53,4 % dos pais que participaram de pesquisa promovida pela rede municipal optaram em permanecer com atividades remotas/Rodrigo Zub
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Imagem do prédio onde funcionam as escolas Irmã Helena Olek (municipal) e Nossa Senhora das Graças (estadual). Foto: Facebook/Reprodução |
A secretaria Municipal de Educação de Irati anunciou que continuará com o ensino remoto na rede pública. A decisão foi tomada após uma consulta aos pais e responsáveis pelos alunos. A maioria das pessoas que participaram da pesquisa (53,4%) optou pela continuidade das aulas online em virtude da pandemia de coronavírus. Já 46,6% dos participantes votaram pelo retorno das atividades de forma semipresencial. O ofício foi encaminhado para a direção e coordenadoras de escolas municipais e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
A secretária de Educação, Jandira Terezinha Girardi, relata que o sistema híbrido está descartado na rede municipal. “Para nós não dá certo sistema híbrido, porque ele funciona ao mesmo tempo que você está trabalhando com esses alunos na sala de aula, os outros que estão em casa estão assistindo essa mesma aula. O nosso é sistema remoto que permanece desde o ano passado ou seria semipresencial com aula fazendo um escalonamento por alunos com as turmas atingindo 40% por dia, da turma no caso, mas no híbrido funciona somente no Estado”, explica a secretária.
Durante as aulas remotas, os professores permanecem o tempo todo nas escolas. Os pais ou responsáveis podem retirar as atividades para os filhos nas escolas. Outra opção para os estudantes é assistir as videoaulas. “Os pais podem ir na escola tirar dúvidas, podem levar a criança para ver o que precisa ser feito, se não entendeu o que a professora mandou de atividade. Isso pode ser feito porque eles [professores] vão estar em período integral. Eles trabalham na escola e isso não vai ser mudado nada”, afirma Jandira. Ela diz que ficou surpresa com o resultado da consulta aos pais, mas respeita a decisão de quem é contrário ao retorno presencial. O mesmo tipo de pesquisa foi realizado na rede estadual de ensino.
“Recuamos agora. Se os pais acham que é melhor não voltar também entendo. Porque temos que seguir os protocolos de saúde também. Sabemos que a situação do Covid está aumentando e o nosso hospital [Santa Casa] não tem mais condições de atendimento, não tem leitos. Os pais estão dando muita importância para a vida não só dos filhos. O que eu fiquei muito grata e feliz porque eles viram a escola como um todo eles estão pensando no professor, na merendeira, nos serviços gerais. O que estávamos preocupados também era que muitas crianças ficam com avós e seria um risco a mais para essas pessoas. Se desse a pesquisa que os pais quisessem voltar segunda estaríamos voltando. Porque escolas e transporte escolar estão todos prontos para essa volta”, relata a secretária.
Para Jandira, o ensino remoto não se iguala ao aprendizado presencial. Ela também avalia que os pais têm uma tarefa a mais neste período porque precisam auxiliar os filhos nas atividades escolares. “Para nós enquanto educação seria muito melhor que voltasse. Seria muito melhor que voltasse porque tem o aprendizado no remoto, tem, mas não se iguala ao aprendizado de você estar todo dia com o professor ou mesmo escalonado teria um aprendizado bem melhor que o remoto. A gente sabe da dificuldade dos pais de trabalharem e voltarem para casa sentar com as crianças e fazer atividades. Para eles se torna difícil essa situação. Tem que agradecer eles por fazer isso. Então para nós também é prejuízo. Porque nós temos IDEB. Temos a preocupação que estivessem em sala de aula, mas a pandemia veio para nos mostrar que nós temos que nos organizar e mudar certas atitudes e conceitos”.
A pesquisa com os pais foi realizada de forma presencial na maioria das escolas. Os responsáveis pelos alunos foram chamados para comparecerem nas instituições de forma escalonada e respeitando as medidas sanitárias. A consulta pública aconteceu nas plataformas online somente na Escola Municipal Irmã Helena Olek, onde dois professores foram diagnosticados com coronavírus. Mais uma pessoa que trabalha na Escola Estadual Nossa Senhora das Graças também teve Covid-19. Por isso, as atividades na instituição municipal foram suspensas por 14 dias e serão retomadas na próxima segunda-feira, dia 1º de março.
Dependendo da evolução do número de casos de coronavírus, a secretaria de Educação estuda a possibilidade de retomar as atividades semipresenciais a partir de abril. A secretária afirma que pretende ter uma conversa com o prefeito Jorge Derbli e os integrantes do Centro de Operações Especiais e Fiscalização (COEF) para discutir a situação, mas entende que as atividades remotas devem continuar todo o mês de março.
“O que que nós enquanto educação podemos fazer se a maioria não quer que volte. Eu tenho que respeitar o que deu a pesquisa. Nós trabalhamos numa rede, não trabalhamos por instituição individual creches, CMEIs e escolas. Eu não poderia fazer de uma escola e de outra não. As pesquisas deram querem a volta do segundo ano, mas os pais do terceiro já não querem. Seria volta do quarto e quinto não quiseram. Como vai chegar num consenso a escola que os pais só quiseram o segundo ano. O outro vai voltar o quarto, não existe um jeito para fazer isso. O certo é seguir o que maioria colocou”, avalia.
Casos de Covid-19: Até o momento, 3.319 casos de Covid-19 foram registrados em Irati. Vinte e quatro casos foram diagnosticados somente nesta quinta-feira, 25. No dia anterior, 12 pessoas que fizeram os testes tiveram o resultado positivo. A cidade de Irati acumula 3.147 pacientes recuperados da doença. 128 moradores infectados permanecem em isolamento domiciliar. Trinta e seis iratienses já faleceram por complicações causadas pela infecção. Oito pessoas estão internadas, sendo três em enfermaria e cinco em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). Oitenta e quatro moradores de Irati aguardam o resultado dos testes.