Em protesto, caminhoneiros fecham rodovias em Irati

Caminhoneiros reivindicam melhorias nos preços dos combustíveis e reajuste no valor dos fretes Paulo Henrique…

24 de fevereiro de 2015 às 14h54m

Caminhoneiros reivindicam melhorias nos preços dos combustíveis e reajuste no valor dos fretes

Paulo Henrique Sava

Caminhoneiros de Irati e região fecharam as BR’s 277 e 153, no trevo principal de acesso a Irati na tarde desta terça-feira, 24. Eles se uniram ao protesto nacional que já fechou trechos de rodovias em sete estados brasileiros.

Entre as principais reivindicações, estão a redução do preço dos combustíveis e do pedágio e o reajuste no valor do frete pago aos caminhoneiros.  A manifestação ocorre de forma pacífica. Carros, ônibus, vans, ambulâncias e motos têm passagem livre pelo local. 

A reportagem da Najuá conversou com Gregory Perucelli, coordenador do movimento em Irati. Ele reclama do preço do frete pago aos caminhoneiros. 

“Tudo sobe de preço, menos o frete, que continua na mesma situação. O transporte do Brasil está falido, e nós precisamos do apoio de todos para ver se nós conseguimos endireitar este país”, comentou.

{JIMG0}O caminhoneiro Mário Luis Konopka também conversou com a reportagem da Najuá. Ele relatou que trabalha há mais de 10 anos na estrada e que, apesar de tudo que o caminhoneiro faz, ele não é devidamente reconhecido.

“Você só não depende do caminhoneiro para o ar que respira, no mais para tudo que há dentro da sua casa você depende de um caminhoneiro”, comentou.

Mário comenta que, para sobreviver na situação atual, o caminhoneiro precisa dobrar a sua jornada de trabalho. “Aí você vai ter a fadiga do corpo, que não vai agüentar, é complicado”, ressaltou.

O caminhoneiro comenta que gasta uma média mensal de R$2 mil reais em combustíveis e pedágios, sem contar os gastos com manutenção do caminhão.

“O pedágio é caro, o combustível é caro, e se você parar em um posto para tomar banho, não tem estrutura. É só você sentindo na pele tudo isso aí para ver a dificuldade que o caminhoneiro atravessa”, comenta.

Em entrevista a Najuá, Valério, caminhoneiro que entregaria uma carga de vacinas em Guarapuava, disse que as autoridades precisam dar mais valor à classe. 

“Nós não existimos para eles, que têm que dar mais valor para a nossa categoria. Eles estão aumentando tudo e o motorista está ficando para trás. Já faz tempo que a gente vem pagando para trabalhar. Nós precisamos fazer isso e queremos o apoio de todos”, comentou.

A Polícia Rodoviária Federal esteve no local com o objetivo de orientar os motoristas quanto ao procedimento que os motoristas devem tomar para seguir viagem, principalmente no sentido Curitiba – Guarapuava, segundo o policial rodoviário Yuri.

“Eles devem fazer a alça por baixo do viaduto do trevo, mas já foi conversado com as lideranças do protesto para evitar confusão e atritos entre os manifestantes e os usuários da rodovia e o protesto está transcorrendo dentro da normalidade”, comentou.

Caminhoneiros passam a madrugada no trevo

Na manhã desta quarta-feira, 25, a reportagem da Najuá conversou novamente com o caminhoneiro Mário Luiz Konopka. Ele comentou que não houve registro de ocorrências no local do bloqueio durante a madrugada, o que mostra, de acordo com o caminhoneiro, que a manifestação é pacífica. 

“Inclusive quem passa pelo local está apoiando e achando de bom tamanho. A gente está satisfeito com o que está acontecendo”, ressaltou.

De acordo com o comando da greve em Irati, os caminhoneiros devem permanecer no trevo de acesso até as reivindicações dos motoristas sejam atendidas. Para quem precisar de alimentação e água, um caminhão está funcionando como ponto de apoio no trevo principal de Irati, debaixo do viaduto. Quem quiser, pode fazer doações de água e alimentos diretamente no local.


Fotos: Paulo Henrique Sava

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