Em participação na Tribuna da Câmara, diretor do hospital, Sidnei Barankievicz, disse que já houve uma “pré conversa” sobre o assunto com o prefeito Jorge Derbli/Texto de Jussara Harmuch
Na Tribuna Livre durante a sessão da Câmara de Irati realizada na terça-feira, dia 11, o diretor administrativo da Santa Casa, Sidnei Barankievicz, concordou com a sugestão do vereador Leomar Jacumasso (Nego Jacumasso) de transferir os atendimentos de emergência e urgência do Pronto Atendimento para o hospital e desta forma, melhorar a situação financeira da instituição. A ideia vem de encontro ao que disse outro vereador, o doutor João Henrique Sabag Duarte, sobre criar um serviço de oncologia para salvar a Santa Casa de insolvência.
“É uma sugestão válida, faz todo sentido, o paciente é atendido na UPA [Pronto Atendimento], vem para o hospital fazer os exames e tem que voltar para dar continuidade no atendimento. E se necessário for, retorna para Santa Casa. Então, estando dentro da Santa Casa ele vai ter todo esse atendimento no mesmo ambiente”, disse Sidnei.
Um levantamento de custos sobre a quantia que a prefeitura terá de repassar já está sendo feito pela administração da instituição. Sidnei também comentou que uma conversa com o prefeito Jorge Derbli já foi iniciada para discutir a viabilidade da proposta.
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“A gente já está estudando, fazendo um levantamento do que que custaria para o município, já tivemos uma pré conversa com o prefeito a respeito disso. Um recurso da prefeitura para Santa Casa, sem onerar a prefeitura, porque é algo que ela já está gastando. São dois serviços de alto custo abertos 24 horas no município: um pronto atendimento municipal e o hospital, com pronto atendimento próprio. Então, se houver acerto entre o que custe e o que a prefeitura vai disponibilizar, eu vejo que há possibilidade de entrar em acordo”, afirmou o diretor do hospital.
Na semana passada, respondendo a este mesmo comentário do vereador Nego Jacumasso, o secretário Municipal de Saúde, João Almeida Junior, falou que a situação não é tão simples como parece. Ele acredita que a melhor solução não seria fechar o Pronto Atendimento para a Santa Casa assumir, como acontecia há dez anos.
“A UPA [PA] é uma unidade onde o paciente chega com o risco à vida e é estabilizado e transferido, seja para a Santa Casa ou para outro hospital. Hoje a unidade faz parte da central de leitos do Governo do Estado. Nós compramos serviços da Santa Casa. Eu não creio hoje que a melhor solução seria nós fecharmos a unidade e voltarmos a dez anos atrás”, relatou João Almeida.
O secretário destaca que cerca de 85% dos atendimentos do Pronto Atendimento são causas sensíveis à atenção primária e teria de colocar isso em contrato, não apenas as urgências e emergências. Hoje o hospital já atende casos mais graves via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Não existe solução simples para problema complexo. Não é simplesmente nós transferirmos a responsabilidade de uma unidade e nós pagarmos por isso. Temos de ver as consequências das nossas ações”. Almeida não descartou a possibilidade de, no futuro, a prefeitura terceirizar a gestão do Pronto Atendimento e a Santa Casa, se quiser, entrar na licitação. No entanto, o local deve ser o mesmo onde está o PA.
A Najuá procurou saber a opinião do Conselho Municipal de Saúde. A presidente Carla Mosele respondeu que, antes de se posicionar, os conselheiros vão aguardar para discutir o assunto com o hospital e a secretaria de Saúde.
Paralisação da Santa Casa: Durante sua participação na Tribuna da Câmara, Sidnei confirmou o que o provedor da Santa Casa, Ladislao Obrzut Neto, já havia mencionado em entrevista à Najuá na quarta-feira passada, de que a diretoria do hospital deve se reunir hoje com o Conselho Deliberativo para encontrar alternativas para resolver a situação do déficit financeiro da instituição. Uma hipótese cogitada é a paralisação dos atendimentos durante alguns dias, mantendo apenas os serviços de emergência, pois os funcionários não devem trabalhar sem receber os salários. Na semana passada, a direção do hospital pagou somente 50% dos salários dos colaborares e aguarda o repasse de verbas do governo estadual para quitar o valor pendente. Sidnei também falou que o hospital deve divulgar um pix para receber doações da população.