Criança estava internada no hospital Osvaldo Cruz, em Teixeira Soares, quando foi tomada dos braços da mãe e levada embora num carro, no início dos anos 1980
Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub
Uma história que começou há mais 30 anos e que não teve um desfecho, mas um ponto de interrogação: onde foi parar Izoir Monzar Moreira? A moradora da localidade do Assungui, em Fernandes Pinheiro, Odete das Graças Batista, participou do quadro “Hora do Povão”, dentro do Meio Dia em Notícias, em busca de informações a respeito do irmão que foi sequestrado nos anos 1980 e até hoje não localizado. Odete contou ao repórter Rodrigo Zub como o irmão desapareceu.
Izoir era uma criança de apenas um ano e oito meses e estava internado no Hospital Osvaldo Cruz, em Teixeira Soares. Na época, Odete tinha três anos. A mãe de ambos foi visitar a criança internada e estava dando mamadeira a Izoir em frente ao hospital. “Na época, podia tirar a criança fora do hospital para cuidar, durante a hora da visita”, detalha.
De acordo com a irmã do desaparecido, enquanto a mãe dava mamadeira a Izoir, um carro estacionou em frente ao hospital. “E desceu uma mulher, que foi correndo, abrindo espaço no corredor, chegou e, simplesmente sem dar uma palavra à minha mãe, tirou a criança do colo dela e correu para aquele carro e, a partir daquele momento, nunca mais o vimos”, conta Odete.
Ela comenta que, ao longo desses 30 anos sem ver o irmão, surgiram algumas pistas sobre o paradeiro de Izoir e que a família sempre correu atrás desses indícios. No entanto, até hoje não tiveram nenhuma informação concreta sobre o destino do desaparecido.
A criança não tinha documentos, como registro de nascimento, identificando-a por este nome. Apenas o batistério, que a irmã guardou na esperança de um dia encontrar Izoir. “É a única prova da existência dele, com nome de pai e mãe. O registro, na época, ele não tinha”, afirma.
Como a criança era muito nova na época do desaparecimento e não tinha nenhuma documentação oficial, existe a suspeita de que a família que o criou tenha registrado o irmão de Odete com outro nome, o que dificulta ainda mais as buscas pelo seu paradeiro.
Odete espera realizar a última vontade da mãe, que faleceu há cinco anos, e reencontrar o irmão desaparecido. “Esse era o maior sonho dela. Prometi que continuaria as buscas enquanto eu pudesse”, enfatiza.
Desde a época em que a criança sumiu, a família já morava na localidade de Assungui, em Fernandes Pinheiro. Odete casou e permanece ali. Já o pai dela, vive na localidade de São Lourenço. O pai se chama João Batista e a mãe se chamava Maria Aparecida Batista. Odete e Izoir têm mais um irmão, chamado Celso Batista, que mora atualmente em Irati, no Conjunto Joaquim Zarpelon.
Odete pede aos rapazes na faixa de 35 anos da região, que a procurem. De acordo com o que a mãe de Odete descrevia sobre a criança, uma vez que ela mesma estava na infância quando houve o desaparecimento do irmão, Izoir tinha as características físicas do pai: moreno, cabelo preto, olhos castanhos.
Informações
Quem tiver qualquer informação sobre a localização do irmão desaparecido de Odete pode ligar para o telefone (42) 9974-6016 ou (42) 9801-9783.