Reunião discute soluções para regularizar coleta de lixo em Irati

Grandes geradores estariam ocasionando atraso na execução do trabalho, segundo empresa terceirizada para realizar a…

15 de março de 2014 às 10h21m
Grandes geradores estariam ocasionando atraso na execução do trabalho, segundo empresa terceirizada para realizar a coleta de lixo

Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub

O empresariado local participou nesta quinta (13) de uma reunião na ACIAI para debater soluções para a coleta de lixo. Um estudo apresentado pela empresa terceirizada HMS Resíduos, responsável desde dezembro pela coleta de lixo no município de Irati, indica que há no município entre 46 e 50 grandes geradores. Dependendo das circunstâncias, um caminhão demora mais de uma hora para recolher até 150 sacos de lixo num local só.

Confira o vídeo produzido pelo repórter Sérgio Popo do jornal Hoje Centro-Sul, que fala sobre a reunião.

A Secretaria de Ecologia e Meio Ambiente aponta que a recusa do legislativo em aprovar a proposta que faria com que a cobrança fosse proporcional à produção faz com que esses grandes geradores paguem um valor equivalente, por coleta, ao cobrado dos pequenos geradores (residências).

O secretário municipal de Ecologia e Meio Ambiente, Osvaldo Zaboroski, avalia que a reunião foi válida pela apresentação da empresa, que faz a unificação dos pequenos e dos grandes geradores, que precisam ter, individualmente, um plano de resíduos sólidos. “Cada grande empresário já atende à logística reversa e sabe o que deve fazer dentro de sua empresa; não só de resíduos sólidos, mas da logística reversa de cada produto que entra em sua empresa. A unificação, junto com essa reunião com os empresários locais, de verificar, ponto a ponto, na sequência vamos colocar, para cada empresário, a solução que deveria ser adotada
pela empresa dele”, indica Zaboroski.

Uma solução apontada seria a adoção de contêineres individuais, em cada empresa, para que sejam depositados os resíduos orgânicos que a HMS deve recolher.

Quanto aos atrasos nos bairros, o secretário contestou o posicionamento de algumas pessoas que entendem serem desnecessárias as três passadas semanais do caminhão de coleta. “São o mínimo que cada cidadão tem direito. É uma questão de saúde”, afirma. Conforme ele, o monitoramento dos caminhões de coleta via GPS permite verificar se houve ou não a coleta em determinadas ruas e qual horário que o caminhão passou. Para adequar a coleta dos pequenos geradores, estuda-se, também, que seja elaborado um horário diferenciado para a
coleta nos grandes. Assim, a coleta doméstica poderia voltar ao normal e as pessoas terem noção do horário para colocar o lixo para fora, como antes.

“Estamos buscando, da melhor forma possível, a reintegração de valores perdidos nos últimos dez anos na organização do preço, procurando formas legais. E aí todo mundo se adéqua à lei para que o trabalho seja realizado da melhor forma possível; e adequando a HMS para que venha fazer o trabalho legal, porque eles têm, dentro do contrato deles as exigências que o município pediu e a adequação deles é feita
da forma que a Secretaria e o critério que o município coloca dentro das licitações”, comenta o secretário. Ele acredita que a melhor solução seria que cada um pagasse de acordo com a quantidade de lixo gerado e não por coleta.

Sobre o acompanhamento que a Secretaria faz dos problemas apontados pela população quanto aos atrasos nas coletas, Zaboroski afirma que, desde o dia 16 de dezembro, quando a HMS passou a atuar em Irati, a equipe do Meio Ambiente vem cobrando a empresa por eventuais falhas.

Mas que cabe fazer uma análise geral, pois há inúmeras situações de não atendimento que seriam de responsabilidade da própria população: há quem acredita que deva haver apenas uma coleta semanal; como há quem deixa o lixo para fora depois que o caminhão já passou; assim como também há quem entenda que a prefeitura devia voltar a realizar a coleta.

© Sérgio Popo/Hoje Centro-Sul

Empresa HMS, representantes da prefeitura e empresários se reuniram para discutir soluções para coleta de lixo em Irati

 Aterro

Sobre o encerramento do prazo para que o município regularize o aterro sanitário até agosto, conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/10), Zaboroski afirma que há uma determinação do prefeito para que Irati se enquadre dentro da lei. “Dia a dia estamos fazendo a unificação dos trabalhos do que, por ventura, ficou para ser feito no aterro sanitário. Acredito, sim, que vamos ter a liberação total das licenças ambientais para que o aterro de Irati continue e ser exemplo para a região”, garante o secretário.

