Amigos e parentes de Jocimar de Ramos Maieski, 28, foram recebidos pelos vereadores na Câmara de Irati
Paulo Henrique Sava
Familiares e amigos do mecânico Jocimar de Ramos Maieski, de 28 anos, que foi assassinado na semana passada em um estabelecimento comercial do centro de Irati, se reuniram em frente a Câmara Municipal de Vereadores na última segunda-feira, 24. Eles protestaram contra o aumento da violência na cidade e pediram a instalação de um posto do Instituto Médico-Legal em Irati.
Em entrevista a Najuá, Elizabete Thomaz, irmã da vítima, comenta que a família sofreu muito com a espera pela liberação do corpo no IML, o que, na opinião dela, já poderia estar ocorrendo em Irati com a instalação de um posto do órgão. “Poderia haver IML em Irati para o procedimento ser mais rápido e bem mais fácil”, opina.
Angelita, tia de Jocimar, comenta que, no momento da ocorrência, não havia policiamento na região, e que o Corpo de Bombeiros prestou atendimento rapidamente, mas a vítima acabou morrendo. Ela conta ainda que a família não teve acesso as imagens das câmeras de segurança do local.“Tivemos que apelar judicialmente para a gente conseguir provar a inocência desse nosso sobrinho”, conta Angelita.
Em conversa com os vereadores, Mário Lourenço comentou que a família e a comunidade estão solicitando uma revisão nos alvarás de funcionamento de bares e lanchonetes que funcionam após as 23 horas. Ele pede que seja feita uma fiscalização para que o horário de fechamento destes estabelecimentos seja respeitado, pois, segundo ele, os crimes estão ocorrendo após as 23 horas. “É bagunça, é briga, e tudo de ruim acontece depois deste horário”, ressaltou.
A viúva de Jocimar, Vanderléia Matias de Oliveira, comenta que a população necessita de um poder judiciário mais atuante na resolução de crimes que acontecem na cidade.
“Hoje foi o meu marido, e amanhã qualquer pessoa está correndo risco porque, se precisar de polícia, ela não está presente nas horas de dificuldade. No momento da ocorrência, nenhum policial estava presente. Hoje tem uma família destruída por falta de justiça, e é só isso que eu peço, justiça”, afirmou Vanderléia.
Trâmites para vinda do IML dependem de outros fatores
Os vereadores receberam os manifestantes para uma conversa na Câmara Municipal. O vereador Rafael Felipe Lucas (PSB) ressaltou que os parlamentares se solidarizam com o sentimento de dor da família.
“Nós ficamos bastante chateados porque algumas vezes nós tivemos que passar por isso, todos os moradores de irati passando por uma situação totalmente inesperada. Tivemos situações não só em Irati, mas em toda a região, ou seja, é a nossa sociedade que está regredindo”, afirmou.
De acordo com o vereador Vilson Menon (PMDB), os vereadores vêm fazendo pedido para a instalação do IML em Irati desde a gestão do prefeito Sérgio Stoklos. “Nesta gestão ainda a gente está batalhando com relação a isso, a Câmara fez um ofício ao Chefe da Casa Civil do Paraná, Cezar Silvestri, pedindo não só o IML mas também a vinda de uma subdivisão da Polícia Civil, que tem mais autonomia e traz toda a estrutura do IML consigo”, ressaltou.
Menon comenta ainda que estes trâmites não dependem somente da prefeitura ou da Câmara de Irati, mas sim do Estado e de toda a formação governamental.
“A gente vem trabalhando, e eu já passei por esta situação que vocês estão passando, e quero que vocês tenham consciência de que nós estamos tentando a vinda do IML”, pontuou.
De acordo com o vereador Amilton Komnktski (PPS), em 2015, será realizada uma audiência pública sobre segurança, com data a ser definida.
Após a conversa com os vereadores, os manifestantes realizaram uma passeata pelas ruas da cidade, e se dirigiram até o Morro da Santa, onde encerraram a manifestação com o lançamento de bexigas brancas simbolizando a paz.