Negociação que começou com quatro possíveis candidatos terminou em chapa única e foi aprovada com apenas um voto contrário/Texto de Jussara Harmuch
José Ronaldo Ferreira, o Ronaldão (PSDB), foi eleito como presidente da Câmara de Irati para o biênio 2023/2024. A eleição da nova Mesa Diretora foi realizada na sessão do legislativo que aconteceu na noite de terça-feira, 20. A Najuá esteva lá e conversou com Ronaldão, que definiu a negociação como um jogo que a decisão termina nos pênaltis. “A eleição para a Mesa Diretora nesses dois próximos anos foi nos pênaltis porque até o momento não tinha nada certo e nós revertemos o jogo e sagramos campeão”, comparou.
Ronaldão disse que pretende seguir a mesma linha de seu antecessor, Hélio de Mello (PV), que, de acordo com o Regimento Interno, estava impedido de concorrer novamente à presidência. “O presidente Hélio de Mello deixa a Câmara, deixa um aprendizado para todos nós da forma que ele conduziu muito educativo, inteligente e conselheiro de todos nós. Devemos seguir os bons exemplos”, relatou o novo presidente.
O vereador do PSDB também falou da sua preocupação, desde o início, em evitar desentendimentos pessoais durante o processo eleitoral. “Nós temos notícias de que na região houve uma encrenca meio grande e antes de nós vir para o plenário, nós combinamos lá na sala de reuniões interna, de nos respeitar e vamos respeitar o resultado porque aqui dentro existe um Código de Ética. No Código de Ética quando um parlamentar faltar com respeito com outro pode até perder o mandato”, lembrou Ronaldão.
O secretário municipal de Segurança, Lee Jeferson, acompanhou a sessão com mais dois agentes da Guarda Municipal.
Alcides Cezar Pinto (Batatinha) (PSD) conseguiu a vaga de primeiro-secretário, que era sua pretensão desde o início. “Queria pleitear a primeira-secretaria. O trabalho na primeira-secretária envolve desenvoltura na leitura e entendimento dos projetos”, afirmou o vereador.
Quatro vereadores estavam na disputa para ocupar a presidência: Ronaldão, Teresinha Miranda Veres (PSC), Amauri Cezar Jacumasso (MDB) e João Henrique Sabag Duarte (PV).
Na última hora, João Henrique desistiu da presidência a favor de Ronaldão em acordo com o grupo que apoia o prefeito Jorge Derbli. João Henrique é médico e acredita que pode conciliar as atividades como vice-presidente com a profissão. “Nós pleiteávamos a presidência e trabalhos incansavelmente. No final num consenso do grupo que apoia o prefeito Jorge Derbli, nós optamos em colocar o Ronaldão como presidente e nós compormos como vice. Nós temos bastante compromissos com a nossa profissão. Nós somos médicos e trabalhos diuturnamente, mas amamos a política, amamos servir o próximo, política é uma maneira de ajudar o próximo e sempre damos um jeito de conciliar os trabalhos”, relatou João Henrique.
A articulação de João Henrique foi fundamental para que as negociações culminassem em chapa única. José Renato Kffuri (PSDB) também participou. Vera Gabardo (PV), que ficou como segunda-secretária na Mesa Diretora, disse que a chapa foi definida nos últimos cinco minutos e a decisão dela seguiu a posição do seu partido de apoio ao prefeito.
“Foi no final mesmo, nos últimos cinco minutos que foi montada essa chapa. Eu fiz pelo meu partido e pela situação, sou do lado do prefeito, então fui por esse motivo e também porque a gente precisa ter a voz da mulher na Mesa Diretora”, afirma Vera.
Cesar Jacumasso, único que votou contra, preferiu não falar no calor da situação.
Teresinha confirmou que desde o início se propôs a se candidatar como presidente e preferiu não mudar de posicionamento, mas continua firme no seu compromisso com a população. “Eu me propus se fosse para Mesa para atuar como presidente. Os meninos que fizeram articulação. Eu acredito no meu trabalho com responsabilidade, compromisso, com a sociedade, esse trabalho independente eu estando na Mesa ou na posição que eu estou eu vou dar continuidade a esse trabalho”.
Na mesma sessão foram aprovados projetos do orçamento público e também o projeto do legislativo, número 25, que reajusta salários de quatro funcionários comissionados e de um servidor efetivo da Câmara e altera a data base para janeiro. Terezinha, que já havia se posicionado contrária na primeira discussão, vou novamente pela não aprovação, acompanhada por Alcides. Apesar disso, o projeto foi aprovado. Teresinha justificou seu posicionamento.
“A gente teve pouco tempo para analisar. Você viu hoje que eu continuei com meu voto contrário pela posição que são regimes diferentes. Estava neste mesmo projeto a data-base, que eu sou a favor, e que estava o valor dos comissionados junto com um concursado. Isso vai trazer um retorno para a comunidade? A gente se pergunta isso? Ao mesmo tempo seria justo dar esse aumento? Sim, para todos daí”, avaliou.