Grande geradores são responsáveis pelo atraso, aponta representante da HMS

Conforme o proprietário da HMS Resíduos, Hélio Silva, a cidade foi mapeada para organizar um plano de trabalho iniciado em 1º de fevereiro, quando foram alterados os dias e horários de coleta.

Segundo ele, os atrasos teriam sido ocasionados por algumas particularidades indicadas nesse estudo que foi apresentado na reunião. “No entanto, hoje 95% da cidade está em ordem. Falta alguma coisa que nós estamos aprimorando o sistema e, com certeza, ele vai encaminhar para todo o processo a cidade ficar 100% em ordem”, justifica.

De acordo com a empresa, de fato, os grandes geradores de lixo são os principais responsáveis pelos atrasos, não só pelo acúmulo em si de até 150 sacos de lixo por local, o que demanda mais de uma hora para ser recolhido, mas também pelo fato de que o material fica armazenado em depósitos individuais. “Isso faz com que retarde muito a coleta e nós perdemos tempo em pontos de grandes geradores, deixando uma parte da população com atraso na coleta de resíduo”, aponta Silva.

No estudo apresentado por ele, ficou indicado que em 50 minutos que o caminhão permanece coletando o lixo de um local só, poderia ser feita a de um bairro inteiro.

O empresário afirma que esses grandes geradores não estão no plano de trabalho apresentado à prefeitura para atender a toda a população – são casos específicos.

“Estamos apontando para a Prefeitura onde tem maior geração, onde tem o retardo de trabalho e apresentando um plano de ação para conter isso. A prefeitura está avaliando e, posto em prática, está resolvido todo o problema com os grandes geradores e toda a população de Irati será atendida 100% do seu resíduo. Nós trabalhamos como cidade limpa”, salienta.

A empresa adotou, em caráter de experiência, mais um turno de trabalho para a coleta. “Cabe ao município avaliar para ver qual decisão deve tomar. Todo o procedimento, toda a coleta que nós fazemos é sempre com decisão do município”, ressalta. Conforme ele, a empresa está atuando com três equipes de coleta durante o dia e mais uma à noite.

“Apesar de estarmos fazendo as três passadas, na verdade, o que houve há dois meses foi um retardo. As mesmas três passadas foram mantidas e talvez não cumpridas em 100% devido a algum atraso que nós temos de rotina. Mas está empenhada a questão de novas equipes, nós estamos aguardando a autorização do município para ser implantada”, afirma.

Telefones para contato

A empresa HMS Resíduos em breve vai disponibilizar um disque 0800 para reclamações da população quanto a atrasos e outros problemas e deve divulgar tão logo a companhia telefônica instale a linha. Reclamações também podem ser repassadas para a Ouvidoria Municipal (3907-3000) ou na própria Secretaria de Ecologia e Meio Ambiente (3907-3045).

Lixo eletrônico

Há no município duas coletas diferentes: de resíduos orgânicos e de material reciclável. Nos hospitais e outros órgãos de saúde ainda é feita a coleta, em separado, de material infectante. Porém existem materiais que não se enquadram em nenhuma dessas coletas, como os eletrônicos e móveis velhos, por exemplo.

Questionado sobre alternativas para solucionar a questão, o secretário afirma que para aplicar essa realidade em Irati, o município precisaria se adequar.

“Para fazer um mutirão de eletrônicos ou de lâmpadas, nós temos que ver para onde vai. Depois de nós termos captado todos esses produtos, quem vai fazer o destino final. Não adianta colocar em barracões, não adianta colocar em áreas abertas. Nós temos que dar uma solução para isso. Então, catalogando através dos mutirões o que pode ser recolhido, que é essencial à Secretaria de Meio Ambiente, ou através da Prefeitura, é ter uma avaliação antecipada do que pode ser
recolhido; e daí dar um destino final. Os mutirões seriam a solução”,
argumenta.

Zaboroski ressalta que a lei federal não obriga que o município recolha lâmpadas fluorescentes, por exemplo. Conforme ele, cabe aos empresários e fornecedores fazerem a logística reversa: ou seja, recolherem o material que venderam – como é feito com baterias de celular e vidros de perfume. Segundo levantamento apontado pelo secretário, o município de Irati está com 72 mil lâmpadas, 4 mil eletrônicos e 1.200 pilhas e celulares aguardando destinação (antes era recolhido pelo município).

O secretário também aponta que a coleta terceirizada gerou uma economia de R$ 960 mil ao município. Citou o caso de Rio Azul, que paga o dobro do que Irati gasta pelo serviço a uma empresa que coleta o lixo e o destina para Santa Catarina.

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