Ideia é realizar um levantamento e identificar o que já foi executado pela empresa licitada para construir o novo terminal rodoviário. Outras obras da empresa Stafim também serão visitadas nos próximos dias
Rodrigo Zub
A novela envolvendo a empresa Stafim e a prefeitura de Irati teve mais um capítulo. Na manhã de sexta-feira, 8, representantes da construtora e do executivo visitaram a rodoviária municipal. O encontro teve a finalidade de avaliar os projetos, medições, aditivos de valor e situação da obra.
Outras edificações construídas pela empresa Stafim que devem ser visitadas nos próximos dias são: nova prefeitura, Praça de Esportes e da Cultura (PEC), ginásio de esportes, dois barracões industriais da Vila São João, quadra de esportes do Jardim Virgínia, Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) do bairro Canisianas, Centro de Convivência do Bairro Rio Bonito e escola municipal Pequeno Duque. As últimas três obras citadas já foram concluídas e estão em funcionamento. Nesse caso, a construtora solicita o saldo remanescente.
Participaram da vistoria da obra da rodoviária, o empresário Gelson Stafim, a engenheira da empresa Tatiana Komnitski, a secretária de Engenharia e Arquitetura, Lauren Cristina Iantas, e o engenheiro civil da prefeitura, José Bodnar (Zequinha). O clima de animosidade entre os representantes da prefeitura e da empresa parece que faz parte do passado, o que indica que o acordo sobre a continuidade das obras paralisadas estaria próximo.
© Rodrigo Zub
Da esquerda para a direita: Empresário Gelson Stafim, advogada da empresa Tatiana Komnitski, a secretária de Engenharia e Arquitetura, Lauren Cristina Iantas, e o engenheiro civil da prefeitura, José Bodnar (Zequinha)
Secretária diz que precisa tomar ciência da situação
Lauren disse à Najuá que assumiu recentemente a pasta e ainda não pode autorizar e tomar uma decisão sobre os pedidos de aditivos solicitados pela empresa. Ele indica que algumas obras sofreram alterações nos projetos originais. Por isso, ela defende a realização de visitas às edificações para que a empresa e a prefeitura apresentem suas contrapropostas e avaliem a planilha licitada. “Estou tomando conhecimento da situação e analisando obra por obra. Ainda não posso fazer uma avaliação específica porque assumi a secretaria recentemente”, destacou Lauren.
Empresário cogita possibilidade de rescindir contratos
O empresário afirma que se reuniu na quinta-feira, 7, com o prefeito Odilon Burgath (PT), para tentar selar um acordo sobre a situação das obras paralisadas no município. Após o encontro, foi decidido que serão realizadas vistorias para identificar o que já foi executado pela empresa. Stafim ressalta que a ordem de serviço da rodoviária não será concedida, enquanto a empresa e a prefeitura não chegarem a um acordo.
“Queremos saber o valor devido e executado. Para chegar a uma conclusão final precisamos realizar esse processo de avaliação item por item, caso contrário não tem como conversar. Estamos procurando um diálogo através de levantamentos técnicos da real situação e execução das obras para que possamos marcar uma nova audiência na Vara Cível de Irati, para entrarmos em acordo. Até porque a conversa com a juíza muda um pouco”, analisa Stafim.
O empreiteiro diz que a prefeitura e a empresa pretendem resolver o impasse sobre os valores devidos e a continuidade das obras para não prejudicar os munícipes. Stafim conta que sua assessoria jurídica tenta provar que existe uma “discrepância” nos valores que a prefeitura pretende pagar. “Existem valores da gestão passada que devemos receber. Já possuímos parecer técnico comprovando esse fato, mas o jurídico se negou a fornecer e também não deferiu ou indeferiu o pedido”, revela.
Segundo o empresário, foi realizado um levantamento das obras na gestão anterior, o que pode facilitar a discussão sobre os valores supostamente devidos pela prefeitura. “Queremos resolver em duas ou três semanas, ou seja, resolvemos tudo de uma vez ou não se resolve nada”, comenta Stafim.
Ao contrário do havia mencionado recentemente, o construtor cogita a possibilidade de rescindir os contratos em andamento com o executivo. Até a semana passada, Stafim dizia que sua empresa ‘não abria mão’ de concluir as obras. “Queremos fazer um pacote fechado. Não descartamos a possibilidade de abrir mão para que outra empresa conclua as obras. Nós temos um pré-acordo e entendemos que é viável acertar a situação de todas as obras”, complementa.
Situação das obras
Na avaliação da assessoria jurídica da empresa, o saldo remanescente da rodoviária é de R$ 343 mil. Com referência a obra da PEC, Stafim alega que a ordem de serviço só foi autorizada no dia 15 de agosto. Com isso o contrato ainda estaria em vigência.
A secretária de Engenharia e Arquitetura informou que questões de logística impediram a conclusão da obra do novo prédio da prefeitura. Segundo Lauren, a parte elétrica, escadas, portas e um bloco do novo prédio ainda precisam ser construídos. Recentemente em entrevista à RPC/TV, o procurador do município, Jhiohasson Taborda, disse que a gestão passada não deixou nos cofres públicos, a receita orçamentária para conclusão da infraestrutura externa e do mobiliário da prefeitura. Já o empresário Gelson Stafim alegou que a obra não foi entregue por falta de pagamento. “Faz cerca de 60 dias, eles vieram e até pegaram a chave e nós falamos que não entregamos enquanto não houvesse o pagamento”, relatou Stafim à reportagem da RPC/TV.
Lauren conta que os barracões industriais dependem apenas da conclusão da ligação do padrão de luz de um dos blocos para estar em funcionando.
A secretária e o empresário Gelson Stafim comentam que a situação mais complexa envolve a obra do ginásio de esportes. Um perito foi designado para realizar um laudo técnico da edificação. De acordo com a secretária, a entrega do material demorou, pois o perito está realizando um levantamento completo incluindo imagens da concretagem da nova praça esportiva do município. “No ginásio de esportes, a discussão se refere ao escoramento que foi feito e não foi pago. A prefeitura apresentou um aditivo de R$ 555 mil que não foi acertado 100%. Mesmo assim, eles querem resolver tudo e ainda agregar o valor de R$ 18 mil do escoramento. A obra do ginásio é a mais complicada porque existem problemas no projeto estrutural”, diz Stafim.
Audiência conciliatória terminou sem acordo
No dia 31 de outubro, foi realizada uma audiência conciliatória entre prefeitura de Irati e a empresa Stafim Execuções de Obras Ltda, que terminou sem acordo. A audiência convocada pela juíza Micheli Franzoni, da 1ª Vara Cível de Irati, durou aproximadamente 1h30. Profissionais da imprensa e populares não puderam acompanhar.
Na ata da audiência consta que o município pretende renunciar as multas aplicadas em função da inexecução das obras da rodoviária, ginásio de esportes e PEC, desde que a empresa retire as ações ajuizadas e permita a conclusão das obras pela administração municipal ou qualquer empresa licitada para retomar os trabalhos.
Também consta no documento, que a assessoria jurídica da empresa Stafim solicita a renovação dos contratos e requer os pagamentos e medições pendentes desde outubro de 2012. A empresa ainda solicita a revisão do memorial de cálculo dos aditivos de valor solicitados.