Clube foi punido pela escalação irregular dos atletas Arthur e bruno durante as duas primeiras partidas do time na primeira fase da competição estadual. Multa que havia sido aplicada foi extinta/Paulo Sava e Rodrigo Zub, com reportagem de Ademar Bettes
O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) negou recurso impetrado pela defesa do Iraty Sport Club contra a punição aplicada ao clube pela escalação irregular dos atletas Arthur e Bruno durante os dois primeiros jogos do time na primeira fase da 3ª divisão do Campeonato Paranaense. Com isso, o clube continua fora da competição com a perda de sete pontos na classificação na primeira fase.
O Azulão também havia sido punido com uma multa de R$ 3 mil em função da irregularidade. Porém, a multa foi extinta após o recurso apresentado pelo clube, conforme decisão do auditor presidente do TJD/PR, Mauro Ribeiro Borges, divulgada na quarta-feira.
Pela regra da competição, o Iraty poderia inscrever até cinco atletas não profissionais com menos de 20 anos. Porém, os dois atletas completaram 20 anos em 2023 e, no entendimento dos auditores, não poderiam ter sido escalados nos jogos contra Batel e Hope Internacional nas duas primeiras rodadas do campeonato. O clube perdeu três pontos em cada partida e ainda perdeu mais um ponto conquistado no empate contra o Hope Internacional.
Vale salientar que em virtude da perda de pontos, o Iraty ficou em último lugar do grupo A na primeira fase da 3ª divisão com quatro pontos. Com isso, a vaga na semifinal ficou com o terceiro colocado, Prudentópolis, que terminou a primeira fase com 11 pontos (mesma pontuação do Iraty), mas levava desvantagem no saldo de gols. Com a punição ao Azulão, o Prude terminou a disputa em segundo lugar e está disputando a semifinal contra o Nacional, de Rolândia. No primeiro confronto entre os dois times na quarta-feira, houve empate em 0 a 0 no estádio Newton Agibert, em Prudentópolis. A partida decisiva será realizada no domingo, às 11h, em Arapongas. Quem vencer o jogo se classifica para a final e garante o acesso para a 2ª divisão. Em caso de empate, a classificação será decidida nos pênaltis.
Quer receber notícias pelo WhatsApp?
Nelinho, um dos integrantes da empresa G4, que administra o futebol do Iraty, falou sobre a decisão do TJD ao repórter Ademar Bettes. Ele disse que a diretoria acreditava que os atletas poderiam continuar jogando até os 21 anos, pois os regulamentos de outras entidades que organizam futebol permitem essa prática. “Se o atleta tinha condições de jogar até o aniversário, acreditávamos também que ele poderia jogar até completar 21 anos, mas não foi assim que a Federação (Federação Paranaense de Futebol – FPF) entendeu. O sistema aceitou que estes meninos fossem habilitados na competição e para nós, estava tudo certo. Infelizmente, tomamos este revés e perdemos 7 pontos. Entramos com recurso na segunda-feira através do nosso advogado Eduardo Vargas, mas infelizmente ontem (quarta-feira) estávamos esperando uma resposta positiva deles, o que acabou não acontecendo. O juiz acabou indeferindo este recurso e infelizmente saímos da competição”, comentou.
A permissão para inscrever até cinco atletas não profissionais com menos de 20 anos na competição, que antes parecia ser algo benéfico, se tornou prejudicial ao Iraty, na avaliação de Nelinho. “Nós somos uma das únicas equipes que tem categorias de base, temos os meninos com idade para disputar as competições. Com isto, estes meninos que poderiam estar na competição teriam que estar há 3 meses na equipe, e o Iraty tinha estes meninos há mais de 3 meses registrados conosco. Acredito que foi isto que acabou gerando esta confusão, este mal entendimento e acabou nos prejudicando. Algo que seria bom para nós, no final, tomamos um prejuízo”, lamentou.
Após o recurso ser negado, a diretoria da empresa G-4, que administra o futebol do Iraty, começou a dispensar alguns atletas que disputaram a 3ª divisão. “Depois que tivemos a notícia de que o juiz não acatou o nosso recurso, nos reunimos e passamos para eles a situação. Assim, os jogadores foram se desligando e os meninos que têm contrato conosco retornam normalmente no ano que vem para acabar os trabalhos”, frisou Nelinho.
Mandos de jogos – Por conta da falta da renovação de um alvará do Corpo de Bombeiros, que venceu no dia 26 de outubro, o Iraty precisou mandar seus últimos jogos em Prudentópolis e Campo Largo. Os custos destas viagens serão pagos pelo clube, porém algumas contas devem ficar para o ano que vem, segundo Nelinho. “Neste ano, tínhamos o alvará até o dia 26, a primeira partida foi no dia 19, e a partir disso, não tínhamos mais a liberação para mandar os jogos aqui. Com isto, tivemos que, obrigatoriamente, mandar os jogos em Prudentópolis e Campo Largo. Isto gerou alguns custos a mais, que não estavam no nosso planejamento. Algumas pendências vão ficar para o ano que vem”, frisou.
Nelinho detalhou como funciona todo o processo para a liberação do estádio por parte do Corpo de Bombeiros. Ele não informou se já há uma data para que o novo alvará seja emitido e o clube possa mandar jogos da categoria profissional em seu estádio. “Nós precisamos estar com um plano de ação que eles pedem para liberar e ser aprovado. Após isso, eles vêm fazer esta vistoria aqui no estádio, antes disso eles não conseguem e entendemos o trabalho deles também”, finalizou.
Em relação aos valores devidos à FPF e contas do dia a dia, como o aluguel dos alojamentos dos atletas, por exemplo, Nelinho afirmou que os pagamentos estão em dia.