Além da ferrugem, mofo branco e oídio podem causar prejuízos aos agricultores paranaenses/Paulo Sava
Produtores de soja devem enfrentar mais problemas com doenças da planta na próxima safra de verão 2024/2025. Além da ferrugem, mofo branco e oídio podem causar prejuízos maiores aos agricultores do Paraná.
A afirmação foi feita pelo professor Sênio Prestes, que participou na última semana do Dia de Campo Agroshow Lavoro Pitangueiras, em Fernandes Pinheiro. Ele ressaltou que, nesta safra, os produtores enfrentaram muitos problemas com a ferrugem da soja. Para o especialista, este cenário deve piorar na próxima safra de verão, com o avanço das outras doenças.
“Provavelmente este cenário pode mudar para a próxima safra. Então, temos que aprender com o que tivemos na safra corrente e ficar preparados para o cenário que está se desenhando na safra de seguinte, de verão, na qual poderemos enfrentar outros problemas, como é o caso do oídio e do mofo branco. Nós poderemos ter sérios prejuízos”, afirmou.
Ferrugem da soja – A ferrugem pode ser causada por temperaturas altas e chuvas acima da média. Uma safra de inverno sem geada e sem controle nas plantas que hospedam a doença ajudam a fazer com que a ferrugem se desenvolva. “Quando se começa com temperatura mais alta e chuva, e já temos o inóculo que passou na entressafra, esta doença tem uma expressão muito grande, começa mais cedo e acaba sendo mais severa. Este é um problema sério da ferrugem”, pontuou.
Para combater a ferrugem, o produtor precisa saber o que está acontecendo com a soja logo no início da safra, segundo Sênio. “Se tem pontos de ferrugem, em diversas instituições já existem as informações se já ocorre na primeira área plantada, semeada ou em áreas de pesquisa com a ferrugem da soja. A partir disso, o produtor precisa estar alerta e iniciar, infelizmente, com a aplicação de fungicidas devidamente registrados e com indicação para o controle desta doença. Durante o ciclo, os intervalos de aplicação serão mais reduzidos”, frisou.
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Cuidados – Os cuidados com a soja devem ser iniciados ainda com a planta jovem, conforme o palestrante. “Adotou-se este termo “mais pediatria e menos geriatria”. Vamos investir mais no início para que fique mais fácil de ter respostas positivas, mantendo intervalos de 14 dias”, pontuou.
Mofo branco e oídio – O mofo branco tem como principal causa a falta de rotatividade nas culturas dentro das propriedades, segundo Sênio. “À medida em que você vai cultivando todos os anos a soja, há uma chance muito grande você manter o inóculo, que são os escleródios, estruturas que começam a infecção do mofo branco, e vão aumentando. Então, as áreas de mofo branco têm aumentado em número de hectares, porém precisa o ano ter temperaturas mais baixas para termos uma severidade do mofo. Nesta safra, ele ficou escondido, mas pode ser que, na seguinte, se confirmar o La Niña, esta doença passe a ter um papel importantíssimo. Aí, obrigatoriamente, o produtor terá que utilizar o fungicida mais específico para esta doença”, comentou.
Em regiões com altitude e áreas com histórico de doenças da soja, o produtor pode ter ainda mais perdas na produção. “Naturalmente, quando vêm os problemas de mofo, temos sempre o oídio de companheiro. Então, timidamente pode ter perdas de 10%, 20%, 30% e até 40%, somando talhões que tenham problemas destas duas doenças. As aplicações devem ser preventivas para oídio e , no momento certo, para o mofo branco, que é o florescimento”, finalizou.