Sem receber subvenção da prefeitura de Irati e com doações diminuindo, voluntárias pedem ajuda para comprar ração para os animais/Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava
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Filhote que está disponível para adoção responsável. ONG possui sete animais para adoção. Foto: Priscila Ellen |
A presidente da ONG, Bernadete Joffe, afirma que a situação da ONG ficou ainda mais difícil desde o início do ano, quando a organização passou a não receber a subvenção da prefeitura de Irati. “Desde o mês de janeiro, que a gente deixou de receber a subvenção da prefeitura, de R$ 7 mil. Nós também tivemos no final do ano, um corte na entrega das rações porque na agropecuária que a gente comprava as rações para pagar a longo prazo, a dívida chegou a R$18 mil. Com isso, o proprietário achou por bem que a gente não conseguiria mais, mediante essa dívida crescente, comprar as rações”, conta Bernadete.
Com a pandemia, a ONG não conseguiu realizar rifas e bazares que normalmente fazia para conseguir arrecadar dinheiro. Assim, os voluntários iniciaram uma campanha para arrecadação na internet após não possuir mais nenhuma ração para os animais. “Nós recebemos várias doações. Na sexta-feira [30] a Kombi conseguiu levar muitos sacos de rações e nós pudemos alimentar com um pouquinho mais de dignidade os cães que estão sob tutela da ONG”, explicou.
Atualmente, o abrigo construído na propriedade do ex-vereador Rogério Luís Kuhn possui 120 animais. Mas há ainda animais nas casas de voluntárias que não recebem mais a ração doada pela ONG, que é utilizada totalmente para os animais do abrigo.
Anteriormente, as voluntárias recebiam de 12 a 15 sacos de ração porque algumas possuíam até 50 animais em suas propriedades. “Nesse momento a gente não está conseguindo repassar na parte externa dos voluntários que tem cães, todos estão tentando manter conforme suas possibilidades, mas com uma condição bem inferior de quando recebia a ração”, disse.
Com as doações diminuindo, caindo até 50% do que o usual, e uma dívida antiga de até R$ 80 mil, as voluntárias se mobilizaram para tentar reaver o recurso da prefeitura.
No início do ano, as voluntárias apresentaram um projeto com revisão do valor do recurso, incluindo despesas de veterinários, castrações e rações. Antigamente, a ONG deveria receber R$ 7 mil mensais. Agora, no novo projeto, a ONG pede que o valor mensal passe a ser de R$ 34 mil.
Bernadete destaca que o valor engloba os gastos com o resgate de animais, e não apenas a manutenção. “O nosso maior problema é que diariamente nós temos atendimento de cães atropelados, de cães que precisam de cirurgia. E essas cirurgias não são simples, nem baratas porque vai para clínica, e a partir do momento que vai para a clínica, nós não temos o controle de quanto vai gastar. Teve um final de semana que a gente enviou uma cachorrinha para Rebouças, na Clínica Ideal, e foi R$ 1700. A cachorrinha tinha engolido um anzol, os pescadores chegaram no posto, deixaram as varas ali, a cachorrinha foi atrás da isca que tinha alguma coisa de galinha na isca e acabou precisando de cirurgia”, relata a presidente da ONG Amigo Bicho.
O projeto foi enviado para a prefeitura que pediu adequações. “Foi pedido uma readequação do projeto não incluindo dívidas antigas, a gente fez. E em fevereiro foi novamente protocolado na Procuradoria Geral e até o momento não temos nenhuma resposta sobre isso”, disse.
Sem resposta, a ONG enviou ao prefeito de Irati, Jorge Derbli, um ofício requisitando informações sobre a continuidade da subvenção e explicando o trabalho da ONG para o município.
Adoção: A adoções de animais em abrigos é uma possibilidade que pode ajudar para que a ONG não tenha maior crescimento de despesas. No entanto, a ONG ainda possui diversos filhotes que acabam crescendo sem serem adotados.
No momento, uma das maiores dificuldades é a adoção de filhotes pretos. “Nós temos dezenas de filhotes pretos. De todas as idades, de todos os portes. Existe um certo preconceito contra filhotes pretos, então a gente vai ficando com dezenas e dezenas de filhotes e não consegue essas doações”, relata Bernadete.
Doações: Uma das maneiras que a ONG possui de arrecadar recursos é por meio da Nota Paraná. As pessoas podem deixar as notas nas caixinhas que estão nos supermercados ou cadastrar as notas no site da Nota Paraná. “Quanto mais notas a gente cadastra, maior a possibilidade. Mas existe muitas notas que existe somente para sorteio, elas não entram como recurso de imposto fiscal. No mês de dezembro, que foi o que a gente recebeu da última vez, deu R$ 7 mil que a gente utilizou totalmente para pagar a clínica porque as nossas dívidas de clínicas são muito altas. É um dinheiro que entra hoje e amanhã ou depois já estamos repassando para a empresa prestadora de serviço”, disse.
Quem quiser ajudar também pode doar para as contas da ONG. Na Caixa Econômica Federal, a doação pode ser depositada na agência 0390, conta poupança 11975-3, operação 013. No Sicredi, o depósito pode ser feito no banco 748, agência 0719, conta 11195-6.
A ONG também disponibiliza um número para doações por meio do Pix. As doações podem ser feitas no número do CNPJ da ONG, 06.946.226/0001-66.