Trabalho foi aplicado uma turma do 1° ano do ensino médio em Londrina.
Direção da escola diz que vai conversar com professora sobre o caso.
Do G1 PR, com informações da RPCTV Londrina
Um trabalho de física aplicado aos alunos da turma do 1º ano do ensino médio, em um colégio estadual de Londrina, no norte do Paraná, deixou os estudantes surpresos. As perguntas continham frases que incitavam a violência e a morte. Em uma delas, por exemplo, a professora pede aos alunos que calculem a velocidade de lançamento de um bebê, jogado para o alto pelo “papai desnaturado”, a uma altura de 80 metros. O trabalho foi passado na quarta-feira (6) e deve ser entregue por eles à professora neste dia 13.
“A primeira vez que eu vi o trabalho achei que era uma piada, custei a acreditar. Mas, ao ver todo o trabalho, fiquei em choque”, lembra a mãe de uma estudante que não quis se identificar. Em uma das questões, os alunos devem dizer qual o tempo de queda de um professor que se jogou do telhado e, em uma terceira questão informar se uma pena de galinha e um caminhão cheio de alunos cairão no chão ao mesmo tempo. Um dos alunos mostrou o trabalho para a mãe que decidiu denunciar a professora responsável pelo trabalho.
“Nós pais esperamos que os professores deem continuidade a educação que os nossos filhos recebem em casa, mas nem sempre isso acontece”, lamenta a mãe da estudante.
Segundo a aluna que denunciou o problema, um grupo de estudantes mostrou o trabalho para a coordenação da escola no dia 7 de agosto. “Eles disseram que iam tomar providências sobre o caso, mas até agora o trabalho não foi anulado ou cancelado”, declara.
Ainda de acordo com a estudante, a professora de física sempre foi uma pessoa tranquila. “Nós só temos problemas com ela [professora] quanto à aprendizagem. Ela não sabe explicar, não consegue passar o conteúdo direito. Mas, nunca demonstrou nenhum problema de comportamento ou de saúde”, afirma a aluna do 1° ano do ensino médio.
O diretor da escola disse que vai conversar primeiro com a professora, uma profissional de 60 anos de idade, e só depois deve marcar uma reunião com os pais dos estudantes. Já a chefe do Núcleo de Educação de Londrina, Lúcia Cortez, se surpreendeu com o conteúdo do trabalho. “É um palavreado que não é comum. Não faz parte do vocabulário do dia a dia do professor”, diz.
Para a professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e doutora em educação, Lucinea Rezende, faltou bom senso na preparação das perguntas. “Não foi uma ideia feliz, me parece. Há outras formas de se aproximar dos alunos sem precisar de utilizar uma linguagem dessa maneira, como está”.