Família agradece pessoas que colaboraram com o tratamento do menino de Prudentópolis. Criança corria o risco de ficar cega se a cirurgia demorasse a ser feita
Edilson Kernicki, com reportagem de Élio Kohut
Depois de um ano e sete meses de tratamento, o menino Gabriel dos Passos, da cidade de Prudentópolis, que sofria de uma obstrução no canal lacrimal, está curado, conta a mãe, Nair dos Passos. A família organizou uma campanha para arrecadar fundos para a cirurgia do menino, que tinha apenas dois anos na época, em outubro de 2013.
“Fazíamos o acompanhamento a cada três meses, depois da cirurgia. Quando viu que já tinha melhorado, a próxima consulta foi apenas depois de um ano, agora em fevereiro e o médico falou que está estabelecido o problema dele. Na verdade, ele está bem melhor, graças a Deus, em vista do que estava”, conta a mãe.
Nair diz que sofria junto com o filho a angústia de vê-lo durante o tratamento, em que permaneceu ainda durante cinco meses com um pequeno tubo a fim de desobstruir o canal lacrimal. “Tinha que cuidar para que ele não tirasse, senão a cirurgia não seria válida. Tinha que sempre limpar o canalzinho e, quando ele começava a mexer, pegar um esparadrapo e grudar”, observa.
A mãe se contenta pelo fato de que agora o menino Gabriel, aos quatro anos, leva uma infância comum: não está mais nervoso, como na época do tratamento, e agora brinca normalmente e frequenta o pré-escolar, numa creche.
Em nome da família, Nair agradeceu a toda a comunidade que se empenhou a fim de contribuir para tornar possível a cirurgia do menino. “Era uma cirurgia de risco e tinha que ser feita o quanto antes, não dava para esperar, e por isso pedimos ajuda, pois não tínhamos condição de juntar o dinheiro necessário”, lembra a mãe.
O garoto disse que agora se sente melhor e não tem mais nenhum problema nos olhos, nariz, nem na garganta. “Graças a Deus, não precisa mais ir lá [ao médico]”, conta o menino, aliviado. “Obrigado a todas as pessoas que me ajudaram”, agradece.
A mãe notou que a criança tinha o problema aos oito meses. Gabriel passou por duas cirurgias, mas a primeira não reconstituiu o canal lacrimal e a cirurgia precisou ser refeita, o que ocorreu em 2013. Se a família fosse aguardar na fila do SUS pela cirurgia, a espera poderia ser de até dois anos, o que poderia custar a visão da criança, que corria o risco de ficar cega. Os olhos lacrimejavam com frequência, secavam e formava-se uma secreção que o impedia de enxergar.
Durante todo o período de recuperação da cirurgia e de tratamento, o menino dependeu do uso de colírios, que custavam caro para a família.
A obstrução do canal lacrimal, que acometia Gabriel, pode ser ocasionada por inflamação ou mesmo ser congênita, isto é, passar de mãe para filho. O lacrimejamento é constante e, na maior parte dos casos, ocorre apenas de um lado. Se a obstrução persiste, pode haver inflamação ou infecção, pois a lágrima fica “presa” no canal lacrimal, congestionando-o, deixa o canto inferior do olho, perto do nariz, vermelho, inchado e dolorido. Em alguns casos, como era o de Gabriel, a obstrução provocava uma secreção com pus no orifício que expele as lágrimas.
