As festas de fim de ano coincidem com férias ou mesmo com uma folga estendida para boa parte das pessoas. Com elas, surgem reuniões familiares ou de amigos, churrascos, queima de fogos, brincadeiras em piscinas, rios, balneários. 

Desde que tomados os devidos cuidados, a diversão é garantida sem maiores transtornos ou acidentes. Acompanhe as dicas do capitão Élcio José de Meira, comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, para aproveitar as férias com tranquilidade.

A primeira orientação de Meira para evitar incêndios nas residências é estar sempre atento não apenas à manipulação do fogo, como no caso do uso de velas, mas também em relação ao sistema elétrico das casas. 

{JIMG0}“Muitas pessoas viajam e a maioria delas não tem o cuidado de tirar os eletrodomésticos da tomada, para evitar curtos-circuitos. Ou até mesmo pelo fato de ser uma época bastante chuvosa, com temporais e descargas elétricas (raios), para que a pessoa não corra o risco de perder os eletrodomésticos ou de se gerar incêndio a partir de curto-circuito”, explica o bombeiro.

Outra recomendação do capitão é prestar atenção à fiação elétrica da residência e pedir para que um eletricista faça a verificação, em princípio, no forro, onde a fiação costuma ficar mais exposta à umidade, “em especial nas casas de madeira, pois nesses casos, um curto-circuito pode gerar um incêndio”, alerta.

Ao fazer churrascos, também é preciso estar atento ao término dele e lembrar de apagar o fogo. “Muitas vezes, daquela brasa que fica pode saltar alguma fagulha, que pode vir a incendiar um pedaço de madeira”, comenta. Meira orienta, ainda, para que depois de apagar o fogo utilizando água, que se faça uma verificação visual para certificar de que não resta nenhuma brasa na churrasqueira.

Outro perigo observado pelo capitão diz respeito ao fato de que diversas pessoas conservam seus botijões de gás dentro das casas. Podem ocorrer vazamentos enquanto elas se ausentam, o que gera riscos de explosões e de fogo. A recomendação é a de procurar manter o botijão fora da casa, em local ventilado, pois se houver vazamento, a própria corrente de ar faz com que o gás vazado se dissipe e seja absorvido pela atmosfera. 

“O problema de manter o botijão dentro de casa é que, num vazamento, esse gás pode se acumular dentro de um cômodo e o simples acionar de um interruptor pode gerar uma fagulha através do sistema elétrico, gerando risco de explosão ou incêndio”, adverte o capitão Meira. Vale também lembrar de sempre manter a válvula do gás fechada quando não estiver cozinhando.

Deixar o carro na garagem com o veículo ligado acumula monóxido de carbono no recinto. Inalar essa substância pode gerar desmaios e, em casos mais graves, pode ser até fatal, com morte por sufocamento.

O calor típico do verão é um convite para se refrescar, seja nas praias ou mesmo nos rios, cachoeiras e piscinas. Mas para garantir que a diversão seja segura, é necessário tomar algumas precauções. Meira orienta que se evite entrar na água após ingerir bebidas alcoólicas ou logo depois de uma refeição pesada. 

“A pessoa pode ter o que chamamos de congestão e, por conta desse problema, a pessoa pode vir a se afogar. O ideal é esperar ao menos duas horas, após ter feito a refeição, para entrar na água”, instrui o bombeiro.

Meira também afirma que ninguém deve superestimar sua capacidade de nadar, ou seja, ter consciência de que, por melhor nadador que você se considere, há sempre o risco de afogamento.

Em relação aos cuidados na água que envolvem as crianças, o capitão ressalta que o uso de boias e  de brinquedos infláveis não substitui a presença dos pais ou de um adulto. É sempre necessária essa supervisão de um adulto enquanto as crianças brincam na água, até mesmo porque o brinquedo inflável pode estar furado e o ar escapar, inclusive pelo fato de que esses brinquedos são frágeis.

Outro grande risco que o Corpo de Bombeiros recomenda evitar é o de praticar saltos de locais mais altos à beira de rios e cachoeiras. As quedas podem gerar traumatismo craniano, lesões na coluna e fraturas em braços e pernas, o que vai impedir que o banhista nade e incide em grande perigo de afogamento. 

Esses saltos devem ser evitados, sobretudo, em locais desconhecidos. Meira também alerta para a necessidade de se precaver quanto à correnteza dos rios ou quanto à maré, nas praias, e respeitar as orientações dos guarda-vidas no litoral.

O capitão do Corpo de Bombeiros recomenda que, no caso de um banhista se afogar, que somente uma pessoa com treinamento para resgate aquático deve procurar ajudá-la. Caso contrário, quem tenta salvar um afogado pode se tornar a segunda vítima. Evite o pânico e lance uma câmara de ar, estepe ou mesmo uma corda em direção à pessoa que está se afogando e tente trazê-la às margens do rio em segurança.

Meira instrui a evitar o choque térmico ao entrar na água. Antes de fazer isso, pode-se molhar a nuca, os punhos, para que o corpo possa se adequar à temperatura da água.

Em casos de emergência, avise imediatamente ao Corpo de Bombeiros pelo telefone 193. “Deslocaremos uma equipe para fazer esse resgate ou salvamento”, garante.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Irati comenta que não há como manter guarda-vidas nos pontos turísticos e balneários da região em função da redução no efetivo local, pois parte dele é transferido para o litoral nessa época para prestar apoio durante a Operação Verão. Não existe efetivo suficiente para supervisionar permanentemente todas as áreas da região utilizadas por banhistas, como rios, cachoeiras, tanques e balneários. No entanto, o Corpo de Bombeiros se mantém à disposição para emergências através do telefone 193.