Isabella Carla Cordeiro da Silva Francos, de 19 anos, conquistou três medalhas nas modalidades de arremesso de peso, lançamento de disco e lançamento de dardo classe F34/Paulo Henrique Sava, com informações da Unicentro
Ela disputou as modalidades de arremesso de peso, lançamento de disco e de dardo na classe F34. Para participar da competição em São Paulo, ela recebeu apoio logístico e financeiro da universidade, através da Fundação de Apoio à Unicentro (FAU), do Gabinete da Reitoria e da Divisão de Projetos Esportivos do campus Irati, e da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Em entrevista à Najuá, Isabella contou que, antes das conquistas da paralimpíada, ela já havia obtido outras medalhas, inclusive de ouro. “Eu já ganhei várias medalhas, e consegui mais três de prata agora”, frisou.
Isabella falou sobre o sentimento de alegria dela e do pai, Marcelo de Ávila Francos, após as conquistas. “Eu me senti muito feliz. O pai, no começo das minhas competições, ficou chorando o tempo todo, mas no final ele se sentiu feliz comigo. Ele foi junto comigo para São Paulo”, comentou a atleta.
Além de pai, Marcelo também é treinador de Isabella. Ele acompanha a trajetória da filha no esporte desde o início e falou sobre seu orgulho de ter a filha trilhando este caminho. “É um caminho bastante importante para todo cidadão que possa ter este acesso ao esporte e nos traz muita felicidade. Com a Isabella mesma disse, ela pratica o esporte desde que estava no 7º ano, com o professor Emerson Zaleski, que foi seu primeiro treinador no lançamento de pelota. Depois, ela passou para o Xavier, e aí o professor Eliton, que tem um trabalho magnífico com atletas com deficiência, enxergou o talento na Isabella e sugeriu que ela fizesse o arremesso de peso. Em seguida, ela foi descobrindo os lançamentos de disco e de dardo”, comentou.
Antes das Paralimpíadas, Isabella já havia participado de competições estaduais e nacionais. Ela disputou o último Campeonato Brasileiro de Atletismo, realizado em 2019, e representou o Paraná nas Paralimpíadas Escolares Brasileiras, onde foi vice-campeã nas três modalidades. Depois, por conta da pandemia de Covid-19, as competições foram suspensas. Para Marcelo, o fato da filha ter participado das Paralimpíadas Universitárias foi uma experiência magnífica. “São jogos de alto nível. Para você ter uma noção, nós tínhamos lá medalhistas paralímpicos brasileiros, que representaram o nosso país em Tóquio. Conhecemos o Alessandro Gigante, que é bicampeão paraolímpico, e neste ano conseguiu, além do bicampeonato no disco, a medalha de prata no peso, é um atleta fenomenal, um cara muito acessível, e tínhamos outros atletas representando universidades. Foi um evento extremamente importante e de alto nível”, frisou.
O secretário de Esportes e Lazer de Irati, André Demczuk, enalteceu a participação de Isabella nas competições. “Ela conseguiu uma participação histórica para nós, com três medalhas de prata nas provas que participou. Queremos dar os parabéns para a Isabella e seu técnico, e dizer que as portas estão abertas para que ela continue participando das competições, inclusive já a inscrevemos nos PARAJAP’S na cidade de Londrina, e com certeza ela fará bonito como tem feito em várias competições, representando a nossa cidade”, frisou.
O chefe da Divisão de Projetos Esportivos da Unicentro, Paulo César Tomachelski, tem expectativa de que, nas próximas competições, Isabella conquiste a medalha de ouro nas três modalidades. “É uma estimativa, nas próximas edições do evento, dada a informação que a concorrente que neste ano ficou em 1º lugar é formanda em seu curso, portanto já em 2022 não concorrerá na competição, salvo se esta se matricular em outro curso, o que permitiria a continuar a disputa com a nossa atleta”, comentou.
O reitor da Unicentro, Fábio Hernandes, enalteceu a importância do incentivo ao esporte, uma vez que ele promove mudanças na vida das pessoas. “Fica aqui, em nome da nossa universidade, os nossos parabéns à Isabella, a sua equipe, seus treinadores. Gostaria de dizer que, na medida do possível, nós vamos, sim, apoiar a Isabella em suas diversas competições, no que estiver ao nosso alcance, porque nós sabemos que o esporte transforma, traz vida e une as pessoas. Para a universidade, isso é uma alegria muito grande”.
Marcelo acredita que Isabella não terá uma nova reavaliação nos próximos dois anos, uma vez que a próxima classe [F35] envolve atletas que atuam em pé. “São dois anos para isto ser avaliado, mas ela tem a perspectiva de se manter como paratleta dentro da classe 34. São fisioterapeutas e médicos que fazem esta classificação funcional. Existem classificadores de outras formações, todas envolvendo questões de saúde, sejam professores de Educação Física, fisioterapeutas e médicos. É uma equipe multidisciplinar que faz esta avaliação”, pontuou.
Isabella pratica esportes desde que estava no 7º ano do Ensino Fundamental na Escola Pio XII, quando foi treinada pelo professor Emerson Zaleski no lançamento de pelota. Entre 2018 e 2019, passou a estudar no Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, onde começou a praticar as demais modalidades, sob a supervisão do professor Eliton Cândido Tiu. Ele contou como eram os treinamentos da atleta neste período. “Tínhamos treinos 3 vezes por semana nas dependências do colégio Xavier no final da tarde, com duração entre 1h a 1h30min”, comentou.
Atualmente, ela é estudante do 1º ano do curso de Pedagogia do polo de Educação à Distância de Prudentópolis e atua como estagiária na Escola Municipal Rosalina Cordeiro de Araújo.
Marcelo entende que o esporte é um excelente caminho, seja para atletas regulares ou para aqueles com necessidades especiais. “É importante nós entendermos isto, os pais entenderem isto, principalmente quando conversamos sobre o para-atleta. A deficiência já existe, então foquemos nas potencialidades, naquilo que a pessoa, a criança, o jovem ou adulto com deficiência pode desenvolver, e isto é extremamente importante. Todos que tenham esta possibilidade devem procurar pessoas ligadas ao esporte”, comentou.
Marcelo deseja que mais pais incentivem seus filhos a praticarem esportes. “Que mais pais e pessoas busquem no esporte até mesmo a realização de sonhos. Para o atleta e a pessoa com deficiência, saiamos da zona de conforto, vamos procurar alguma coisa e praticar algo, o que vai ajudar muito psicologicamente e fisicamente a nossa saúde”, finalizou.