Deputado federal esteve em Irati, Prudentópolis, Rebouças e Rio Azul na semana passada/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava
O deputado federal Tadeu Veneri (PT) esteve na região na última semana para tratar de pautas relacionadas ao setor de educação e também realizar uma prestação de contas do seu mandato como deputado estadual. Durante sua passagem, ele visitou os municípios de Irati, Prudentópolis, Rebouças e Rio Azul.
O deputado destaca que a prestação de contas nos municípios é uma prática habitual. “Nós sempre tivemos a prática de, antes ou depois das eleições, durante o período de mandato nestes 20 anos que eu fui deputado estadual, nós procuramos dar satisfações das pessoas mais do que o que nós estamos fazendo, mas o que elas entendem que devemos fazer. Esse é um processo que é permanente”, disse Veneri, que foi deputado estadual durante quatro mandatos consecutivos entre os anos de 2007 e 2022. Na última eleição em 2022, Veneri foi eleito deputado federal com 84.758 votos, sendo 1.109 em Irati.
Durante a visita, o deputado teve um encontro com professores e alunos no Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Irati e também discutiu com representantes da educação pautas de interesse na região. “Nós temos alguns debates na região Centro-Sul, um deles sobre o Instituto Federal de Educação, que é dos IFs e toda a estrutura dos IFs. O outro é com o UTFPR [Universidade Tecnológica Federal do Paraná] também estamos fazendo um debate com a UTFPR, enfim com a educação porque o mandato tem um tripé que temos trabalhado e o mandato federal também vai ser assim, que é a educação, direitos humanos e a área de agricultura familiar e de processo de trabalhar com os produtos orgânicos, que é uma região que é grande produtora de orgânicos”, explica.
Agricultura – Na agricultura, o deputado conta que o foco é auxiliar as propriedades que conseguem fazer a plantação de produtos orgânicos, substituindo as plantações com grande quantidade de agrotóxicos de forma sustentável. Uma das possibilidades é o pagamento de serviços ambientais para quem usar menos agrotóxicos e preservar mais. “Um projeto que nós já apresentamos aqui, para pequena e para média propriedade. Claro que ela pode ser utilizada pela grande, mas principalmente para a pequena e média propriedade receber por proteger o meio ambiente é algo que talvez nunca tenha sido tão necessário como nesse momento”, conta Veneri.
Estradas – Ainda durante a sua passagem na região, a BR-476 também é outra pauta que foi discutida com representantes locais. “No caso de União da Vitória é a BR-476, que envolve também a região de Irati, porque é uma BR no trecho principalmente para São Mateus e agora terá a ligação de Irati a São Mateus, faltam alguns quilômetros para ser concluída, mas esse trecho de São Mateus a União da Vitória é um trecho que está historicamente destruído. É preciso que nós tenhamos um olhar diferenciado de como, através do governo federal e só pode ser através dele, como que nós conseguimos contribuir para que seja reconstruída a rodovia. Não é reparada porque reparada vem sendo muito tempo, mas não resolve”, disse.
Saúde – A pauta da saúde também foi abordada durante os encontros com representantes. “A questão do Hospital Erasto Gaertner que está usando uma outra dependência, mas que é natural que haja sempre um pedido para que possa ser melhor atendido até para poder melhorar atender também, mas que possa ter um olhar da Câmara Federal”, conta.
Educação – Veneri ainda destaca que a educação é uma das principais pautas trabalhadas em seu mandato. Com o início do ano, o deputado conta que já recebeu pedidos de prefeitos para o auxílio em escolas e creches que ainda não terminaram a sua construção. Ele reiterou que deve trabalhar junto ao governo federal para finalizar as obras inacabadas. “Nós estamos buscando fazer a conclusão de todas elas no Paraná. Nós temos no Brasil cerca de 1.485 escolas e creches nessas condições, com 70%, 80%, algumas com 90% concluídas. Claro, que concluir o prédio é uma situação. Você ter depois o equipamento é uma segunda situação, também demanda recursos. Eu creio que a situação que muitas vezes faz com que as prefeituras se preocupem é a manutenção e pessoal. Você tem a super creche com 150 vagas, 200 vagas, mas que exige uma quantidade grande de pessoas e, às vezes, as prefeituras não estão em condições de fazer as contratações diretas ou indiretas que são necessárias. Mas são temas que estamos debatendo”, explica.
Lei Geral das Universidades – Uma das ações ocorridas no ano passado na área de educação, ainda como deputado estadual, foi o ajuizamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 20.933/2021, conhecida como Lei Geral das Universidades. Em fevereiro, o Ministério Público Estadual deu parecer favorável a alguns pontos desta ação como a inconstitucionalidade do artigo da lei que trata sobre o fechamento de cursos com baixa procura por estudantes nas universidades estaduais. Agora, a ação foi encaminhada ao órgão especial do Tribunal de Justiça. “Eu sei que no órgão especial nós vamos ter um grande debate, até porque o Governo vai buscar anular a decisão do Ministério Público. É legítimo que o faça. E nós vamos também procurar os desembargadores para mostrar porque nós fizemos essa ação”, disse.
Para Veneri, a Lei Geral das Universidades impacta as universidades que sofrem com a diminuição de matrículas após a pandemia e pode inviabilizar algumas instituições, especialmente em relação às contratações. “Nós tivemos uma grande redução de alunos nas universidades na pandemia. Em alguns casos, na UTFPR, por exemplo, nós perdemos 40% dos seus alunos. 50% em outras universidades. A LGU também prevê a contratação conforme o número de alunos, mas a contratação progressiva para algumas universidades, no caso de alguma universidades menores do ponto de vista mais recente tem uma contratação maior, outras não teriam contratação, não teria abertura de curso, não teria continuidade. Isso inviabiliza determinadas faculdades. Em quatro ou cinco anos, praticamente será inviável mantermos as universidades como a Universidade Estadual de Londrina, Maringá, Cascavel, que são as três maiores, mas também progressivamente as menores, como é o caso da Unespar, que nos interessa diretamente por ser da região”, explica.
O deputado conta que espera que se possa chegar a uma solução. “Eu espero agora que nas próximas semanas ser julgado e possamos chegar a um consenso, um entendimento que possa tanto contemplar as preocupações do Estado e o Estado tem uma preocupação que, às vezes, vai muito na direção de redução de custos e de redução de custos com o pessoal, só que a universidade e a educação no nosso entendimento não é um gasto. É investimento”, explica.