Universidade deve discutir internamente qual será o espaço e a medida do terreno a ser doado para a realização da obra, orçada em aproximadamente R$ 7 milhões/Paulo Henrique Sava, com informações da Unicentro
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Em reunião, reitoria da Unicentro confirmou a intenção de doar uma área dentro do campus Irati para a construção do IML. Foto: Paulo Henrique Sava |
A necessidade de implantação do IML é uma demanda antiga da comunidade iratiense. O prefeito Jorge Derbli (PSDB) sinalizou que a Prefeitura poderá auxiliar na implantação do órgão com a construção de um acesso ao prédio pela rodovia BR 153. Se houver qualquer entrave que impossibilite a instalação nos terrenos pertencentes à Unicentro, o município fará a doação de uma outra área para o Estado. “Se conseguirmos, agora com a ajuda dos deputados, independente de qual for, com a união de todos e da sociedade civil, da Prefeitura, da Câmara de Vereadores e da Unicentro, que o IML seja implantado na Unicentro e precisar fazer um acesso pela BR 153, disponibilizei a Prefeitura para fazermos esta obra de acesso, pois temos 33 alqueires de área da Unicentro. Ao mesmo tempo, se houver dificuldades, a Prefeitura se dispõe a doar um terreno ao Estado para a construção”, frisou o prefeito.
Em entrevista, o deputado estadual Emerson Bacil (PSL) anunciou que os recursos para que a obra tenha início já estão previstos em uma emenda parlamentar acrescentada à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do Paraná para 2022, a ser aprovada ainda neste ano. “A questão orçamentária é fundamental. Eu coloquei em uma emenda, a 163/2021, a indicação, dentro do que nos cabe, na LDO que vai ser aprovada neste ano, a construção do IML. Prospectamos isto dentro da LDO do Estado do Paraná, é uma das primeiras situações do orçamento”, pontuou.
Para que os recursos sejam liberados, é preciso analisar a viabilidade de aprovação das indicações de deputados federais e estaduais, segundo o deputado. “É uma questão de construção, de buscar caminhos. Temos que ver a viabilidade das indicações de deputados federais e estaduais, assim como foi feito em Ponta Grossa, mas é passo a passo. Não podemos começar do fim, mas sim de onde qualquer obra é feita, terreno e projeto. Tem isto? Agora o próximo passo não é o Emerson que vai dizer, mas sim a sociedade organizada, juntamente com o Governo do Estado e os demais deputados”, frisou.
O delegado Paulo César Eugênio Ribeiro avaliou que a implantação do IML em Irati está bem encaminhada. “Isto vem a se somar a todos os esforços da sociedade civil. O IML é primordial, Irati é uma cidade que o comporta pelo seu tamanho e localização, muito bem localizada dentre os municípios próximos. Acredito que estas reuniões sejam para somar e fortalecer esta necessidade junto ao Governo do Estado”, comentou.
O delegado reforçou que a vinda do IML poderia resultar também em uma futura transformação da 41ª Delegacia de Polícia Civil em Subdivisão Policial. “Eu, de fato, desconheço algum IML que exista em cidade que não tenha subdivisão. O IML vem para a cidade em razão dos problemas que ela tem. Se você transforma a delegacia atual em uma subdivisão, demonstra que o nosso trabalho está maior e necessitando de mais investimentos. Eu vejo como uma consequência a vinda do IML com a subdivisão”, ressaltou.
O presidente da Câmara de Vereadores, Hélio de Mello (PV), afirmou que o projeto teve andamento depois de seu discurso na tribuna da casa há cerca de duas semanas. Na oportunidade, o parlamentar reclamou sobre a mudança de atendimento do IML de Ponta Grossa para União da Vitória. Por isto, para ele, este momento é ideal para pressionar o governador Ratinho Júnior a autorizar a obra em Irati. “Precisamos aproveitar este momento. Vejo eu que este ponto aqui na universidade vai centralizar toda a nossa região. Estou preocupado com esta transferência para União da Vitória, que só atende terças, quartas e quintas-feiras. Um cadáver que vai para lá na sexta-feira ou só é devolvido na terça-feira seguinte ou é enviado para o IML de Curitiba, para depois retornar para União da Vitória e a família. Vejam o transtorno que é causado: além da dor da perda do familiar, ainda tem a situação de aguardo, de desespero. Se somarmos as forças políticas, vontade e interesse tem, e temos absoluta certeza de que, em um breve período de tempo, teremos mais este tipo de atendimento na nossa cidade”, ressaltou.
Serviço de Verificação de Óbitos – O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), programa do Governo Federal responsável pela verificação de mortes naturais, também deve ser implantado em Irati. Bacil afirmou que o serviço é importante para desafogar os atendimentos do IML, porém ressaltou que sua implantação prévia não é necessária. “Na verdade, o SVO se instala no espaço autorizado do IML, não há como construir, a princípio, através da SVO, um espaço para o IML, que é uma responsabilidade do Estado e o SVO é uma parceria e um consórcio com o Ministério da Saúde a nível federal. O serviço é importantíssimo para desafogar os atendimentos do IML, que lida com situações mais complexas. São duas pautas extremamente importantes, e destaco que temos poucas SVO’s no Brasil, e não sei o porquê desta situação, mas Irati estar reivindicando é fundamental e importante”, pontuou.
A presidente do Conselho de Segurança de Irati (CONSEG), Patrícia da Luz, que também é assessora do deputado estadual Ricardo Arruda (PSL), um dos autores do pedido para instalação do IML e do serviço, avaliou que o SVO precisa ser implantando previamente para garantir o custeio e o início da obra do IML. Na visão dela, o governo do estado precisa ouvir a Polícia Cíentífica (PC) para saber se o município está na rota de implantação do órgão. “Precisamos implantar o SVO no município para garantir o custeio e a manutenção deste IML depois de construído e começar a angariar o dinheiro para a obra. Não adianta ficar fazendo requerimentos para o governo porque ele não tem condições de implantar um IML, e ele até quer, mas tem que ouvir a Polícia Científica, se ela tem interesse e se o município está na rota ou não, pois às vezes não existe demanda grande para isto, o que não é o caso de Irati, que tem uma demanda grande e estava na rota. A reunião foi produtiva para entrelaçarmos os laços de que ‘a união faz a força’”, enalteceu.
O reitor da Unicentro acredita que a vinda do IML e do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), irá beneficiar projetos vinculados à universidade, como o Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) e o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (NEDDIJ), que realizam exames de corpo de delito em pessoas que sofrem violência doméstica. Além disso, as novas instalações poderão também abrigar um laboratório de anatomia a ser utilizado pela instituição. “Tendo (o IML) aqui em Irati, vai ser muito mais fácil. O IML aqui em Irati trará benefícios para estas parcerias e a nossa comunidade, mas digo que a Unicentro poderá fazer estágios e ter um laboratório de anatomia muito mais apropriado. Com certeza, se nós tivéssemos aqui, próximo às dependências da Unicentro e dos nossos espaços de aulas, teríamos muitos projetos de Iniciação Científica, estágios e projetos de extensão, pois trabalhamos com muito público que sofre violência e auxiliamos muitas pessoas da comunidade. Com certeza o IML será muito bem-vindo para Irati e para a Unicentro no sentido destas parcerias”, finalizou.
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Patrícia da Luz, presidente do Conselho de Segurança (CONSEG) de Irati |
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Hélio de Mello (PV), presidente da Câmara de Vereadores |
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Jorge Derbli (PSDB), prefeito de Irati |
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Deputado estadual Emerson Bacil (PSL) |