Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional acontece dia 15 de junho em Irati

07 de junho de 2023 às 19h12m

Evento discutirá políticas públicas para segurança alimentar, além de eleger novo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e representantes para a Conferência Regional/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub

Em entrevista à Najuá, o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Edilson Santos, o secretário de Abastecimento e Segurança Alimentar de Irati, Raimundo Gnatkowski (Mundio), a engenheira de alimentos, Daniele Schlumberger, e o extensionista rural, José Carlos do Amaral, do IDR/PR, contaram detalhes da programação da Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

A 6ª Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional acontece no dia 15 de junho na Associação dos Servidores Públicos Municipais (ASPMI), em Irati. O evento começa às 8h30 e segue até às 16 h. A expectativa é que o evento reúna mais de 80 representantes de instituições.

A programação contará com palestras que discutirão o tema do evento que é “Erradicar a fome e garantir direitos com comida de verdade, democracia e equidade”. O extensionista rural, José Carlos do Amaral, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR/PR), explica que a discussão do tema é pertinente ao País. “É um tema atual porque nós somos um País de terceiro mundo, nós somos um País que está na periferia do sistema, que tem uma quantidade de pobres muito grande e, junto com esse aumento da pobreza absoluto e relativa, nós temos também todo um processo de aumento da fome. Nós precisamos olhar, em termos de política pública, com mais cuidado para a fome e no combate à fome, como uma forma de diminuir as desigualdades, de aumentar a participação das pessoas, de aumentar a democracia”, disse José.

Após a aprovação do regimento da conferência, a programação do dia inicia com palestras. Logo em seguida, os participantes serão divididos em três grupos de discussão correspondentes aos três eixos da conferência. “Essa discussão acontece nesses grupos de trabalho por um período, cerca de uma ou duas horas. Chegamos até o período da tarde fazendo isso e depois, abrimos uma plenária. A plenária, baseado no que cada grupo trabalhou, nós mostramos as diretrizes que cada grupo está propondo e depois forma um relatório final com todas essas diretrizes, que o município de Irati vai indicar para a Conferência Regional e, assim, sucessivamente, até chegar na Conferência Nacional”, conta o extensionista rural.

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A conferência ainda vai eleger o novo Conselho Municipal de Segurança Alimentar, além de escolher três representantes para a Conferência Regional, sendo dois do poder público e um da sociedade civil. Terão direito à voto e poderão ser votadas as pessoas que forem representantes de uma instituição com CNPJ.

“Você que é uma entidade, seja de qual instituição que for, que tem essa preocupação, esse trabalho dentro da segurança alimentar, se sinta convidado. Só chegue com um ofício, representando através do seu CNPJ, a associação que você for, seja uma associação do interior ou seja um grupo aqui da cidade. Levando esse ofício, você participará efetivamente desse momento. Terá direito a voto e ser votado compondo a esse Conselho de Segurança Alimentar”, explica o secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar de Irati, Raimundo Gnatkowski (Mundio).

As propostas discutidas dentro da conferência poderão auxiliar na construção de políticas públicas para a população e para os agricultores. “É um momento de escuta, de participação social, da sociedade ir lá e dizer o que espera do Estado, o que espera da intervenção do Estado, o que espera das políticas públicas. Nem tudo necessariamente vai virar a política pública, mas as diretrizes colocadas vão ganhando força na medida que elas vão passando. Por exemplo, se Irati enfrenta um problema de segurança alimentar nutricional que é similar ao de Rebouças, que é similar de um outro município no Oeste do Estado, essa diretriz vai ganhando força até virar uma política pública”, conta José Carlos.

Em Irati, há programas que nasceram a partir das conferências públicas e que hoje beneficiam a comunidade. É o caso do Banco de Alimentos que funciona junto ao Centro de Processamento de Alimentos, que está localizado na Feira do Produtor. “Nós temos o Banco de Alimentos que foi através de uma conferência que o município conseguiu fazer o cadastramento porque o Banco de Alimentos funciona no Ceasa. Toda a sobra, que é uma sobra limpa que falamos, eles doam para os municípios”, explica a engenheira de alimentos e nutricionista da prefeitura, Daniele Schlumberger.

Por meio do programa, Irati recebe toneladas de verduras e frutas uma ou até duas vezes ao mês. “Fazemos a distribuição para quem está cadastrado conosco”, conta Daniele.

No Centro de Processamento de Alimentos de Irati ainda ocorre a entrega da merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e a distribuição de leite para crianças em cinco pontos da cidade.

Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional acontecerá no dia 15 de junho na Associação dos Servidores Públicos Municipais. Foto: Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Irati

O local também tem sido usado para a realização de cursos, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Entre os cursos estão o de cozinheiro e confeiteiro. Os alunos do curso de cozinheiro participarão da conferência servindo um almoço aos participantes. A programação contará ainda com uma partilha do café.

Para o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Edilson Santos, as conferências são importantes para que se consiga projetar políticas públicas que auxiliam os agricultores familiares. “Algumas das propostas saíram aqui de Irati, saírem de outras regiões e que foi visto que, às vezes, a falta de comida estava na cidade, mas como é que poderia ser implementado para que os agricultores também tivessem renda. Hoje vemos alguns programas como, o exemplo de Irati, que tem o Ecotroca. É um programa que favorece o agricultor que produz o alimento, vende para prefeitura e a prefeitura troca por reciclável com as pessoas nos bairros. Temos também o programa Compra Direta do governo do Estado, que é um programa que acredito que passa dos R$ 700 mil por ano, que é comprado da agricultura familiar, distribuído para as entidades para os CRAS [Centro de Referência em Assistência Social] do município que tem os cadastros das famílias que estão em vulnerabilidade”, disse.

De acordo com Edilson, uma das propostas que serão levadas à conferência deste ano é a ampliação de políticas públicas para os agricultores familiares. “A maior reinvindicação é que consigamos mais projetos para ampliar o número de agricultores beneficiados. Hoje, eu acredito que nessas comercializações, deve estar entre as três associações que comercializam, em torno de mais de 100 famílias, que comercializam direto nos programas institucionais. Mas, essa é a maior reivindicação que enfrentamos de como é que nós conseguimos mais programas, mais recursos. Isso vai sair também na conferência, que é a demanda de mais recursos que seja investido na agricultura familiar para projetos e, com isso, tenhamos mais alimento na mesa das famílias”, conta.

As inscrições para a Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional podem ser feitas clicando aqui ou no Centro de Processamento de Alimentos, que está localizado na Feira do Produtor, ou pelo WhatsApp, no número (42) 9-9996-8126. Também haverá inscrições no dia da conferência.

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