Ninguém sabe ao certo de onde veio a égua atingida por um motociclista na Avenida Vicente Machado, em Irati, na manhã de terça-feira, 10
Da Redação, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Henrique Sava
Um acidente envolvendo uma motocicleta e uma égua que estava na Avenida Vicente Machado, em Irati, na manhã desta terça (10), intriga os moradores que testemunharam o ocorrido: ninguém sabe ao certo informar quem deixou o animal no local. Por volta das 7h, o motociclista Darci Pedroso pilotava uma moto Honda Bis 125 quando colidiu contra a égua. Ele sofreu ferimentos leves na região do tórax e foi socorrido pelo Siate, que o deslocou até a Santa Casa de Irati. Com o acidente, a égua sofreu uma fratura na pata anterior direita – uma fratura exposta no metacarpo. De acordo com o veterinário Angelo Beraldo, como a lesão é irreversível, o animal deverá ser abatido.
De acordo com uma moradora do Rio Bonito, que entrou em contato com a Rádio Najuá e preferiu não se identificar, a égua estava prenha e foi solta nas proximidades do local do acidente. A mulher também disse que o animal permaneceu amarrado a um poste nas proximidades do local onde ocorreu o acidente até por volta das 13h de hoje. Ela ainda alegou que a Guarda Municipal, a PM e até um veterinário da Prefeitura estiveram no local, mas que logo saíram sem informar o que havia ocorrido.
Uma vizinha da ouvinte teria dito a ela que quatro meninos levaram o animal embora, no início da tarde. Tão logo estas informações preliminares foram divulgadas no Meio Dia em Notícias, o veterinário Angelo Beraldo entrou em contato com a rádio e prestou esclarecimentos sobre o estado do animal e o atendimento que foi prestado.
O veterinário disse que foi contatado pela Guarda Municipal por volta das 10h para que fosse até o local do acidente. “Quem me pediu para ir até lá foi a Guarda Municipal, através da ONG Amigo Bicho. Quando cheguei lá, tinha um senhor dando água para o animal beber e ele disse que quem estava ali até o momento era a Guarda Municipal com o veterinário da Prefeitura e que não era para ninguém mexer no animal”, relatou.
Beraldo disse que após conversar com esse homem, entrou em contato novamente com a Guarda Municipal. “Por algum motivo, a Vigilância Sanitária ficou sabendo disso e eu deixei a cargo da Vigilância Sanitária do veterinário responsável pela Prefeitura Municipal de Irati. Como até agora ninguém foi fazer isso, estou à disposição, só preciso que ou o proprietário, ou a Guarda Municipal, ou alguém responsável por esse animal, entre em contato comigo, porque tem que assinar um documento autorizando o sacrifício do animal. Sem esse documento, não é possível efetuarmos qualquer tipo de ação sobre esse animal”, explicou o veterinário.
Ainda de acordo com Beraldo, acidentes como esse não são casos isolados. Ele relatou que recentemente houve um atropelamento na região de Engenheiro Gutierrez, num domingo à noite, em que o motorista de um Fusca perdeu o controle da direção ao tentar desviar de um cavalo e atingiu um menino, que morreu. O veterinário também foi acionado pela GM naquela ocasião e o animal tinha o mesmo tipo de lesão da égua envolvida no acidente de hoje, e que foi submetido à eutanásia.
“Infelizmente, ainda não existem recursos para que imobilizemos esses membros e cicatrize os ossos de animais de grande porte. Em pequenos animais, a tecnologia já torna isso possível, mas em grandes animais, até por causa do tamanho deles, dependendo do local da lesão, não há o que fazer”, explica o veterinário.
A eutanásia do animal só poderia, nesse caso, ser autorizada pelo dono ou pela Guarda Municipal. Se o acidente tivesse ocorrido numa BR, por exemplo, poderia também ser autorizado pela Polícia Rodoviária Federal. “Sem essa assinatura, sem esse documento, a pessoa que fizer a eutanásia responde a um processo criminal, inclusive, no CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária). Existe essa possibilidade, a medicina veterinária nos permite fazer isso, mas precisamos de um amparo legal”, complementa Beraldo.
Fotos da égua com a pata fraturada tiradas por ouvinte da Najuá.
