Segundo as investigações, o médico havia ingerido bebida alcoólica e transitava em alta velocidade pela rodovia quando atingiu o veículo Gol conduzido por Patrick de Camargo Dutra, de 25 anos, que morreu no local do acidente

O Ministério Público do Paraná (MP/PR) apresentou denúncia contra o médico Fábio Ruperto Cândido Seyboth, acusado de causar o acidente que matou o jovem Patrick de Camargo Dutra, de 25 anos, no dia 14 de março, na BR-153, em Imbituva. Na ocasião, Patrick seguia com seu veículo Gol em direção ao município de Irati para visitar a filha recém-nascida e a esposa Liliana, que estavam na Santa Casa. O jovem morreu no local do acidente.
O Juízo da Comarca de Imbituva recebeu a denúncia nesta terça-feira, 25, e determinou que Fábio fosse citado. O médico foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, segundo contou o promotor de justiça da Comarca de Imbituva, Bruno Fanchin, à assessoria de imprensa do Ministério Público. Ele também confirmou a informação de que o trecho onde ocorreu o acidente estava em obras e o tráfego fluía no sistema pare e siga. As investigações também apontaram que o médico dirigia embriagado, o que seria uma das causas da colisão.
“Apurou-se que no local eram realizadas obras de recuperação e manutenção rodoviária, com interdição parcial da via e tráfego de veículos em sistema pare e siga. As investigações revelaram que o denunciado conduzia o seu veículo com a capacidade psicomotora alterada em razão da ingestão de bebida alcoólica e não observou a sinalização viária, vindo a colidir contra a traseira do veículo da vítima, que aguardava a liberação para seguir viagem e teve seu carro prensado contra um caminhão à frente dele. As circunstâncias revelam que o médico, assim, agiu com dolo eventual, assumindo o risco de causar o resultado morte, razão pela qual o MP busca que, ao final, o julgamento seja feito pelo Tribunal do Júri”, frisou Bruno.
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Em vídeo divulgado à imprensa, o advogado da família da vítima, Maurício Zahdi Stecinski, citou algumas atitudes do motorista, que teriam contribuído para o acidente. “Primeiro porque colocou sim em risco a vida de terceiras pessoas naquele momento, pois existiam obras na pista. Segundo, porque com certeza impossibilitou qualquer defesa por parte do Patrick. Agora, aguardamos o recebimento da denúncia pelo juízo local e confiamos no trabalho do judiciário, que vai continuar realizando a condução desse processo com sabedoria e vai nos levar à Justiça”, afirmou.
Em contato com nossa reportagem, o advogado de defesa, Gustavo Scandelari, informou que o médico procurou espontaneamente a família da vítima para tratar sobre um acordo de indenização pela tragédia ocorrida. Entretanto, por se tratar de uma negociação particular, o advogado não revelou o valor a ser oferecido. Ele também disse que a acusação é injusta e que o acidente ocorreu por conta das obras na pista. “O acusado já está tratando com a família da vítima para indenizá-los, ele não está fugindo de sua responsabilidade. A acusação é totalmente injusta, pois tinha uma obra na curva da rodovia, com sinalização que nós já identificamos que estava irregular, e o Fábio não conseguiu impedir a colisão, infelizmente. Ele lamenta profundamente a tragédia e vai assumir a responsabilidade que lhe cabe”, comentou Gustavo. Stecinski confirmou que a família foi procurada, mas até agora não recebeu nenhum valor nominal.
No dia 14 de abril, a Polícia Civil já havia indiciado o médico por homicídio com dolo eventual por conta do acidente. No momento da colisão, o Gol conduzido por Patrick estava parado na BR-153 por conta de obras de recuperação do pavimento. O carro foi atingido por um veículo Volvo e foi parar embaixo de um caminhão, que estava à frente. O acusado chegou a ser preso no dia do acidente, mas foi solto no dia seguinte, após pagar uma fiança de R$ 260 mil e segue respondendo ao processo em liberdade.