estar aqui, pois já faz muito tempo que estou aposentada, então eu voltei naquele tempo, relembrando todo o passado”, pontuou.

A professora Anísia Costa Zych também deu aula no Duque durante alguns anos na classe especial de surdos. Ela conta que, ao trabalhar na instituição, teve a oportunidade de conviver com pessoas de diferentes áreas e situações.

“Hoje, em especial, a grande felicidade foi trazer à tona todas estas emoções, acontecimentos e momentos que aqui tivemos com os alunos, pais, com os nossos queridos colegas professores e direções da instituição, pois todas sempre foram parceiras no trabalho com a educação especial. O que mais me tocou hoje e me emocionou foi cantar o Hino Nacional presenciando o hasteamento da Bandeira e reencontrar pessoas, minhas alunas, que graças a Deus cumpriram o objetivo que toda professora deve ter e me suplantaram. A diretora (Heloísa Van Der Neut) foi minha aluna, então muitos ex-alunos que aqui estiveram trouxeram à tona aqueles bons momentos vividos na escola, que não é só aprender ou adquirir o conhecimento formal, mas principalmente o convívio e a construção das emoções para a transformação de cada um numa nova pessoa”, ponderou.

Na foto, as professoras Luíza Nelma Fillus, Lenita Ruva e Heloísa Van Der Neut. Foto: Paulo Sava

Primeira chefe do NRE de Irati – A professora aposentada Lenita Ruva, que foi a primeira chefe do Núcleo Regional de Irati, é uma das ex-alunas do colégio. Ela falou com carinho sobre a importância que o Duque teve na sua vida pessoal e profissional.

“Se eu tive o privilégio de conseguir muita coisa em termos de ensino, eu diria que a base esteve aqui. Os professores desta escola foram verdadeiros mestres. Nada é mais importante do que você preparar uma pessoa, e a educação recebida com base nesta escola abriu caminho para que eu pudesse ser a primeira secretária, a diretora foi a dona Maria Rosa Zanon de Almeida, que foi a grande lutadora para termos uma faculdade em Irati. Depois, você lutar pela estadualização do ensino, juntamente com a Luíza Nelma Fillus e todos os ex-alunos, não foi mais do que obrigação. Eu não teria a garra e o espírito de luta se não tivesse as diretoras e professoras desta escola”, comentou.

Na foto, as estudantes Tânia, Yasmin e Mariana. Foto: Paulo Sava

Estudantes – Nossa reportagem também conversou com jovens que estão fazendo Ensino Fundamental e Médio atualmente no colégio. André Loss de Quadros, de 16 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio, demonstrou satisfação em poder fazer parte da história do Duque.

“Eu acho bem legal, estou gostando muito porque tem bastante da história do colégio e estou gostando bastante do colégio também. Quem sabe daqui a 100 anos talvez seja a nossa história”, comentou.
Mariana Koltun, de 13 anos, conta que é importante participar do colégio, especialmente na organização dos eventos desta semana. “Para mim é importante porque eu faço parte desta história e estou ajudando bastante aqui no Colégio, fazendo os enfeites de mesa para o centenário e vamos entrar com a Bandeira no jantar”, frisou.

Yasmin Makiolki, de 14 anos, vê o Duque como um colégio grandioso. “Ele formou grandes pessoas aqui e eu também quero ser uma grande pessoa, sair do colégio sendo uma pessoa boa. Aqui, além de conhecimento, temos educação e várias outras coisas, é um orgulho”, comentou.

Tânia Homiak, de 14 anos, diz que a comemoração dos 100 anos é uma data especial para os alunos do Duque. “É muito bom porque 100 anos é uma data muito especial para nós, é um colégio muito bom para estudarmos, que nos ensina muita coisa”, destacou.

Missa e jantar comemorativos – Além da exposição de fotos, o Colégio Duque de Caxias vai promover outros eventos comemorativos ao centenário. Na quinta-feira, 05, será celebrada uma missa em ação de graças na Paróquia São Miguel a partir das 19 horas. Na sexta-feira, 06, será realizado o jantar comemorativo aos 100 anos no Centro de Eventos Italiano, a partir das 19h30min. Os cartões estão sendo vendidos ao preço de R$ 90 por pessoa, e podem ser adquiridos na secretaria do colégio, na Rua XV de Novembro, 810, ou pelo WhatsApp (42) 3422-6562. A animação será por conta do Grupo Gaitaço.

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