Professores e alunos da rede estadual e da Unicentro fazem passeata em Irati

Protesto uniu estudantes e professores de diversas instituições. Comunidade manifestou apoio à greve Paulo Henrique…

23 de fevereiro de 2015 às 14h26m

Protesto uniu estudantes e professores de diversas instituições. Comunidade manifestou apoio à greve

Paulo Henrique Sava

Uma passeata reuniu professores e alunos da Unicentro e da Rede Estadual de Ensino nas ruas de Irati na manhã desta segunda-feira, 23. Aproximadamente duas mil pessoas, entre alunos  e professores, protestaram pelas ruas centrais do município. A concentração aconteceu na Praça Etelvina Andrade Gomes, em frente à Matriz Nossa Senhora da Luz. 

As principais questões que estão em pauta nesta greve são a autonomia universitária, a falta do repasse das verbas de custeio das universidades, o não-pagamento do terço de férias, das promoções do funcionalismo e das rescisões dos professores e funcionários contratados em regime PSS, além do plano de previdência dos funcionários públicos. 

Em entrevista a Najuá, o professor Edson Santos Silva, do Departamento de Letras da Unicentro, disse que ficou satisfeito por saber que a população de Irati apóia o movimentos dos professores da APP e da Unicentro.

“Não podemos permitir de modo algum que a Unicentro corra o risco de ser fechada pelos ‘desmandos’ do nosso governo Beto Richa e a população aqui unida com várias entidades dá prova de que a educação tem valor e vamos morrer lutando por ela”, destacou.

A professora Michele Fernandes falou sobre a situação atual da Unicentro e pediu o apoio da comunidade. 

“Na verdade,o governo não repassou os recursos para este ano de 2015, dificultando a manutenção da universidade. Então, na próxima quarta-feira, 25, vai haver uma grande mobilização em Curitiba e uma conversa entre o governador e os reitores, por isso pedimos o apoio de toda a sociedade”, comentou.

Fotos: Paulo Henrique Sava


Apoio da comunidade

A reportagem da Najuá conversou também com algumas pessoas da comunidade, que apoiaram a manifestação.

Para Dona Jucemara, ver os professores de seus filhos passando por uma situação como esta é vergonhoso. Ela, assim como outros pais, esperam que as reivindicações dos professores sejam atendidas para que os alunos possam voltar o mais breve possível para as salas de aula. “Sem professor, os nossos filhos não são nada. E agora, o que vai ser de nós?”,  questionou.

O iratiense Diego afirma que o povo deve ir para as ruas e buscar seus direitos. “A universidade não pode fechar. Nós temos que nos unir e procurar nossos direitos”, comentou.

O empresário William Borges destacou que irá colocar uma faixa em sua empresa como forma de apoio à greve dos professores. Ele afirmou que a situação das escolas públicas no Paraná deixa qualquer pai muito triste. 
“O que os professores fazem pela sociedade e isso não ser reconhecido, pela forma como vem acontecendo, é uma vergonha”, relatou.

A acadêmica e empresária Andréia Duda disse à reportagem da Najuá que jamais imaginou que um dia veria a Unicentro e os professores na situação em que estão. Ela também colocou uma faixa em sua empresa, como forma de apoio à mobilização.

“Eu, como acadêmica e empresária, gostaria de pedir que a sociedade de Irati se mobilize e participe porque a Unicentro representa uma economia muito grande para a nossa cidade. A população tem que abraçar a causa e se unir, agora é hora de o Paraná se unir, abraçar a causa e lutar todo mundo junto”, comentou.

Outros eventos já estão marcados

Depois de passarem pelas ruas centrais, os manifestantes se concentraram novamente na Praça Etelvina Andrade Gomes. Em Prudentópolis, uma recepção aos acadêmicos está marcada para esta terça-feira, dia 24, às 19 horas, no campus avançado da Unicentro.

Reunião com os reitores e o Governo do Estado

Segundo o Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, João Carlos Gomes, uma reunião com o governador Beto Richa está marcada para esta terça-feira, 24.  Em entrevista ao Jornal da Manhã, de Ponta Grossa, Gomes garantiu que as universidades não vão fechar por falta de recursos.


Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.