Teixeira Soares lança projeto para auxiliar jovens na inserção no mercado de trabalho

Projeto Horizonte conta com capacitação e orientação para os jovens, além de pesquisas entre os…

21 de maio de 2024 às 22h43m

Projeto Horizonte conta com capacitação e orientação para os jovens, além de pesquisas entre os empresários para entender os desafios no início da trajetória profissional/Texto de Karin Franco, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

Da esquerda para direita: Professora Cláudia Magnabosco, do Departamento de Psicologia da Unicentro, gerente do SENAC. João Guilherme Baggio de Oliveira, chefe da agência do Trabalhador de Teixeira Soares, Fabielly Costa de Oliveira e a empreendedora na área de estética, Jaqueline Sprada, que participam do projeto Horizonte. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

Um projeto lançado em Teixeira Soares pretende unir jovens e empresários para auxiliar na inserção no mercado de trabalho. As atividades incluem capacitação e orientação para os jovens, além de pesquisas entre os empresários para entender os desafios no início da trajetória profissional. O projeto Horizonte foi criado pela Agência do Trabalhador de Teixeira Soares e pela Sala do Empreendedor, com apoio do Departamento de Psicologia da Unicentro, do SEBRAE, do SENAC, SENAI e Grupo Saber.

Em entrevista à Najuá, a chefe da Agência do Trabalhador de Teixeira Soares, Fabielly Costa de Oliveira, explicou que o projeto surgiu a partir da demanda de empresários e dos jovens, que tinham dificuldades nesta área. “Pela Sala do Empreendedor, eu tenho acesso aos empresários da cidade, pela Agência do Trabalhador, eu tenho acesso aos jovens. Eu resolvi juntar os dois acessos e ser a ponte entre os jovens e os empregadores. Eu via muita dificuldade. Eu tenho certeza que o projeto vai ser o elo que estava faltando, a ponte. Eu vejo muitos empregadores reclamando por falta de mão de obra e vejo os jovens reclamando por falta de emprego. Alguma conta não está fechando e foi aí que eu resolvi agir”, disse.

Uma das primeiras ações do projeto foi uma pesquisa com jovens de 14 a 20 anos, realizada nos colégios de Teixeira Soares, sobre o mercado de trabalho. Das 111 respostas obtidas na pesquisa, 100 jovens mostraram interesse no projeto. “Nós vimos que, de fato, os jovens têm interesse em ingressarem e se prepararem para o mercado de trabalho”, conta a chefe da Agência do Trabalhador.

A pesquisa foi feita em parceria com o Departamento de Psicologia da Unicentro. A professora da Unicentro, Claudia Magnabosco, diz que foi possível identificar que muitos jovens não sabem onde buscar as oportunidades de emprego. “Nós vimos que uma parte não sabia o que fazer para ingressar, para procurar as vagas, para saber onde existe a oferta de emprego. Porém, alguns também não sabiam o que fazer para se preparar. O que nos chama bastante atenção é que vários deles nunca fizeram cursos profissionalizantes ou uma capacitação mais específica. Esse tipo de pergunta nos direcionou para o fato de que há um interesse e uma falta ainda de capacitação, mas também não se tem o interesse muito definido”, explica.

O projeto Horizonte é focado primeiramente nos jovens, para que eles possam ter uma orientação profissional. A professora da Unicentro destaca que há a necessidade de orientar os jovens a entender os seus talentos e aptidões. “Os jovens estão chegando para nós sem um rumo muito claro. Eles até sabem que precisam, que querem, que desejam ter o seu dinheiro ou ter a sua independência financeira, porém não sabem para que lado que precisam ir. É essa parte que estamos fazendo, inicialmente, para que eles conheçam também, além de lugares, vagas ou mesmo áreas de estudo, que eles também consigam entender o que eles precisam fazer para melhorar, para se desenvolver e escolher alguma coisa”, conta.

O objetivo é auxiliar o jovem a observar o mundo do mercado de trabalho e conseguir analisar o que pode ser construtivo para ele. “Essa orientação profissional é sempre feita em grupo, justamente, para que nós possamos discutir essas questões. Isso é da nossa geração, é da nossa idade, é da idade dos pais, o que está acontecendo nesse mundo do trabalho? Porque não é tão simples. Não é só fazer escolhas. Tem que ver o que o mundo está ofertando e porque isso afeta uma coisa e não outra. Ou por que nós temos oportunidade de X ou Y. É um processo que acaba sendo bem interessante para cidadania das pessoas. Não só para uma escolha de vaga ou uma escolha de lugar para trabalhar”, disse a professora.

Para a chefe da Agência do Trabalhador, o objetivo do projeto não é apenas inserir o jovem no mercado de trabalho, mas dar ferramentas para que ele possa navegar em diversas situações de sua vida. “Eu preciso prepará-los para o mundo. Não só preparar para uma profissão, mas para o mundo, para entrar no mercado de trabalho”, enfatiza Fabielly.

