Obras serão paralisadas no fim do mês por causa das vendas do comércio em dezembro e retomam em 2023/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub
As obras na área central de Irati já estão com sua primeira metade concluída. São duas obras, uma de drenagem e outra de revitalização, que acontecem simultaneamente nas ruas Munhoz da Rocha, 15 de Julho e 15 de Novembro. A obra de drenagem já está 55% concluída e a de revitalização, com 53% concluída. Ambas são realizadas pela Unas Construtora.
São mais de R$ 3 milhões de investimento nas obras, sendo R$ 1 milhão e 100 mil na obra de drenagem, em recurso livre da prefeitura, e outros R$ 2 milhões e 100 mil de recursos repassados pelo governo estadual, por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Ademar Traiano (PSD).
Inicialmente, as obras seriam finalizadas no fim deste ano. Para não atrapalhar o comércio e a circulação de pessoas no fim do ano, os trabalhos serão paralisados no dia 30 novembro e retomados no início de 2023. “O nosso contrato habitual é até o final do ano. Porém, nós tivemos alguns problemas com o tempo, alguns empecilhos também. O trânsito que atrapalhou. Então, talvez esse prazo seja um pouco estendido. Vale salientar que agora no final do ano, em novembro, vamos cessar os serviços. Nós vamos precisar um prazo maior para 2023 para concluir essa obra. Nós paramos agora por causa das compras de final de ano, para não, em hipótese alguma, atrapalhar os lojistas e os comerciantes. Nós vamos dar um aditivo de prazo para janeiro dar continuidade e conclusão na obra”, disse a secretária de Arquitetura, Engenharia e Urbanismo, Jéssica Custódio, durante entrevista à Najuá no dia 1º de novembro.
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A obra de revitalização inclui serviços de urbanização de vias, com a execução de meio-fio de concreto com sarjeta, calçadas em paver, rampas de acessibilidade, iluminação com entradas de USB, drenagem, sinalização vertical e horizontal, deck em madeira, bancos, lixeiras, floreiras e bicicletários.
Inicialmente, os serviços foram planejados para valorizar o pedestre, com o alargamento das calçadas, mas a ação retirou espaços para estacionamento. “O nosso projeto teve um conceito vindo da Aciai [Associação Comercial e Empresarial de Irati], que foi contratado um designer, o conceito era valorização das pessoas, do pedestre, do comerciante, do cliente. A partir desse momento foi feito toda uma elaboração de mobilidade urbana, valorizando o pedestre, o cliente. Foi então previsto a ampliação do calçadão, conforme hoje as pessoas podem ver naquela primeira quadra da Munhoz da Rocha. Ela foi ampliada, não tanto ampliada para valorização do pedestre, como vocês podem ver que visualmente ela ficou muito bonita em questão dos mobiliários, ele valorizou com aquela ampliação. Com um espaço menor, não teria tanto destaque. Foi pensado nisso e a partir daí teve que ser reduzida cerca de 16 vagas para veículos do lado esquerdo da Munhoz da Rocha, em toda a sua extensão”, conta a secretária.
A diminuição das vagas de estacionamento não agradou os comerciantes que decidiram conversar com a prefeitura para saber mais detalhes do projeto. “O prefeito em uma primeira reunião fez um acordo com eles, que eles iriam esperar terminar essa primeira quadra. E após tiveram totalmente 100% concluída, com a iluminação, parte da arborização, as canaletas, as drenagens, seria feito novamente uma reunião in loco para ver se realmente os comerciantes, não estavam satisfeitos com a beleza da obra”, explica Jéssica.
Entretanto, houve atraso de entrega de materiais e a empresa que realiza a obra acabou atrasando a execução. Assim, a reunião de avaliação com comerciantes foi antecipada e houve a decisão de voltar com as vagas de estacionamento. “Retorna-se à Munhoz, as 16 vagas que antes eram suprimidas pela ampliação do calçadão. O calçadão, nas próximas quadras, não terá esta ampliação conforme a primeira quadra”, relata a secretária.
Jéssica destaca que o projeto está sendo revisto, mas precisa ser analisado pelo governo estadual. “Após essa reunião já está sendo feito o trabalho de modificação do projeto. Vai ser suprimido, que falamos que será glosado esse quantitativo ali de paver, de ampliação que ia ter e vai ser apresentado agora ao Paranacidade porque esse recurso estava vinculado ao Estado. Ele vai agora para uma provação do estado para essa redução”, conta.
