Fernandes Pinheiro registra primeiro caso de dengue hemorrágica

Paciente chegou a ser internado na UTI do Hospital Universitário Regional de Ponta Grossa, mas…

27 de junho de 2024 às 16h57m

Paciente chegou a ser internado na UTI do Hospital Universitário Regional de Ponta Grossa, mas já está se recuperando em um quarto/Paulo Sava

Posto de Saúde da sede de Fernandes Pinheiro. Foto: Paulo Sava

A Secretaria Municipal de Saúde de Fernandes Pinheiro registrou na última semana o primeiro caso de dengue hemorrágica no município. Segundo a secretária de saúde, Emanuelle de Matos, o paciente, de 62 anos, chegou a ser internado na UTI do Hospital Universitário Regional de Ponta Grossa, mas já saiu e está se recuperando em um quarto.

Desde o início do ano, Fernandes Pinheiro registrou 10 casos de dengue. Até agora, em toda a área da 4ª Regional, foram registrados 2308 casos, sendo 2101 autóctones (ou seja, o paciente foi infectado no próprio município) e 161 importados. O município tem um caso ativo importado da doença e dois em investigação pelo Laboratório Central (Lacen). Emanuelle ressalta que os exames rápidos feitos em laboratório não contam para critério epidemiológico.

“Nós também dependemos da recoleta e encaminhamento para o estado, para o Lacen, para a confirmação efetiva do caso. Este paciente em específico está hospitalizado ainda. Temos acompanhado através dos familiares, ele está estável, porém ainda se encontra hospitalizado, já saiu da UTI. Estamos no aguardo, torcendo para que ele se recupere bem e logo possa retornar para o município”, frisou.

Emanuelle destacou que os agentes de endemias continuam fazendo visitas rotineiras às residências, sempre acompanhados dos agentes comunitários de saúde (ACS). “Nós temos dois agentes de combate a endemias que fazem o trabalho rotineiro de visitas e orientações, com ajuda dos ACS (Agentes Comunitários de Saúde) e também temos uma parceria muito forte com a Secretaria do Meio Ambiente. Nós sempre fazemos a orientação de que o cuidado e a prevenção parte de cada pessoa do município. A população precisa auxiliar”, comentou.

Casos no estado – De acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 25, pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA), somente na semana passada, foram registrados 20.610 novos casos e 13 óbitos, ocorridos entre 14 de março e 31 de maio. Desde o início do período epidemiológico da doença, em julho de 2023, o Estado tem 881.228 notificações, 526.503 casos e 473 mortes causadas pele doença. Por este motivo, Emanuelle pede que a população mantenha sempre os cuidados para combater o mosquito Aedes Aegypti, vetor da dengue.

“Nós já sabemos de estudos e que em novembro é para ter um novo aumento com o calor. Por isso, já alertamos a população para que não se descuide e mantenha as ações para que possamos ficar mais tranquilos e não tenhamos um número de casos tão elevado na próxima onda”, comentou.

Secretária de Saúde, Emanuelle de Matos, e a prefeita de Fernandes Pinheiro, Cleonice Schuck. Foto: Paulo Sava

Conscientização – A prefeita Cleonice Schuck pede que a população se conscientize e colabore com a limpeza dos terrenos, especialmente no que diz respeito aos entulhos. “Normalmente a Secretaria de Meio Ambiente passa recolhendo num dia e no outro já tem entulhos jogados. Não tem como o Poder Público dar conta de tudo sozinho. A população tem que colaborar, conservando seus entulhos e lixos durante os dias em que não é feita a coleta, para que não acumule água. É muito importante que as pessoas observem, ajudem e sejam colaborativas nesta campanha de prevenção ao mosquito da Dengue”, destacou.

Cleonice destacou que a prevenção contra a dengue é a melhor forma de combater a doença, que causa muito sofrimento para o paciente e a família.

“Nenhum pai ou mãe quer ver seu filho ou familiar passando por uma situação dessas. Precisamos que cada um faça realmente sua parte e cuide com o lixo e os entulhos. Nós temos um caso muito sério de pessoas que jogam lixo na saída de Fernandes Pinheiro no sentido ao Florestal. Temos ali uma casinha de lixo, que foi construída para este fim. As pessoas não jogam (o lixo) dentro, mas sim em volta. Não tem como ir lá todos os dias recolher este lixo. O que acontece: chove ou o próprio orvalho vai umedecendo, o lixo às vezes já vem molhado e o bichinho vai ali, se cria e acaba contaminando. A estas pessoas, que continuam com este costume de jogar lixo na beira da estrada, eu peço encarecidamente que não façam mais isso”, frisou.

Caso seja necessário, as pessoas podem entrar em contato com a Prefeitura de Fernandes Pinheiro através do telefone ou WhatsApp (42) 3459-1109, com a Secretaria de Meio Ambiente pelo telefone (42) 3459-1060, ou com a Secretaria de Saúde pelo telefone (42) 3459-1153. Com as informações corretas, as equipes da Prefeitura poderão se deslocar até os locais e recolher os materiais.

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Quantidade de focos – A quantidade de focos do mosquito da dengue no município ainda está sendo levantada pelos agentes de endemias, em um trabalho que é periódico e começou nesta semana.

Entretanto, Emanuelle destacou que eles são encontrados sempre em pontos estratégicos, como cemitérios e borracharias. Ela pede que a população sempre informe quando encontrar um possível foco do mosquito. “Precisamos que a população nos aponte quando encontrar alguma larva, para que possamos identificar e analisar se ela é realmente do Aedes ou não”, frisou.

A conscientização da população ajuda a combater a doença, uma vez que o número de servidores da saúde não é suficiente para atuar somente em casos de focos do Aedes Aegypti.

“Os servidores não são muitos, então não tem como fazermos milagre e cuidarmos do município inteiro ao mesmo tempo. A população tem que participar, pois cada um pode sofrer os efeitos da doença. Temos que atacar e nos cuidar juntos, assim como foi na pandemia. Isto não é do controle da gestão pública, nos sentimos impotentes diante do tamanho e da proporção desta doença. Não queremos que vire uma pandemia, uma catástrofe com hospitais lotados. Consequentemente, os hospitais, tendo que atender casos de dengue, deixam de atender outros tipos de doença. Pessoas que estão na fila para cirurgias e outros atendimentos acabam ficando sem vagas porque os médicos e os hospitais estão sobrecarregados. Então, é uma consequência, e uma coisa leva à outra. Por isso, a população tem que colaborar. Se cada um cuidar do seu quintal e da frente da sua casa, com certeza daremos conta”, finalizou.

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