Instalação da capela de fluxo laminar irá beneficiar pacientes que dependem de medicamentos que eram trazidos de Curitiba
Capela de fluxo laminar auxilia na preparação dos medicamentos usados na quimioterapia dos pacientes. Foto: Divulgação |
A Unidade Avançada do Hospital Erasto Gaertner começou a produção de medicamentos para quimioterapia em Irati. A produção é possibilitada pela construção de uma capela de fluxo laminar, que auxilia na preparação dos quimioterápicos que serão usados no tratamento.
De acordo com o superintendente do hospital, Adriano Lago, o equipamento auxilia na segurança do profissional que faz o preparo. “É uma estrutura que a gente manipula o quimioterápico. Mas o problema não é o quimioterápico. Essa estrutura é feita para proteção do colaborador que vai fazer o manuseio no que tange a aspiração de qualquer odor. É uma garantia de qualidade e de segurança para o colaborador que prepara a bolsa de infusão. Os pacientes que fazem uso dessa bolsa não precisam se assustar quando a gente explica, que toda essa estrutura não é pelo medicamento, e sim, pela segurança do colaborador que prepara o medicamento”, disse.
A administradora da unidade de Irati, Daniela Raffo, explica que o equipamento evitará o transporte desses medicamentos, que eram trazidos de Curitiba para aplicar nos pacientes da região. “É um equipamento que é usado para a gente fazer a diluição, o preparo do quimioterápico. Hoje esses medicamentos são preparados na nossa matriz em Curitiba e diariamente é trazido para os pacientes realizarem a transfusão em Irati”, explica.
O envio dos medicamentos de Curitiba já sofreu atrasos por conta de obras nas rodovias. Para o superintendente, a produção ajudará a iniciar os tratamentos mais cedo. “A gente já teve alguns atrasos, não conseguia começar nos primeiros horários. Essa capela é fundamental para a gente trazer mais principalmente o conforto e segurança dos pacientes”, relata.
Há ainda situações que a produção na capital pode trazer risco de desperdício de medicamentos. “Às vezes, a gente manipulava uma bolsa, enviava e por qualquer motivo o paciente não ia na unidade. Nós perdíamos essa bolsa. Isso é um desperdício, nós temos que jogar fora. Agora não. Se por algum erro ou problema o paciente não comparecer, a gente tem a garantia do não desperdício da droga. Por outro lado, às vezes, acontece de o paciente ir na data errada e se por algum motivo precisar produzir algo, a capela está ali”, conta Adriano.
A produção local também ajudará os pacientes que vivem no interior dos municípios. Alguns pacientes têm tratamentos de até dez horas e precisam vir a Irati para fazer as infusões. Com a chegada atrasada, alguns pacientes podem ter o tratamento terminando mais tarde. “Às vezes, chega às 10h, mas como pode chegar às 11h. Não posso atender este perfil porque se eu começar a atender às 11h da manhã, eu termino essa quimioterapia já passada a noite. É mais um ganho, principalmente a esse protocolo específico”, disse Daniela.
A atual demanda de pacientes em Irati é de 20 pessoas que fazem o tratamento. Mas apesar disso, a capela pode operar para mais pacientes. Além da capela, o prédio onde está a unidade recebeu outras adequações como pintura e um pequeno refeitório. Ao todo foram R$ 200 mil em recursos investidos, sendo que quase R$ 100 mil foram para custar a capela.
Todo esse recurso foi obtido pela campanha realizada pelo Grupo Ivasko, com o X-Solidário. Ao longo de quatro anos, a campanha tem ajudado a arrecadar recursos com a comunidade para investir na unidade. O superintendente explica que os recursos foram guardados para serem utilizados nesta reforma. “Todo esse valor foi guardado ao longo dos anos e agora em 2020 (foi iniciado em 2020 e em 2021 foi finalizado) o uso de todos esses recursos em pequenas adequações e a estrutura principal, como falei, da própria capela”, relata.
Atendimento na Covid-19: Desde a inauguração da unidade em Irati, foram mais de 20 mil atendimentos, incluindo coletas de sangue, consultas e retiradas de ponto, além de mais de 4 mil infusões de quimioterapia.
Mas neste ano, os protocolos foram modificados para atender com segurança os pacientes durante a pandemia do coronavírus. “O nosso protocolo desde o início frente à pandemia, o que o Hospital Erasto Gaertner nos prepara para isso, a gente trabalha com segurança. Temos a parte emocional, esse desgaste pelos colegas, pelos familiares que ficam doentes. Mas a quimioterapia não pode parar. Temos que estar aqui, se cuidando, seguindo todos os protocolos e para que a gente continue atendendo. A quimioterapia, os pacientes oncológicos não podem parar”, conta a administradora.
Uma das ações realizadas é o reagendamento de consultas. “Estamos trabalhando de forma reduzida, em questão de entrada de acompanhante, salvos aqueles pacientes que precisam de um acompanhante por serem cadeirante, maior de 60 anos, acamados. Nossa redução é em relação às agendas. Alguns pacientes de seguimento que depois de uma análise médica podem passar por uma consulta daqui há um mês. A gente reorganiza esta agenda, mas a quimioterapia não pode parar”, conta Daniela.