Manifestantes lotaram a Câmara durante sessão ordinária para pedir retorno de professora às atividades da Escolinha Furacão e do grupo de dança Muleka
Rodrigo Zub
Projetos aprovados
Durante a sessão de segunda-feira, 6, foram apreciados sete projetos pelos vereadores rio-azulenses. Em segunda votação foram aprovados três projetos. Um deles autoriza a abertura de Crédito Adicional Suplementar de até R$ 2,2 milhões. A matéria havia sido retirada da pauta por 15 dias, em virtude de um pedido de vistas do vereador Edson Paulo Klemba (PSD).
Durante a discussão do projeto, Klemba voltou a dizer que a justificativa da matéria estava incorreta e não foram apresentados os motivos para a abertura de Crédito Adicional. Mesmo assim, ele foi favorável ao projeto, conforme explicou.
“A justificativa veio novamente incorreta, não colocaram os motivos. Mas para não atrapalhar o desenvolvimento de Rio Azul e principalmente ao gabinete do prefeito sou favorável ao projeto”.
Os outros projetos aprovados em segunda votação tratam da reformulação e do fundo do Conselho Municipal de Turismo e Meio Ambiente.
Já em primeira discussão foi aprovado o projeto de lei do vereador Edson Paulo Klemba, que fixa área de estacionamento exclusivo para veículos de transporte escolar.
Em única discussão e redação final foram aprovados três projetos de resolução. Um dos projetos apresentado por Edson Paulo Klemba institui a “Tribuna Livre” na Câmara de Rio Azul. Outro projeto apresentado pela Mesa Diretora fixa o novo dia para realização das sessões ordinárias, que passam a serem realizadas as terças, às 19 h.
O último projeto de resolução aprovado trata do procedimento para recebimento, protocolo, controle de processos e expediente de qualquer origem, inclusive das matérias legislativas, sujeitas a deliberação do plenário, tais como: ofícios, projetos, requerimentos, indicações, pareceres, moções, emendas e substitutos, no âmbito da Câmara de Rio Azul e dá outras providências.
Conforme aprovado, a partir de agora, todos os recebimentos, distribuição e expedição dos documentos em matéria que trata essa resolução deverão ser feitos o registro e protocolo na secretaria executiva da Câmara, exceto os de competência do departamento de contabilidade.
“Vereadores devem promover a justiça e não a injustiça”. Com o sentimento de revolta, pais e alunos do grupo de dança Muleka e da Escolinha Furacão receberam os vereadores sob vaias e promoveram uma manifestação durante a realização da sessão da Câmara de Rio Azul de segunda-feira, 6. O principal questionamento dos manifestantes que lotaram as dependências do legislativo era a suspensão das atividades dos dois projetos, em função da saída da professora Sandra Romanhuk Nós.
Vários cartazes pedindo o retorno da professora foram exibidos pela comunidade presente na plateia. Logo no início da sessão, foi lido um ofício assinado por Jackeline F. Camargo, que representou o pedido dos pais, para que os projetos tenham continuidade.
“Pedimos com máxima urgência, a resolução, uma vez que ação movida pelos ilustríssimos vereadores resultou em prejuízos aos integrantes desse projeto.
Vimos aqui o resultado de uma ação precipitada e impensada sendo tomada por aqueles que deveriam prezar pelo bem estar de seus munícipes e o pior envolvendo aqueles que são o futuro de Rio Azul. Com isso, nós vimos na obrigação de não ficarmos calados e alheios a situação, uma vez que são os nossos filhos que estão tristes e revoltados por verem que os projetos podem acabar realmente. Somos solidários a professora Sandra. Uma profissional competente e dedicada, que iniciou há muitos anos, o projeto Muleka, a aeróbica e por ultimo está à frente do projeto Escolinha Furacão. Devemos ser gratos a ela aos cuidados e atenção com nossos filhos e por mostrar um trabalho diferenciado em favor da cultura do município”, dizia o ofício, que foi encaminhado juntamente com algumas cartas assinadas por pais de alunos envolvidos no projeto da Escolinha Furacão e do grupo de dança Muleka.
Durante a sessão da Câmara, quatro vereadores se manifestaram sobre o possível encerramento das atividades dos projetos coordenados pela professora Sandra.
Klemba justifica pedido
Edson Paulo Klemba (PSD) se justificou quanto ao requerimento apresentado em sessões anteriores da Câmara, onde solicitou que seja encaminhado um expediente à Promotoria, denunciando a prática de irregularidades pela administração pública ao manter em disfunção sem que tenham sido nomeadas para cargos de chefia ou direção as professoras Cleide Ferreira da Silva e Sandra Romanhuk Nós.
O documento apresentado por Klemba acabou gerando o descontentamento da população, sobretudo, porque o prefeito de Rio Azul manifestou que teria de encerrar as atividades dos dois projetos com o retorno da professora Sandra à sala de aula.
