Conselho Municipal de Saúde discute reforma da UBS do Pinho de Baixo

Suspeita de superfaturamento da obra teriam sido divulgadas na internet.Secretário de Saúde explica que tipo…

20 de dezembro de 2014 às 16h20m

Suspeita de superfaturamento da obra teriam sido divulgadas na internet.Secretário de Saúde explica que tipo de obra foi realizada e qual foi o valor gasto

Paulo Henrique Sava

O Conselho Municipal de Saúde se reuniu na última semana para discutir assuntos relacionados as novas obras que estão sendo feitas em Irati. Dentre elas, está a ampliação e reforma da Unidade Básica de Saúde da comunidade do Pinho de Baixo. 

De acordo com o secretário de saúde, Anderson Sprada, integrantes do Conselho teriam levantado uma suspeita de superfaturamento na obra. A informação, de acordo com Sprada, teria sido divulgada através das redes sociais. 

A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Luiza Passos, afirmou que nenhum integrante do Conselho falou em superfaturamento da obra. 

“Foi falado que era estranho o preço cobrado por metro quadrado, mas ninguém falou em superfaturamento, como foi registrado em ata”, ressaltou.

Diante desta preocupação, Sprada solicitou a presença do Secretário de Engenharia e Urbanismo, Sandro Luiz Podgurski, para dar explicações sobre os custos e como se configuram os valores para a licitação de uma obra como esta e qual o valor do imposto cobrado nestas construções.

“Vale lembrar que fazer uma obra pública não é a mesma coisa que fazer uma obra particular: são vários impostos que são pagos e nenhuma empresa trabalha sem BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) e sem lucro”, comentou Sprada.

O Secretário de Saúde disse ainda que a situação ficou bastante desconfortável. Sprada explicou que o aumento no valor da reforma se deu por conta da inclusão do BDI. “Não foi somente a ampliação em si, mas também a reforma do prédio já existente e toda a benfeitoria externa”, afirmou.

Planilha de custos

O Secretário de Engenharia e Urbanismo, Sandro Podgurski, afirmou que, para obras como esta, a Prefeitura de Irati adota uma planilha de custos chamada SENAP (Serviço Nacional de Pesquisa de Preços da Construção). “É uma planilha que vem com pesquisa regional de preços, e a planilha que nós usamos é a SENAP Paraná”, comentou.

Sandro explicou que a planilha de custos de qualquer obra, como a reforma da UBS do Pinho de Baixo, por exemplo, inclui a chamada BDI (Bonificações e Despesas Indiretas), calculada sobre o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), o custo das leis sociais vigentes no período de realização da obra e a distância entre a construção da obra e o centro de compras. 

De acordo com o secretário, o custo do BDI de Irati, invariavelmente, está em 22,48% do valor da obra. A empresa não pode dar nenhum tipo de desconto neste valor. Segundo Sandro, o valor de R$26.073,55 somente será pago ao empreiteiro quando ele apresentar a Certidão Negativa de Débitos do INSS e averbar a obra. 

“Isso funciona como um limite prudencial para que não aconteça de ser contratada uma empresa que trate de preços exorbitantes, em que nós não consigamos depois ter a prova de que ela consiga executar a obra”, afirmou.

Sandro afirmou que a população pode fazer o acompanhamento em tempo real do andamento das obras utilizando o SISMOB – Sistema de Monitoramento de Obras, procurando a Sala de Apoio a Gestão Estratégica. Lá também estão disponíveis as quantidades de cada material utilizadas na reforma.

Fiscalização das obras

Sobre a fiscalização das obras, que foi solicitada pelo Observatório Social, Sandro ressaltou que a pessoa que fará este trabalho deve ser obrigatoriamente servidora pública, e deve ser nomeada antes ainda do envio da documentação para o sistema. 

Todos estes fatores, juntos, formam o custo de uma determinada obra. Na obra do Pinho de Baixo, segundo Sandro, o que causou estranheza foi o tamanho da obra que foi colocado na planilha original, segundo a qual a construção mediria 114,85metros. 

“A obra não tem estas medidas, porque locação a gente só paga daquilo que vai ser ampliado. A locação é um gabarito de madeira, que depois atravessa as linhas, tanto que nós pagamos R$5,32 por metro quadrado.”

De acordo com o secretário, o valor citado não é para a obra toda, que é muito grande. “Existia lá um posto de saúde que foi ampliado em 114 metros quadrados e ampliado no resto”,comentou.  

Sandro ressalta também que, a pedido da comunidade, serão feitas melhorias no ponto de ônibus que fica em frente a unidade, e um acesso à escola da comunidade. Além disso, as casas de coleta de lixo foram retiradas da unidade, pois não havia condições de o caminhão nem o carrinho que faz a coleta entrarem no local. 

Porém, Sandro ressalta que, no caso de reformas, não há locação de obras, o que somente pode ser feito em caso de ampliação ou construções novas. Além disso, o secretário explicou que todos os preços pagos têm um código gerado automaticamente pelo SENAP. 

O Secretário explicou que foi feita a pintura da parte nova e da parte antiga da UBS. Além disso, o consultório de atendimento odontológico foi realocado para um local com piso novo, porta de vidro e ar condicionado.

“O dinheiro que foi gasto lá não foi somente nos 114 metros quadrados, foi muito mais”, comentou. 

Publicação de informações

Representantes do Observatório Social ofereceram os serviços do órgão para a publicação de valores relativos as obras na área da saúde. 

Descontente com os comentários publicados na internet, o prefeito Odilon Burgath comentou que as pessoas têm que tomar cuidado com a maneira como as informações são publicadas.

“Não é porque alguém cometeu alguma coisa que você tem que generalizar, desconfiar de todo mundo e falar coisas que não deve, e é isso que está acontecendo nas redes sociais”, afirmou.

Todas as informações e dados apresentados são diretamente fiscalizados pelo Conselho Municipal de Saúde. Maria Luiza afirmou que o comentário feito nas redes sociais com relação a um possível superfaturamento da obra não partiu de integrantes do CMS. 

“Quem levou esta informação, que faça a mea culpa ou não, e se avalie e que não se coloque palavras nas bocas das pessoas, pois a ‘briga’ que tem que acontecer é aqui nesta mesa e nesta sala”, afirmou.

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