O trabalho de orientação busca também alinhar expectativas das empresas e dos jovens sobre o mercado de trabalho. Um dos exemplos é na área da tecnologia, onde os jovens estão inseridos neste universo, por meio das redes sociais, mas não usam as ferramentas que são utilizadas no mercado de trabalho, como o computador e o e-mail. Para a professora, há expectativas diferentes que precisam ser alinhadas.

“O próprio modo de existirem, enquanto uma empresa, uma organização, público ou privada, não está fazendo parte da capacitação que nós estamos fazendo para os nossos jovens. Nos falta isso também. Da nossa expectativa, parece que está tudo tão pronto neles, que colocamos eles num lugar e não os direciona. Não façamos com que eles também interajam com aquele cotidiano, que não é o cotidiano deles. Nós temos uma distância muito grande entre aquilo que vivemos nos nossos locais de trabalho e aquilo que o jovem pensa que vai viver”, disse.

Após a orientação profissional, os jovens serão redirecionados para cursos e capacitações que ajudarão na sua inserção ao mercado de trabalho. Nesta parte, instituições como o SENAC, irão ofertar cursos aos jovens que participarem do projeto. “O SENAC se insere como um agente de inserção desses alunos dentro do mercado de trabalho. Enquanto escola profissionalizante que forma profissões, nós estamos preocupados com a completa anserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Educar para o mercado de trabalho no comércio de bens, serviços e turismo, fazer isso de maneira inovadora, é um desafio”, explica o gerente do SENAC de Irati, João Guilherme Baggio de Oliveira.

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Os cursos serão oferecidos de acordo com as demandas que surgirem no momento da orientação profissional. “Nós vamos ofertar vários cursos e isso vai acontecer de uma maneira orientada. Conforme as demandas trazidas pelo pessoal do projeto, nós vamos ver o que se encaixa. Vai ser um curso de cozinheiro? Pode ser que sim. Pode ser que seja um assistente administrativo, pode ser que seja um curso na área de beleza. Nós vamos entender o que é a vocação porque também tem isso, cada região tem uma vocação”, disse o gerente.

A segunda parte do projeto será direcionada aos empresários. Em parceria com o Departamento de Psicologia da Unicentro, será aplicada uma nova pesquisa que busca entender a disponibilidade de contratação desses jovens. “Se eles aceitariam contratar jovens do nosso projeto. Se podemos contar com as empresas da cidade para que contratem os nossos jovens”, explica a chefe da Agência do Trabalhador.

O objetivo da pesquisa é entender o que faz o empresário se interessar na contratação de um jovem no mercado de trabalho e quais são as expectativas na contratação. “A ideia é ouvir os dois lados e, nesse momento, em que nós estejamos lá fazendo a pesquisa, também entender do lado desse empresário, o que tem ocorrido de diferente ou de dificuldades nesse processo de contratar. Enquanto entidades, nós temos visto a distância que está sendo entre aquele que procura um empregado, o contratante, e a expectativa daquele que está procurando uma vaga. Parece que não está batendo mais. Algo o separa de um jeito estranho, de um jeito que ainda temos tentado entender”, conta Cláudia.

Os organizadores do projeto ainda realizarão palestras e rodas de conversas com os empresários. “Daqui a pouco, nós vamos estar bem alinhados com os jovens, nós vamos ter conhecimento de cada um e vamos conseguir direcioná-los”, disse Fabielly.

A professora da Unicentro destaca que esse processo de sensibilização busca unir os dois grupos. “A ideia é debater no prisma do empresário, quais estão sendo as dificuldades, mas também, nós já vamos ter, da parte dos jovens, quais estão sendo as dificuldades deles. Vamos comunicar e vamos tentar buscar um meio para isso, um certo elo, uma certa ponte em que possamos entender melhor essa situação”, explica.

A empreendedora na área de estética, Jaqueline Sprada, é uma das pessoas que participará do projeto. Ela conta que está com uma expectativa positiva. “Já fui funcionária, agora sou empreendedora. Eu acredito que o projeto vai encaminhar jovens a serem futuros empreendedores. Até os nossos parceiros do SEBRAE, falaram que vão ajudar nessa parte, que o pessoal de Psicologia vai conseguir direcionar esses jovens. Eu aceitei com o maior prazer porque eu acho que vai ser um projeto bem lindo, vai ser incrível para o desenvolvimento da nossa cidade e provavelmente para outras, quem sabe”, conta.

Empresas de Teixeira Soares que têm interesse participar do projeto podem buscar a Sala do Empreendedor no município. “Todas podem participar. Qualquer empresa que tiver interesse em colaborar com o projeto vai estar de portas abertas. Não queremos distinguir ninguém porque isso é uma ajuda para o desenvolvimento da nossa cidade, para o desenvolvimento do nosso futuro”, disse a chefe da Agência do Trabalhador.

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