Aniversário foi comemorado com apresentações de danças na Munhoz da Rocha e com almoço de confraternização no CT Willy Laars/Paulo Henrique Sava e Sidnei Jorge
O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Terra dos Pinheirais de Irati completou 30 anos durante o fim de semana. O aniversário foi comemorado com apresentações de danças na Rua Doutor Munhoz da Rocha, ao som do grupo Gaitaço, comandado por Alfredo Van Der Neut, na manhã de sábado, dia 25. Depois, foi realizado um almoço de confraternização na casa do CTG, dentro do CT Willy Laars.
Os jovens do projeto de danças gaúchas do Colégio Estadual João Negrão Júnior, de Teixeira Soares, foram os responsáveis pelas apresentações artísticas. A professora aposentada Janete Aparecida Luft, coordenadora do projeto iniciado há dez anos, falou sobre a importância da inclusão dos jovens no programa e em eventos como a comemoração do aniversário do CTG Terra dos Pinheirais.
“É muito importante incluirmos a juventude em um projeto maravilhoso de dança e ter a oportunidade de vir a Irati para se apresentarem porque eles têm o objetivo de treinarem cada vez mais e estarem melhores, se ocupando de coisas que cuidam da mente e do corpo”, frisou.
Ulisses Ruva, um dos fundadores do CTG e filho do 1º patrão, Oscar Ruva, foi quem sugeriu o nome “Terra dos Pinheirais”. Ele conta como surgiu a inspiração. “O nome Terra dos Pinheirais foi inspirado no povo do Paraná e, em função de sermos daqui e termos esta tradição do sul do país, buscamos um nome que representasse a nossa região e o nosso Estado. Então, nada mais que os pinheiros, Paraná como terra dos pinheirais, e Irati, terra dos pinheiros também. Na bandeira do CTG, estão os pinheiros representando o nosso Estado, a estátua de Nossa Senhora (Morro da Santa), representando o povo de Irati e região, e a cuia e a chaleira representando a tradição sulista e gaúcha”, comentou.
Irati vem sendo bem representada em eventos gaúchos por todo o sul do país e em outras regiões do Brasil há 30 anos, o que fez com que as tradições se firmassem na região. A família Ruva foi uma das grandes responsáveis por isto, segundo Ulisses. “O pai, como 1º patrão, puxou a todos nós para esta parte, o Ico (professor), que foi até coordenador regional [da 6ª Região do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) do Paraná], então este nosso movimento teve duas coisas: a parte campeira, que já era forte, e a parte artística junto, formando assim realmente um CTG, tendo as duas partes em conjunto representando toda a nossa região”, frisou.
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Parada na invernada artística – Durante muitos anos, o grupo teve campeões na dança, nas apresentações individuais, nas gaitas, nas declamações e canções, sendo campeão paranaense com uma invernada mirim na entrada, na saída e na música tradicionalista, que é como funciona o sistema do tradicionalismo. Porém, o grupo precisou dar uma parada por conta do custo alto da artística, que está sendo retomada com a base, nas crianças, segundo a coordenadora da invernada artística, Rita Zanoni.
“Estamos retomando com um projeto novo, com a base, onde reiniciamos com as crianças, e é isto que queremos retomar agora. Nestes 30 anos, é importante fazer esta retomada, que tivemos a iniciativa de comemorar”, contou.
Mesmo com a parada na parte artística, a campeira nunca parou, e hoje está sob o comando do patrão Renato Pedro Ferreira. “Tivemos outras atividades, no caso da campeira. Hoje, o patrão é o Renato Pedro Ferreira e teve outros. A campeira sempre teve outras atividades, o que teve uma parada foi a parte artística, onde estamos tentando dar um ‘up’ para retomarmos”, comentou.
Em entrevista à Najuá, o atual patrão do CTG Terra dos Pinheirais, analisou de forma satisfatória os 30 anos da entidade. “Eu analiso com uma satisfação muito grande o aniversário do CTG, 30 anos que estamos comemorando. Quero parabenizar o pessoal da artística, que teve iniciativa de fazer esta comemoração aqui, muito bonita. Quero também agradecer aos fundadores do CTG, principalmente à família Ruva, ao senhor Oscar, ao Ico, ao Ricardo, ao Ulisses, que fundaram este CTG e hoje estamos comemorando aqui os 30 anos”, comemorou.
Atualmente, a casa do CTG, construída dentro do CT Willy Laars pela prefeitura, está sendo utilizada pelo pessoal da artística. No local, o grupo guarda os trajes para as apresentações. Antes, a construção era utilizada pelos participantes da invernada campeira.
“Nós, que somos da campeira, podemos trocar as pilchas em cima do caminhão, de uma maneira mais prática. O pessoal da artística precisa de um local mais adequado, pois é uma cultura muito importante e para isto, precisam estar muito bem trajados. Eu, com muita satisfação, cedi a casa para eles”, afirmou.
A exemplo do projeto de Teixeira Soares, o CTG pretende fazer parceria com uma escola para começar a trabalhar com a base na invernada artística. “Nós conversamos com uma pessoa de um bairro aqui de Irati, e queremos iniciar em uma escola com a base das crianças. Aí, vem a mirim, a juvenil, a adulto e a xiru, que era o que tínhamos, as quatro invernadas”, comentou.
Júlio do Vale, um dos coordenadores do projeto teixeirassoarense, também ajudou a fundar o CTG Terra dos Pinheirais, o qual, para ele, faz parte da história de Irati. “Faz parte da história tranquilamente. Eu estava aqui na fundação do CTG e continuo aqui há 30 anos”, comentou.
Para Júlio, a inclusão dos jovens no tradicionalismo é uma forma de transmitir a cultura do sul do Brasil. “É uma forma de mostrar a tradição, a cultura, o folclore e a hospitalidade do sul do Brasil, não somente do Rio Grande, mas aqui do Paraná também”, pontuou.
O prefeito Jorge Derbli destacou a importância do CTG Terra dos Pinheirais para a nossa região. “Para nós, é motivo de satisfação e orgulho que esta tradição seja passada de geração em geração por estas pessoas, cultivando a tradição gaúcha aqui em Irati. São 30 anos de história do Terra dos Pinheirais e aqui fica a minha homenagem e os meus parabéns a todos, desde o fundador até a atual diretoria”, frisou.