Oficinas culturais e Festival do Varéneke são as grandes atrações do evento que acontece entre os dias 18 e 24 de agosto
Edilson Kernicki, com reportagem de Élio Kohut
Entre os dias 18 e 24 de agosto ocorre, em Prudentópolis, a quinta edição da Semana da Comunidade Ucraniana, que reunirá oficinas culturais como culinária, artes, bordados e danças para crianças, a fim de reafirmar e preservar as tradições trazidas pelos imigrantes ucranianos. A reportagem da rádio Najuá conversou com Meroslava Krevey, que traz mais detalhes da programação.
Meroslava explica que, em 2010, a Presidência da República designou o dia 24 de agosto como Dia Nacional da Comunidade Ucraniana e a data passou a integrar o calendário oficial brasileiro. “Como nós, descendentes de ucranianos aqui em Prudentópolis, somos quase maioria absoluta, achamos por bem comemorar essa data”, explica.
No dia 24, dia da Independência da Ucrânia, haverá uma Concentração Cívica na praça Tará Schevtchenko, com início previsto para as 9h, encerrando a semana.
A programação começa na segunda (18), com um ato oficial na Câmara de Vereadores de Prudentópolis, a partir das 20h. Durante o dia, haverá a oficina de culinária ucraniana para crianças. Entre os dias 19 e 21, será a vez das oficinas de bordado, artes e dança ucraniana.
Na quinta (21), será lançado o catálogo organizado pela professora doutora Cecília Hauresko, da Unicentro, sobre o patrimônio material e imaterial de Prudentópolis e regiões vizinhas. O catálogo Prudentópolis – Patrimônio Natural, Cultural e Religioso do Interior do Paraná traz como autores, além de Cecília Hauresko, a professora doutora Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, o professor Emerson de Sousa Gomes e Julia Bernadete Hauresko.
Na mesma oportunidade, será lançado um livro sobre a construção da igreja São Josafat, que é tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual. O livro resulta da pesquisa do padre Atanásio Kupitskei e traz descrições da arquitetura interna e externa da igreja.
5º Festival do Varéneke
Em paralelo à Semana da Comunidade Ucraniana, ocorre também o 5º Festival do Varéneke (ou perohê), no sábado (23), a partir das 20h. Durante o evento, ocorre, ainda, o 3º Festival de Canto Ucraniano. Neste ano, a atração será o cantor e compositor Tarás Kurchyk, que já esteve presente em 2012. “Ele lançará um disco com músicas próprias. As crianças gostam muito disso”, comenta Meroslava. Kurchyk também é pesquisador e deputado da região da Galícia, na Ucrânia.
De acordo com Meroslava, Kurchyk compõe músicas voltadas às crianças da catequese, para a educação da infância. “Ele trabalha junto com a irmã Luísa, que é brasileira, numa universidade católica. Ele já veio para cá e nós gostamos muito. Até hoje as crianças cantam as canções dele e nós o chamamos novamente para que ele venha fazer um reforço dessa parte”, comenta.
Meroslava explica que o Varéneke é o mesmo Pierogue dos poloneses. “Sempre costumo brincar que os poloneses comem o Pierogue e nós, o Varéneke, que para nós também é Perohê”, explica. De acordo com ela, é um prato muito conhecido e típico dos almoços de domingo.
“Principalmente no interior, onde as senhoras têm tempo, fazem os perohê com gosto, depois acompanha com sopa, ou caldo de frango, alguma coisa assim”, comenta.
A promoção é da Associação dos Amigos do Museu do Milênio, com apoio de todos os grupos da Paróquia São Josafat. Os ingressos devem ser adquiridos com antecedência, somente até a sexta (22), na secretaria da Paróquia ou no Museu do Milênio.
Fechando a semana, no domingo (24), em que se comemora a Independência da Ucrânia, haverá uma programação especial, com um ato cívico na praça Tará Schevtchenko, a partir das 9h da manhã, missa celebrada pelo bispo dom Meron Mazur. “Daí as crianças que vêm do interior e de outros municípios vizinhos – já temos presenças confirmadas de Rio Azul, Ivaí, Ponta Grossa e talvez alguém de Curitiba – vão se apresentar, cantar, dançar. E, depois, um show com o cantor [Tarás Kurchyk], para divertir as crianças e para elas sentirem o gosto da canção da Ucrânia e terem um relacionamento com as nossas raízes, que são muito ricas”, destaca Meroslava.