Em resposta, Klemba usou a Tribuna Livre para falar sobre o assunto. “A Câmara nunca moveu nenhuma ação contra a professora Sandra. A Câmara Municipal está em defesa de todos os vereadores, que ninguém aqui é contra projeto de Escolinha do Atlético/PR e projeto de dança Muleka. Fui contra a um ato administrativo do prefeito. Se o prefeito quer permanecer a escolinha do Atlético é um convênio da juventude do Marumbi e a escola do Atlético, em Curitiba. É só manter um funcionário, designar um funcionário através de uma portaria e ninguém pediu para sair. Ninguém é contra a professora Sandra aqui dentro dessa Casa. Todos estão aqui para fiscalizar, inclusive não foi só o nome da professora Sandra, mas há de mais pessoas, que foi nessa denúncia. É só o prefeito fazer uma portaria e designar essa professora para que ela se estabeleça nas atividades que ele queira”, afirmou Klemba.
O parlamentar ainda indagou que a possível responsabilidade quanto ao encerramento das atividades da Escolinha Furacão e do grupo Muleka não deveria ser atribuída aos vereadores. “Vereadores não são ordenadores de despesas, mas são fiscalizadores, aonde que esses professores, fora de sala de aula, podem comprometer o Fundeb de Rio Azul. É só todos analisarem e verem. Ninguém é contra, inclusive quase todos os vereadores aqui já patrocinaram ou todos já apoiaram a escolinha Muleka. É um projeto pessoal da professora Sandra, não é um projeto do município de Rio Azul. Basta baixar uma portaria e designar a professora as atividades que todo mundo quer”, finalizou.
Professora recebeu Moção de Aplausos de Boni
Jair Boni (DEM) enfatizou que conquistou a cadeira de vereador para atender os anseios da população rio-azulense. Neste sentido, ele destacou que foi o vereador que indicou o nome da professora Sandra, para receber uma Moção de Aplausos, durante as comemorações do aniversário de Rio Azul. O vereador também disse que foi cobrado para retirar a denúncia de irregularidade, ou seja, da possível disfunção do cargo da professoras, até mesmo de seus filhos.
“Fui vaiado, mas por um documento que eu não sou responsável por ele. Quem o fez que se responsabilize, como o Edson está se responsabilizando por ele e nós estamos aqui para trabalhar. Eu tenho grande admiração pelo trabalho da Sandra, o que me levou a dar Moção de Aplausos”, afirmou.
Boni ainda comentou sobre as brigas políticas ocorridas no município que estariam prejudicando a população. “Muitos querem que o município pare por quatro anos. Nós entramos e fazemos melhor. A população que está sofrendo com isso. Não posso prejudicar o andamento do município por quatro anos. Eu posso concorrer contra ele, mas fui designado quatro anos nessa câmara para trabalhar em prol da população”, indagou o vereador.
Jasinski pede fim de brigas políticas
Leandro Jasinski (SD) disse que não foi o vereador que assinou o documento pedindo a investigação sobre a prática de supostas irregularidades na nomeação das professoras. Ele também destacou que a situação está se transformando em uma briga pessoal entre o vereador Edson Klemba e o prefeito Silvio Paulo Girardi (PSC).
“Não quero estar aqui no meio de uma briga política, que começou com uma briga pessoal, que se transformou em briga política, que começou há dois anos após as eleições de 2012. Isso vem trazendo muitos prejuízos para nossa população. Uma briga que muitas pessoas vêm passando por cima de várias pessoas respingando em quantas famílias, prejudicando quantas crianças e pessoas. Isso tem que parar. Parar com essa birra e se preocupar mais em correr atrás de benefícios ao nosso município, que precisa muito”, solicitou Jasinski.
Mazur também comenta conflitos entre “situação” e “oposição”
O presidente da Câmara de Rio Azul, vereador Sérgio Mazur (PPS), justificou que seria impossível ser contra o projeto da Escolinha Furacão, já que seus dois filhos participam do projeto e ficam contando as horas e dias para participar de treinamentos e jogos.
Mazur também falou que é cobrado para tomar uma posição quanto às brigas políticas que tem ocorrido no município.
“É uma discussão política entre dois políticos. Isso coloco a todos. Não entro na discussão dessas duas pessoas. Eu fui eleito para representar a população de Rio Azul. Sempre nesta casa houve posição e oposição, mas a gente sabe e acho muito importante que tenha limite entre posição e oposição. Nós todos temos que trabalhar pelo município”, enfatizou.
Projetos terão continuidade
Na tarde de terça-feira, 7, o prefeito de Rio Azul fez uma reunião para tratar da continuidade da Escolinha Furacão e das atividades do grupo Muleka e da Aeróbica. Segundo Girardi, as atividades serão retomadas no dia 20 de outubro.