Cursos de Direito de Irati auxiliam debates promovidos pela Najuá e Hoje Centro-Sul

Auxílio dos cursos de Direito das faculdades São Vicente e Campo Real será feito por…

27 de agosto de 2024 às 21h57m

Auxílio dos cursos de Direito das faculdades São Vicente e Campo Real será feito por meio da formulação de perguntas para os debates, que acontecem nesta quarta-feira, dia 28, e no dia 3 de outubro/Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Letícia Torres

Em entrevista à Najuá, o advogado e professor da Faculdade São Vicente, Paulo Fernando Pinheiro, que atua na área criminal, administrativa e eleitoral, e o advogado, professor e conciliador do Centro Universitário Campo Real, Fábio Augusto Pletsch, falaram sobre o trabalho que será realizado por alunos e professores das duas instituições auxiliando a organização dos debates entre os candidatos a prefeito de Irati. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

Os alunos dos cursos de Direito das faculdades São Vicente e Campo Real estão auxiliando na elaboração dos debates que serão realizados pela rádio Najuá e o jornal Hoje Centro-Sul. Os debates com os candidatos a prefeito de Irati acontecem nesta quarta-feira, dia 28, e no dia 3 de outubro.

Há dois meses, os alunos dos cursos estão levantando informações sobre as necessidades do cidadão iratiense. Um dos meios foi durante a 3ª ExpoIrati, onde os alunos recolheram sugestões de perguntas feitas pela população. Todas essas informações serão transformadas em perguntas que serão respondidas pelos candidatos em um dos blocos dos debates.

A diretora da Najuá, Jussara Harmuch, conta que a parceria com as faculdades surgiu da necessidade de levar para o debate situações reais que a população passa, possibilitando uma reflexão maior dos candidatos sobre os problemas. “Essa ideia surtiu da intenção de as perguntas que serão feitas em um único bloco, que são perguntas da comunidade, elas serem melhor embasadas. Elas partirem da comunidade, mas não serem tanto superficiais”, conta.

A jornalista do Hoje Centro-Sul, Letícia Torres, explica que esse contato foi feito com os cursos porque os alunos estudam sobre Direito Eleitoral. “O curso de Direito, que trabalha a disciplina Direito Eleitoral. Esses alunos têm a supervisão dos professores, para fazer esse contato com a comunidade e trazer as demandas para nós. Nessas reuniões que temos participado, tanto eu, quanto a Jussara, os professores têm contado para nós um pouco desse trabalho. Eles estão fazendo um trabalho muito bacana, envolvendo muito a comunidade, envolvendo bastante os alunos. Os alunos estão bem motivados a participar dessa questão do Direito Eleitoral”, explica Letícia.

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O advogado, professor e conciliador do Centro Universitário Campo Real, Fábio Augusto Pletsch, conta que esse trabalho envolveu a criação de um grupo de estudos. “Nós tivemos a criação e elaboração de um grupo de estudos, com os alunos de Irati e região, nas cidades limítrofes, que teriam esse interesse na evolução da cidade de Irati, no crescimento da cidade de Irati. Alguns alunos de Guarapuava que residem em Irati, pertencentes ao curso de Direito, e também os alunos do curso de Direito de Irati. Os alunos estiveram estudando e elaborando questionamentos. Estiverem em contato com a comunidade, utilizando até dos meios locais de notícia para chegar até alguns embasamentos teóricos também, procurarem encontrar como que se daria toda a funcionalidade de Irati, quais são as demandas do município. A partir disso, eles conseguiram elaborar as perguntas, com base e com foco, estritamente nas demandas e nas necessidades do município”, disse.

Além da disciplina de Direito Eleitoral, os alunos também realizam diagnósticos de problemas. “Os nossos alunos estão fazendo um certo diagnóstico dos problemas da cidade. O que a comunidade quer saber dos candidatos. A partir disso, nós estamos, de uma forma técnica, sistematizando esse diagnóstico para poder formular as perguntas que irão ser feitas no debate”, conta o advogado e professor da Faculdade São Vicente, Paulo Fernando Pinheiro, que atua na área criminal, administrativa e eleitoral.

