Imagens de câmeras de segurança serão utilizadas para analisar quem seriam os responsáveis pelo descarte de lixo hospitalar
Paulo Henrique Sava, com edição de Edilson Kernicki
Uma moradora de Irati entrou em contato com a Najuá na manhã desta quinta (5), Dia do Meio Ambiente, e denunciou que algumas pessoas estariam despejando lixo de maneira irregular em um terreno, localizado nas proximidades do condomínio industrial na Vila São João.
No e-mail enviado à redação, a moradora cita que encontrou até etiquetas com nomes de pacientes entre o lixo hospitalar jogado no referido terreno.
A reportagem da Najuá esteve no local e encontrou lixo hospitalar, lixo doméstico, material descartado por algumas empresas, lixo reciclável e entulhos. Além disso, há pessoas que catam material naquele local de maneira irregular e sem nenhum tipo de segurança, correndo sério risco de contaminação por diversas doenças.
Moradores e trabalhadores de empresas próximas reclamam que, em dias de muito calor ou chuva, o mau cheiro é insuportável. Além disso, proprietários de imóveis nas proximidades afirmam que o chorume que escorre do local vai direto para a água que os animais bebem. Algumas pessoas que passam diariamente pelo local se manifestaram à reportagem da Najuá.
O morador César Fernandes comenta que passa pelo local diariamente e observa que o acúmulo de lixo só aumenta. Segundo ele, o chorume contamina a água que animais criados por ali utilizam para beber. Outro morador, que se identificou apenas como Celso, também cria gado nas proximidades e disse que o mau cheiro e a contaminação do local prejudicam sua criação.
© Paulo Henrique Sava
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IAP notifica município
Após ouvir a denúncia, feita hoje pela manhã no programa “Café com Notícias”, representantes do IAP estiveram no local e verificaram a situação. Em entrevista à Najuá, o chefe do IAP, Edemilson Luiz Quadros relatou que na visita observou, além do depósito de lixo hospitalar, o despejo de rejeitos de construção e material que poderia ser reciclado. “Não é um local adequado para qualquer tipo de atividade nessa região. Esse local não está, em hipótese nenhuma, licenciada, então viemos com a equipe averiguar esses fatos”, apontou.
No entanto, o chefe regional do IAP indicou que o órgão não verificou a presença de lixo hospitalar no lugar, conforme afirmava a denúncia. A equipe vistoriou a área e pretende notificar a prefeitura para as medidas cabíveis, que seriam a remoção do lixo. Segundo ele, terra e galhos até podem ser depositados naquele local. Contudo, observa que o lugar potencialmente pode se transformar num novo lixão a céu aberto se nenhuma providência for tomada.
“Terra e gramíneas até podem ser depositadas aqui, mas estamos vendo também muito entulho de construção, restos de forro de PVC, garrafas pet. Isso é inaceitável”, avaliou o chefe regional do IAP. Por ser área do município, a prefeitura seria a responsável pela manutenção da área e por impedir o depósito de lixo no local. “Se terceiros estão entrando aqui, o município tem que tomar providências em relação aos terceiros”, afirmou.
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Edemilson também caracterizou como inadmissível a presença de jovens e de mães com crianças de colo vasculhando lixo em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente.
Tão logo o chefe da regional do IAP informou que notificaria a prefeitura para a tomada de providências em relação ao descarte de lixo no terreno, o secretário municipal de Saúde, Anderson Sprada, e o secretário de Meio Ambiente, Osvaldo Zaboroski, visitaram o local, acompanhados do secretário de Comunicação Social, Edson Golinski. No entanto, preferiram não gravar entrevista com a equipe de reportagem da Najuá na ocasião.
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Em nota encaminhada à redação, Edemilson informa que o município de Irati foi autuado por disposição inadequada de resíduos urbanos, bem como de pela disposição de resíduos de saúde a céu aberto. O chefe regional do IAP relata também que os resíduos hospitalares e recicláveis devem ser imediatamente recolhidos para que seja dada uma destinação correta. O IAP ainda recomenda o isolamento da área de forma emergencial.
“A unidade hospitalar, bem como empresas que utilizam o imóvel para disposição de seus rejeitos, então identificadas também serão notificadas e estarão sujeitas as sanções previstas na legislação vigente, que trata dos crimes ambientais”, relata Edemilson.
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Câmeras de segurança serão analisadas
Com a repercussão do caso, representantes da Santa Casa também estiveram no local, por haver suspeitas de que o material hospitalar se origina do hospital. O provedor do hospital, Germano Strassmann, informou que pretende utilizar imagens das câmeras de segurança da empresa Acome do Brasil, vizinha ao terreno, para averiguar quem seriam os responsáveis pelo descarte de resíduo hospitalar neste terreno.
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Através de nota oficial, a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Irati manifestou que o lixo hospitalar encontrado no terreno baldio da Vila São João seria, de fato, originado da Santa Casa de Irati. O prefeito Odilon Burgath se reuniu com o provedor do hospital, Germano Strassmann, que atribui a responsabilidade à empresa terceirizada que coleta lixo reciclável da entidade e poderia ter, sem o conhecimento do Município, depositado irregularmente os resíduos no local.
Odilon também solicitou imagens de câmeras de segurança da Acome a fim de averiguar quem teria cometido o crime ambiental, bem como aplicar as devidas sanções.
Medidas tomadas pelo executivo
Procurada na manhã desta sexta-feira (6) para prestar esclarecimentos sobre o descarte irregular do lixo, a prefeitura de Irati informou que foram realizados serviços de limpeza no terreno da Vila São João recentemente. Esse trabalho, segundo nota da secretaria de Comunicação Social, teve dois propósitos. Um deles diz respeito aos aspectos ambientais de responsabilidade do executivo e outro por se tratar de um espaço onde serão instaladas duas empresas no Condomínio Industrial de Irati.
Ainda na nota, a secretaria de Comunicação Social diz que algumas empresas e pessoas utilizaram o local para depósito de seus resíduos irregularmente, na última semana. Novamente a prefeitura afirmou que solicitou a cópia das imagens gravadas pelo sistema de monitoramento para identificar os responsáveis pelo descarte irregular do lixo. Por fim, o executivo afirma que todas as provas e documentos recolhidos serão entregues ao IAP.
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