As variantes P1 e P2 já foram diagnosticadas no município. Nos dois casos, pacientes conseguiram se recuperar/Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub
O caso da variante P1 foi com uma profissional de saúde, de 44 anos, que mora na área urbana do município. Segundo o responsável pela Vigilância Epidemiológica de Rebouças, Aguinaldo Antonio Hurbik, a paciente já havia sido vacinada contra o coronavírus. Ela havia tomado duas doses da Coronavac. “Essa variante P1 que foi encontrada em uma das amostras de pacientes nossas aqui do nosso município, foi de uma coleta executada no dia 05 de março, de um paciente que estava com sintomas característicos por infecção por Covid, e tinha um pequeno detalhe que essa pessoa também já tinha tomado há mais de 15 dias a segunda dose da vacina”, conta Aguinaldo.
A amostra foi coletada e enviada para o Instituto de Biologia Molecular do Paraná, em Curitiba. Como o caso envolvia alguém que já havia sido vacinada, o material foi enviado para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que depois de um sequenciamento genético, confirmou ser a variante P1. “A amostra seguiu para o laboratório, Instituto de Biologia Molecular do Paraná, só que como a gente já tinha feito a solicitação ou a informação da amostra que se tratava de uma pessoa que estava apresentando sintomas característicos por infecção por Covid e ela já tinha sido vacinada, automaticamente quando essa amostra foi confirmada como detectável para Covid, automaticamente ela foi selecionada para ser mandada para análise no Rio de Janeiro. Que veio a resposta para a gente”, explicou o responsável pela Vigilância Epidemiológica.
Aguinaldo conta que a paciente se infectou fora do município e que não chegou a contaminar outra pessoa. “Essa pessoa teve contato com pessoas de outras cidades, da cidade de Ponta Grossa, e provavelmente a fonte de infecção foi nessa cidade, não teve nenhuma infecção ou passou essa infecção para outras pessoas aqui no município naquela época”, relata.
De acordo com Aguinaldo, a vacinação da reboucense ajudou que ela não apresentasse sintomas mais graves, o que é característico da variante P1. “Se curou e está tudo bem. Ela teve sintomas importantes, mas não chegou a ser moderado nem grave o caso dela. Somente sintomas de febre, dor muscular, dor nas articulações, fraqueza, perda de olfato, perda de paladar”, disse.
O responsável pela Vigilância Epidemiológica destacou que a vacina permitiu que a doença evoluísse com sintomas leves. “Graças a Deus, logo depois, se curou. Isso mostra também a eficácia da vacina que ela tinha tomado. Isso é muito importante porque a gente vê que a vacina pode proteger mesmo. Ainda mais de uma variante dessas que é altamente contagiosa e ela tem a tendência de a virulência pode ser muito maior”, contou.
Já no caso da variante P2, o paciente infectado era um jovem de 19 anos, que mora na área rural do município e não havia tomado nenhuma dose da vacina contra o coronavírus. Aguinaldo explica que esse caso ocorreu há dois meses. “Há dois meses já tivemos a notícia que uma das amostras que coletamos foi analisada, no estado de Minas Gerais, e apresentou nessa amostra a variante P2. Ela não é tão importante no sentido de transmissibilidade ou de letalidade, mas é um caso também de pessoa que estava em outra cidade que voltou contaminada”, disse.
Como o caso foi atendido em um hospital, foi realizado o pedido de análise do painel viral completo do paciente. “No caso da variante P2, como a gente tinha mandado rodar o painel viral completo de todos os vírus na amostra do paciente, essa amostra foi pro Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública do Paraná] mesmo, eles fizeram a pesquisa do material genético, identificaram uma diferenciação e mandaram para análise no laboratório de Minas Gerais [Fundação Ezequiel Dias – FUNED], para fazer sequenciamento genético e depois de dois meses veio o resultado para gente informando sobre essa questão”, contou.
O paciente também apresentou sintomas leves. “O paciente também passou bem. Teve poucos sintomas. Não entrou no quadro moderado nem grave. Se curou também. Já está em atividade há bastante tempo. E não foi evidenciado que ele conseguiu passar essa variante para outras pessoas”, disse.
Nos dois casos, não houve reinfecção. Aguinaldo explica que em Rebouças há apenas um caso que poderia se classificar como reinfecção. Contudo, o caso não pode ser confirmado porque o primeiro exame, feito na primeira infecção, foi feito em um laboratório particular, que acabou não guardando o material genético. Sem esse material, é impossível fazer a confirmação da reinfecção, já que é necessário fazer o sequenciamento genético de ambas as amostras.
“O único caso que temos aqui de reinfecção, que a gente não pode levar material para sequenciamento genético – que até agora apareceu para a gente – foi um caso de uma pessoa que teve contaminação por Covid e foi coletado material particular de identificação de antígeno, no mês de novembro. E agora nesse mês de volta, teve mais um resultado positivo para Covid, mas coletado material de identificação de antígeno. Esse é o único caso que a gente tem, e que a gente não pode porque não sobrou, não teve material pra gente, porque foi coletado particular e o exame não guarda material genético para gente poder fazer o sequenciamento”, explicou.