Em um primeiro momento, serão castrados 600 cães e gatos de rua e de famílias em situação de vulnerabilidade social pré-cadastradas pela Secretaria de Defesa Animal. Profissionais do Centro Universitário Campo Real farão os procedimentos/Paulo Sava

Depois de mais de cinco anos, o Castramóvel de Irati começou a funcionar na última sexta-feira, 14. O veículo está instalado inicialmente no Pavilhão do Parque Aquático, no Rio Bonito, onde deve permanecer por cerca de 30 dias.

O Castramóvel foi totalmente equipado com materiais de última geração para os procedimentos. O investimento foi de cerca de R$50 mil, oriundos do caixa do município, em material para aproximadamente 500 castrações.

Através de um convênio com a Prefeitura de Irati, na primeira fase, as professoras Luana e Fernanda, do Centro Universitário Campo Real farão a castração de 600 cães e gatos de rua e de famílias em situação de vulnerabilidade social já cadastradas pela Secretaria de Defesa Animal. O município deve ter um custo mais baixo por cirurgia. O acesso ao serviço pela população é gratuito.

Em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Irati, o diretor do campus Irati da Campo Real, Ângelo Del Ponte, afirmou que o serviço deve trazer mais qualidade de vida para os animais e a população. “A primeira cirurgia realizada hoje marca o início de um serviço que visa melhorar a qualidade de vida tanto dos animais quanto da população humana. Essa parceria é mais uma prova de como o compromisso social da nossa universidade é grande, forte e é uma marca que queremos colocar em todos os nossos alunos”, afirmou.

Em entrevista à Najuá, o secretário de Defesa Animal, Wagner Beida, comemorou o início dos trabalhos do Castramóvel. “Até que enfim tivemos a inauguração, já fizemos quatro castrações para início. Ao longo do mês, vamos marcando e fazendo o restante. Vamos dar preferência para animais que estão em situação de rua, para diminuir a quantidade populacional de cães e gatos nas ruas, depois abriremos para a população. Por enquanto não estamos fazendo cadastro, nós já temos na secretaria uma lista com os cachorros de rua. Seguiremos com o processo da lista, e depois disso, vamos abrir para a população. Divulgaremos e abriremos fichas de inscrição”, comentou.

Burocracia – Questões burocráticas fizeram com que o Castramóvel levasse mais de 5 anos para funcionar. Wagner detalhou o que ocorreu ao longo deste período. “Eu tinha que conseguir verba para equipar o Castramóvel. Tivemos demora para acertar alguns pontos do projeto perante o CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) e algumas denúncias que atrasaram o processo, além do trâmite licitatório para comprar os equipamentos aqui. Teve algumas empresas que demoraram para entregar. O monitor cardíaco chegou no mês passado. Houve toda esta burocracia, pois quando você trabalha com dinheiro público, tem que prestar contas, tudo certinho. Tem esta demora, mas agora está tudo concluído”, comentou.

Composição – O Castramóvel é composto de salas pré e pós cirúrgico e também um centro cirúrgico completo, com monitor cardíaco, lâmpada cirúrgica, ar condicionado e todos os materiais necessários para os procedimentos, de acordo com Wagner. “Aqui tem todos os parâmetros de uma clínica veterinária física, mesmo sendo móvel. Tem água, luz e tudo o que tem uma clínica, para dar conforto aos animais e a segurança na cirurgia”, afirmou.

Locais – Depois do Parque Aquático, o Castramóvel será instalado no CT Willy Laars. De acordo com Wagner, o CRMV exige que o equipamento seja instalado em locais cobertos e com piso adequado.
“Eu não posso levá-lo a um bairro, colocar na rua e fazer os procedimentos. Eu tenho que ter estes pontos. O projeto em si vai ficar aqui no Parque Aquático e no CT Willy Laars, além de outros pontos que vamos direcionar para atender todos os bairros e o interior também”, frisou.

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Atendimentos – Em média, serão feitas 40 castrações mensais, ou seja, 10 por semana, até que o local esteja plenamente estruturado. A intenção é de chegar a 200 atendimentos por mês.“Se Deus quiser, talvez até o ano que vem, estaremos fazendo 200 por mês, aí castramos todos os cães de rua e vai evitar aumentar a população a longo prazo. Vai evitar também de os animais ficarem agressivos. Castrando, eles vão ficar mais dóceis e não vão correr atrás de motos. Castrando, vai dar uma boa diminuída”, frisou.
O cronograma completo dos bairros que receberão o atendimento do Castramóvel ainda não foi definido.

Mini-hospital – Em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Irati, o prefeito Jorge Derbli classificou o Castramóvel como um “mini-hospital” para os animais. “Eu chamo de um mini-hospital, temos um centro cirúrgico todo apropriado com equipamentos de primeira linha. Quero ver ele percorrendo os bairros e o interior fazendo as castrações. Foram muitos anos de espera, mas não poderia deixar de entregar meu mandato sem utilizar esse Castramóvel e a parceria com a Campo Real nos proporcionou isso”, destaca Derbli.