Meio ambiente – Não tem solução sem conscientização

Secretário municipal do Meio Ambiente de Irati avalia a proposição apresentada pela Câmara de Vereadores…

24 de agosto de 2010 às 09h47m

Secretário municipal do Meio Ambiente de Irati avalia a proposição apresentada pela Câmara de Vereadores relacionada ao cuidado com os espaços públicos da cidade. Irati arrecada muito pouco, caso entre no consórcio do lixo, terá que desembolsar R$ 120 mil.
Da Redação, com Paulo Secco e Rose Harmuch

Na semana passada o vereador Rafael Lucas – PSB propôs ao executivo que realize estudos para a criação de um programa para permitir a adoção de parques, praças, jardins, canteiros centrais e áreas remanescentes diversas; por empresas, associação de bairros, órgãos dos três poderes, entidades de classe, sindicatos e pessoas físicas. Em contrapartida, seriam oferecidos benefícios: associação com um programa de proteção e preservação ambiental e a inclusão nos meios institucionais de divulgação da prefeitura – Requerimento No. 195, apresentado na sessão do dia 16 de agosto.

Foto: João Geraldo Mitz
A Rádio Najuá convidou para participar do Programa Meio Dia em Notícias, o Secretário do Meio Ambiente, Luiz Carlos Ramos, que avaliou a proposição do vereador.

“Esta é uma discussão que não é nova, há muito tempo se fala na adoção de áreas verdes, no entanto, antes de motivar e mobilizar as empresas e os segmentos organizados, é preciso organizar uma ampla discussão que passa por um período de maior conscientização da população em relação aos espaços dentro da cidade”, diz o secretário.

Luiz Carlos citou o exemplo da situação vivenciada hoje na Praça Edgar de Andrade Gomes: depois de um único dia sem limpeza, quem passa por lá se surpreende com a sujeira deixada pelos usuários – pacotes, garrafas etc., jogados no chão.

Conscientização

Na avaliação do secretário, parte da população desaprova atitudes de descaso com o bem público, mas não existe cobrança. “Ninguém denuncia.” Ele acredita que a mudança deste padrão só vai acontecer com a adoção de atitudes interligadas; cuidado; instalação de lixeiras e um trabalho forte de educação, pois existe ausência do sentimento de pertença em relação à coisa pública.

“É uma boa sugestão e tem chance de conquistar apoio, mas o empresariado já está sobrecarregado, pois a cada momento é convocado a participar das mais variadas ações da comunidade.” O secretário defende que está na hora das associações e outras entidades organizadas darem retorno para sociedade, serem mais atuantes e contribuir para a manutenção das áreas verdes.

Na semana passada, o secretário do Meio Ambiente participou da reunião de apresentação da proposta de consórcio para terceirização do lixo coletado. Uma empresa especializada se responsabiliza por colocar o lixo em uma área de transbordo e levá-lo até Joinvile onde é processado/reciclado.

Segundo Luiz, o município de Rio Azul já aderiu ao consórcio do lixo. Mas, no caso de Irati a situação é mais complexa. Atualmente, a cidade produz cerca de 30 toneladas de lixo por dia (orgânico e reciclado). Apenas entre 7 e 8 toneladas são recicladas em Irati. Caso entre no consórcio, Irati terá que desembolsar R$ 122 mil por mês para se livrar do lixo. Hoje a arrecadação com a taxa municipal de lixo é de R$ 30 mil.

Compensação fiscal

“É preciso agir mais do que sugerir. Por mais em prática. Pode haver uma espécie de compensação, mas não se pode desconsiderar que o município arrecada muito pouco e tem muitas carências e necessidades”, diz Luiz. Na visão do secretário, são vários os ramos de atividades – citou como exemplo o turismo – que dependem do cuidado com a questão ambiental; e o serviço público tem procurado fazer o máximo possível para absorver as novas situações.

Ouça um trecho da entrevista:
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