Em nota, IAP confirma a solicitação de licenciamento junto ao órgão, mas informa que o Plano de Controle Ambiental e de Emissões Atmosféricas e o Plano de Poluição Sonora foram aprovados com ressalvas, tendo sido estipulado que a empresa regularize a situação até o dia 17 de novembro
Da Redação
A ouvinte da Najuá, Marli Kucharski, participou ontem (25) da Hora do Povão do programa Meio Dia em Notícias para fazer uma reclamação sobre a poluição atmosférica e também sonora que uma empresa que atua no ramo de beneficiamento de cereais, tem causado aos moradores da Rua Lino Esculápio, em Irati.
Segundo relato da moradora, a situação persiste desde o mês de julho e gerou problemas de saúde para as pessoas que moram nas proximidades da indústria.
“Eles fizeram silos e aqui que eu sabia não é uma ala industrial. É Horrível. Já fizemos abaixo assinado mais de 50 assinaturas. Fomos no IAP, no Ministério Público e todos falaram para aguardar. A gente fica direto dentro de casa, temos problemas de rinite e isso não tá certo”, desabafou Marli.
Empresa afirma que está dentro das especificações
Um representante da empresa de cereais informou, em contato telefônico com nossa reportagem, que já foram realizadas fiscalizações da vigilância sanitária e do IAP, e nada foi constatado.
“Esclarecemos, que as autoridades que vieram fiscalizar nossa empresa nada encontraram, tanto que temos a licença atualizada para funcionamento”, informou Carlos Malanski, responsável pela empresa através de um e-mail enviado na manhã desta quarta-feira à equipe da Najuá.
IAP emite nota de esclarecimento
Como é de praxe, a Najuá encaminha as reclamações que chegam ao programa para as partes envolvidas e, neste caso, foi enviando à Ouvidoria da prefeitura de Irati e à divisão regional do IAP – Instituto Ambiental do Paraná.
A empresa possui Alvará de Licença para localização expedido pela prefeitura municipal de Irati, para o funcionamento no horário das 8 as 18 h.
O chefe regional do IAP, Edemilson Luiz Quadros, informou através de nota que a indústria requereu junto ao IAP em 21 de outubro de 2009, um pedido de Regularização de Licença de Operação.
Edemilson explica que a empresa enviou ainda no mesmo documento, o Plano de Controle Ambiental, contemplando as generalidades do empreendimento, bem como informações sobre fontes geradoras de poluição atmosféricas e fontes geradoras de resíduos sólidos (material particulado), ou seja, pó e poeira, bem como as respectivas formas de tratamento, plano este elaborado e apresentado por profissional habilitado na área. Além disso, também foi elaborado o Plano de Atendimento aos Padrões de Emissão Atmosférica, elaborado por um profissional da respectiva área.
De acordo com a nota emitida pelo IAP, em janeiro de 2010, o órgão solicitou apoio técnico do Setor Industrial do Instituto Ambiental do Paraná de Curitiba para análise do Plano de Controle Ambiental, do Plano de Emissões Atmosféricas bem como de Poluição Sonora.
Os Planos foram aprovados com algumas ressalvas, quanto aos níveis de ruído e do sistema de captação de pó por filtros e viável: O Sistema de captação de pó por filtros é viável, porém deve-se evitar poeira fugitivas do processo que possam causar incomodo a moradores vizinhos, e estas devem atender a Resolução nº 058/07 da SEMA, bem como a Resolução 054/06 – SEMA que estabelece “Padrões de Qualidade do Ar”. Quanto aos níveis de ruído estes devem atender a Resolução nº 001/90 do CONAMA.
Por esse motivo, no dia 17 de agosto a empresa foi oficializada e na seqüência notificada pela coordenação do IAP a num prazo de 90 dias apresentar os Relatórios Periódicos de Automonitoramento de Emissões Atmosféricas devidamente interpretado por profissional habilitado, bem como em caráter emergencial, tomar medidas de precaução, prevenção e correções de possíveis irregularidades no seu processo produtivo.
Observação: A Najuá quer deixar claro que está aberta para receber mais informações ou até mesmo a participação ao vivo ou gravada dos representantes da empresa envolvida na reclamação da ouvinte.