De acordo com o secretário de Tecnologia, Inovação e Planejamento, João Almeida Junior, o processo não deverá atrasar a execução da obra. “Nós não estamos solicitando recursos a mais. Nós estamos suprimindo alguma coisa do projeto. E supressões é muito mais tranquilo essa tratativa do que se fosse uma ampliação de projeto”, explica.
A prefeitura ainda conversou com proprietários de terrenos perto das ruas Munhoz da Rocha e Carlos Thoms para incentivar a ocupação do terreno que possa auxiliar na criação de mais vagas de estacionamento na região, como um espaço pago. “Eles entendendo a demanda dos comerciantes e a questão comercial também para eles, eles se propuseram e estão já em tratativa agora fiscal, para ser feito um grande estacionamento particular naquele terreno, para que amplie o número de vagas no centro da nossa cidade. Só ali, nós acreditamos que deva girar em torno de 100 a 150 vagas novas de estacionamento”, conta o secretário.
Outra possibilidade também é trocar o sistema de estacionamento pago rotativo (ESTAR) por um sistema digital onde a pessoa paga somente o tempo em que deixou o carro estacionado. “Para ter uma rotatividade ainda maior e melhor para o consumidor. Se o cliente for ali hoje, que o mínimo seria meia hora, se ele ficar 17 minutos. Hoje ele perderia aqueles 13 minutos. Com um aplicativo, com a questão de modernização e de inteligência, se a pessoa parou sete minutos, só vai ser consumido dos seus créditos os sete minutos. Com isso, você tem uma rotatividade maior para os comerciantes e melhor para o consumidor, que só vai pagar pelo que ele realmente consumiu de tempo do estacionamento”, disse João Almeida.
A expectativa é que o sistema digital possa ser implantado no início de 2023. Além da obra de revitalização, a mesma empresa está executando os trabalhos de drenagem no local. “Essa drenagem que nós temos, principalmente ali no centro, próximo da Regional de Saúde, um ponto de estrangulamento, que sempre alaga ali. Foi feito dois projetos distintos, um para drenagem e outro depois para revitalização. Por sorte, a mesma empresa ganhou. Então, ela pode ir fazendo concomitantemente as duas situações”, conta o secretário.
A intenção é realizar as obras de revitalização em etapas. A primeira metade já foi concluída. Já a segunda etapa irá compreender a revitalização na rua Coronel Emílio Gomes. Para essa segunda etapa, o objetivo é usar um recurso que sobrou, após a prefeitura conseguir um desconto no valor da obra cobrada pela construtora, durante o processo de licitação. “Como nós tínhamos um recurso e a empresa deu um desconto na hora da licitação, nós queremos – e essa negociação é junto com o governo do Estado – com que esse desconto seja aplicado na ampliação do cronograma da obra. Na totalidade, nós conseguiríamos fazer a rua, com uma contrapartida no município para terminarmos”, explica João Almeida.
A Secretaria de Tecnologia, Inovação e Planejamento negocia com o Governo do Estado a possibilidade de reverter esse recurso extra para a continuação da obra.
As obras de revitalização também trouxeram reclamações sobre pontos de táxi da região. A prefeitura chegou a receber um ofício questionando a colocação de um ponto de táxi na rua XV de Novembro em frente à Caixa Econômica Federal. O proprietário de um estabelecimento próximo pediu que fosse modificado o local.
A secretária destacou que um estudo está sendo feito para analisar a viabilidade de mudanças nos pontos de táxi da região central. “Junto com o secretário de Segurança Pública, o Lee Jheferson, está sendo analisado a viabilidade e ele está fazendo todo um estudo de todos os pontos de táxis do município, para ser feito um remanejamento, para ser feito uma adequação de quantas pessoas estão por pontos de frota. Toda regularização desses taxistas para dar as seguintes providências que serão tomados em relação àquele local. Até o local, o secretário está, em pensamento, de fazer um local para regularização do Estar. Ter um ponto da Guarda Municipal e do Iratran”, explica Jéssica.
Confira mais imagens das obras no centro de Irati. Fotos: Paulo Sava