As perguntas reúnem preocupações da população iratiense, mas podem ser reelaboradas para que não seja uma pergunta específica de problemas de uma pessoa, mas que seja uma preocupação da comunidade. “A população vai traduzir isso como um bueiro entupido na frente da sua casa. Mas a questão do meio ambiente é muito ampla. O que levou esse bueiro ser entupido? Será que adianta só fazer a limpeza? O corte das árvores? A falta de árvores nas margens dos rios, que é próximo? O que está escrito em relação ao meio ambiente no plano de governo? São essas coisas, que às vezes parece que são complexas, mas não são coisas do dia a dia que vamos poder abordar com a ajuda das faculdades nesses dois debates”, disse Jussara.

Letícia destaca que o debate é um espaço para conhecer os candidatos. “O primeiro debate é para apresentação, para que a população conheça um pouco mais sobre o plano de governo, conheça um pouco mais dos candidatos. Lembrando que o interessante do debate é que o candidato acaba falando o que ele realmente pensa. Isso é muito legal. É claro que o confronto direto com o oponente deixa as pessoas um pouco nervosas, deixa a pessoa apreensiva e ela fala exatamente o que ela pensa. Isso é bem legal. A população consegue avaliar mesmo o candidato, avaliar se ele está preparado porque o oponente não vai fazer pergunta fácil, não vai fazer pergunta legal, pergunta bonitinha. Vai fazer aquilo que vai cutucar. Isso é normal. Isso é o interessante do debate”, conta.

Para a jornalista do Hoje Centro-Sul, o apoio das faculdades Campo Real e São Vicente auxiliam para que o debate seja mais interessante. “Por outro lado, as instituições vêm para trazer essa parte mais técnica, essa parte mais embasada dos questionamentos que dá outro viés para que o eleitor possa ver o preparo de cada candidato. Possa avaliar bem e escolher o que achar mais conveniente, conforme as suas diretrizes, os seus pensamentos”, destaca.

O professor da Faculdade Campo Real destaca que o debate é a oportunidade de avaliar os candidatos. “A grande importância dessa oportunidade, que os candidatos terão de levar o seu discurso à população, se dá pela possibilidade de eles conseguirem falar diretamente ao eleitor e o eleitor conseguir participar com eles. Como vivemos em uma sociedade, a sociedade precisa ser organizada. Quem vai ingerir essa sociedade? Quem vai organizar essa sociedade? Em virtude da necessidade de uma organização é que temos a escolha dos nossos representantes. Quem está ganhando nisso é a população iratiense que vai ter a oportunidade de ouvir todos os candidatos, até mesmo aqueles que muitas vezes não é do meu conhecimento, não é o candidato mais popular, mas é o candidato que talvez até seja melhor nos meus interesses”, disse Fábio.

A participação da comunidade na discussão política durante a campanha também foi ressaltada pelo professor da Faculdade São Vicente. Paulo chama a atenção que a não participação no debate político pode ser considerado um posicionamento. “Não falar sobre política também é fazer política. Nós somos seres políticos. A ideia de política é exatamente de organização da nossa cidade, das estruturas da cidade, das políticas públicas. Então, é super importante esse debate”, conta.

Paulo ainda destaca que a participação dos alunos na construção do debate também é um momento didático único. “É exatamente você promover uma formação mais humana para os alunos. Alguns cursos estão mais voltados para questões mais técnicas, mas nós esquecemos que os nossos alunos, depois de formados, vão fazer parte da sociedade, vão atender como bacharéis em Direito, quem sabe advogados, juízes ou promotores. Eles têm que sentir, tem que fazer parte da gestão política da cidade onde eles residem. Essa formação humana e cidadã para os nossos alunos, eu acho bastante relevante e bastante importante”, destaca.

Para o professor da Campo Real, a participação no projeto possibilita que os alunos tenham uma formação mais crítica. “Nós temos um viés muito parecido, de criar uma consciência política para os nossos alunos, através de uma formação humanística, para que eles possam exercer, devidamente, a sua cidadania. Serão advogados, juízes, promotores que precisam ter um senso crítico frente à eleição de seus representantes. A eleição daqueles que representam um município ao qual eles estão vinculados ou qual o município em que eles residem”, afirmou Fábio.

Na Faculdade São Vicente, o tema direito eleitoral também faz parte da extensão, espaço na universidade que busca levar conhecimento surgido no ensino superior para a comunidade. Um dos meios foi a realização de um curso de extensão para candidatos a prefeito e vereadores na segunda-feira, no Auditório do bloco B da Faculdade São Vicente. Na ocasião, foram abordados temas como Fake News, crimes eleitorais, fundo partidário e fundo eleitoral, função do vereador, entre outros assuntos.

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