Vereadores não votam projeto que trata da reversão de terreno do Centro Cultural

Projeto foi retirado da pauta da sessão de terça-feira para que o município faça uma…

23 de agosto de 2023 às 21h23m

Projeto foi retirado da pauta da sessão de terça-feira para que o município faça uma adequação de sua justificativa. Projeto prevê doação de parte do imóvel para o TJ/PR para construção do novo fórum da Comarca

Obra do Centro Cultural Denise Stoklos está paralisada há mais de dez anos. Foto: Paulo Sava

Na sessão de terça-feira da Câmara de Irati, o vice-presidente da Casa, João Henrique Sabag Duarte (Doutor João Henrique) comunicou a retirada do projeto de lei 28, que trata sobre a reversão do terreno onde está a obra inacabada do Centro Cultural Denise Stoklos, que pertence à Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) para o município.

João Henrique, que está comandando as reuniões do legislativo durante o período de afastamento do presidente José Ronaldo Ferreira (Ronaldão), que está se recuperando de uma cirurgia realizada recentemente, disse que o projeto foi retirado da pauta de discussões para que o município faça uma adequação de sua justificativa. “Foi retirado de pauta para que o poder executivo realize a adequação da sua justificativa e assim o mesmo esteja totalmente claro quanto ao seu objeto e apto a ser apreciado pelo plenário”, comunicou João Henrique durante a sessão.

A retirada do projeto da pauta da sessão aconteceu mesmo depois de alguns integrantes do Conselho Municipal de Cultura decidirem não solicitar que os vereadores apresentassem um pedido de vista, ou seja, mais tempo para analisar a matéria. O posicionamento foi dado após uma reunião realizada na Câmara na manhã de sexta-feira. O encontro entre vereadores, integrantes da administração municipal e pessoas ligadas a cultura de Irati ocorreu após um pedido do vereador Hélio de Mello. Na justificativa do projeto, o Executivo afirmou que irá doar parte do imóvel para o Tribunal de Justiça do Paraná para construção do novo fórum da Comarca.

Confira o posicionamento do presidente do Conselho Municipal de Cultura, Leonardo Schenato Barroso, e também todo o histórico envolvendo o repasse do terreno do Centro Cultural para a Unicentro para a conclusão do Centro Cultural clicando aqui.

Quer receber notícias pelo WhatsApp?

Em contato com a nossa reportagem, a artista iratiense, Marili Teixeira, que é conhecida pela personagem a “Bruxa da Montanha”, gravou um áudio com seu posicionamento em relação ao assunto. “Todos sabem do meu amor pela cultura por todas as atividades artísticas e em especial pelo teatro. Por isso não poderia deixar de expor aqui minha opinião, que é a da maioria dos artistas iratienses sobre essa possível doação de parte do terreno do Centro Cultural para o poder judiciário. Penso que esse espaço foi cedido para a cultura se perdermos um pouco hoje logo podemos perder o restante. Esse espaço vai faltar lá na frente quando a obra for concluída. Olhando no mapa da área a ser cedida percebe-se que o muro que deverá ser construído para a divisão das duas obras fechará completamente a vista da entrada do teatro, onde poderiam ser colocadas tendas para realização de feiras culturais e atividades artísticas ao ar livre. Um dos maiores problemas quando se tem um grande evento em qualquer cidade, Irati ou outra qualquer é o estacionamento. Pela dimensão desta obra, esse espaço é o ideal para tudo que possa haver de cultura, atividades artísticas, festival de música, shows, formatura, entre tantos outros eventos”.

O enfermeiro e palestrante, Agostinho Basso, também manifestou sua preocupação em relação ao espaço em torno da obra do Centro Cultural. “O que me preocupa com a doação do terreno de 5 mil metros para o fórum, acaba totalmente com o espaço para estacionamento do futuro centro cultural, o que pode encerrar e enterrar de fato a sua conclusão. Sou a favor de não ter pressa nesta doação ao poder judiciário. A reversão do terreno sou totalmente a favor, mas daí perder o espaço do futuro estacionamento do centro cultural, vejo como um agravante bastante significativo. Se o município tem intenção de terminar o centro cultural, fica descabido a possível doação de 5 mil metros. Temos que pensar bem para não haver arrependimento”, disse Agostinho em mensagem encaminhada à Najuá.

Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.