A Secretaria de Estado da Saúde contratou recentemente uma Solução Tecnológica Integrada de Gestão Estadual de Regulação Assistencial, para fazer o controle dos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde [SUS]. 

O novo sistema tem a finalidade de regular agendamentos eletivos (consultas e cirurgias) e urgências e emergências hospitalares. Este sistema está sendo implantado através de módulos.

De acordo com o chefe da 4ª Regional de Saúde de Irati, João Almeida Junior, o objetivo da implantação deste sistema na região é de transformar os hospitais da região em referências do atendimento. 

{JIMG0}“Não só a Santa Casa, mas também os outros hospitais da região. Nós queremos que Rebouças, Rio Azul, Mallet ou Teixeira Soares tenha condições de atender. Nós precisamos transformar estes hospitais para que eles exerçam suas funções como tal”, comentou Almeida.

Outro objetivo do programa, segundo Almeida, é fazer com que o Pronto Atendimento Municipal atenda apenas casos de menor gravidade. 

“O município de Irati tem seu Pronto Atendimento Municipal, então ele vai ter que funcionar como tal. Hoje, ele nem no papel é um Pronto Atendimento, mas sim um posto de saúde que atende 24 horas, então ele vai ter que funcionar como um Pronto Socorro”, opinou.

Almeida comentou ainda que foram feitas várias reuniões para implantação dos novos módulos de atendimento nos hospitais da região. De acordo com o chefe da 4ª Regional, estes módulos possibilitarão um maior controle e uma leitura melhor do atendimento na rede hospitalar do Paraná.

Almeida comentou que o novo sistema possibilitará, por exemplo, saber sobre a existência de leitos de UTI em outras regiões do estado. Com a implantação do novo sistema, será possível também monitorar a existência de vagas para consultas em especialidades não disponíveis no Consórcio Intermunicipal de Saúde de Irati e as Autorizações de Internamento Hospitalar (AIH) poderão ser solicitadas pela auditoria médica em até 72 horas após a internação do paciente.

A Chefe da Seção de Regulação, Auditoria, Controle e Avaliação da 4ª Regional, Patrícia Padilha Sobutka, explica como será feito o atendimento.

Patrícia comenta que, depois do módulo de consultas, foi implantado o módulo APAC – Autorização de Procedimento de Alto Custo, que envolve as áreas de urologia, hemodiálise e cirurgia de catarata.“Agora, nós estamos passando para o módulo AIH, onde todos os pactos dos municípios na Santa Casa vão ser auditados”, destacou.

De acordo com Patrícia, as AIH’s poderão ser auditadas após 72 horas para liberar online a internação do paciente. 

“O paciente vai ser internado e receber o atendimento, mas o Dr. Ladislao [Obrzut Neto, diretor clínico da Santa Casa] vai ter um período de até 72 horas para liberar. Antes, a Santa Casa tinha um mês para fazer estas autorizações e o faturamento, passaria o arquivo para a Regional para poder faturar. Hoje, com o sistema online, o período é de 72 horas ou haverá o bloqueio desta AIH, aí ela vai ter que justificar o que houve que a liberação não foi realizada”, destacou.

De acordo com Patrícia, até 2012, o Estado não tinha um sistema que regulasse os procedimentos de alto custo, as consultas e as internações. Ela afirma que o sistema utilizado até então pertencia ao município de Curitiba, e o Estado não tinha nenhuma regulação sobre ele.  Desde então, já foram implantados cinco módulos em todo o sistema, e, de acordo com Patrícia, a Santa Casa será o primeiro hospital do estado a receber o módulo AIH.

“De todos os hospitais do Paraná, a Santa Casa, por ser referência, por ter AIH’s da obstetrícia, da cirurgia e da clínica, será o local onde será testado e ajustado o sistema, que depois será implantado nos demais hospitais do Paraná”, destacou.

{JIMG1}Urgências e emergências

Sobre os controles das urgências e emergências, Patrícia comenta que, quando há necessidade de se transferir um paciente, a referência direta da Santa Casa são os hospitais da regional de Ponta Grossa. Porém, se não houver vagas na cidade e nem a possibilidade de o paciente permanecer na Santa Casa, a Central Estadual abre as informações para outros hospitais do Paraná. 

“O paciente poderá ser transferido para Curitiba, assim como também para Londrina ou centros maiores, dependendo do tipo de especialidade e da vaga que ele precisa”, ressaltou Patrícia.

De acordo com patrícia, através do módulo de agendamentos eletivos, foram agendadas mais de 38 mil consultas em 2014 em especialidades ofertadas por hospitais em Ponta Grossa, Campo Largo e Curitiba e também por prestadores da região centro-sul. “São processos eletivos de agendamento descentralizado dos municípios”, comentou.

Patrícia explica que as vagas para cada especialidade são gerenciadas pela 4ª Regional. Elas são distribuídas de acordo com a população de cada município. Ela comenta ainda que o município deverá definir qual paciente terá prioridade no atendimento em cada especialidade após uma avaliação por critérios médicos, no caso de atendimentos eletivos, ou seja, em casos nos quais o paciente possa esperar.

{block}Confira a relação de Autorizações de Internação Hospitalar por município da 4ª Regional:
Fernandes Pinheiro: 28 
Guamiranga: 08 
Imbituva: 67 
Inácio Martins: 27 
Irati: 279 
Mallet: 06 
Rebouças: 09 
Rio Azul: 09 
Teixeira Soares: 
Prudentópolis: 02 
Ivaí: 02 
São João do Triunfo: 02 
Ponta Grossa: 1 
Palmeira: 1{/block}De acordo com Patrícia, foram pactuadas com os municípios 434 internações na Santa Casa de Irati (veja a tabela completa ao lado).

“A partir do momento em que o sistema estiver implantado, estas 434 internações serão autorizadas pela Regional”, comentou.

De acordo com Patrícia, para que o módulo funcione perfeitamente, é necessário fazer uma readequação no fluxo de encaminhamentos de internamento de pacientes na Santa Casa. “Nós fizemos o fluxo de encaminhamentos de pacientes para a Santa Casa de Irati através do Sistema Estadual de Regulação”, destacou.

Neste fluxo, estariam inclusos os municípios de Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares solicitarão vagas através do Sistema Estadual de Regulação, no módulo “leitos”. De acordo com Patrícia, todos os municípios que possuem hospitais, exceto Irati, fazem uso deste sistema há pelo menos um ano. 

Patrícia explica que no sistema deve constar todo o histórico clínico do paciente, incluindo laudos de exames físicos, laboratoriais e radiográficos. 

De acordo com Patrícia, as solicitações de internamento também poderão ser feitas pelas secretarias municipais de saúde, através de uma senha de acesso ao sistema. Apenas Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares farão as solicitações através de seus respectivos hospitais. 

As secretarias municipais de saúde de Fernandes Pinheiro e Guamiranga, por não terem hospital ou Pronto Socorro 24 horas, ficarão vinculadas como auto internamento na Santa Casa de Irati, conforme acordado em reunião realizada no dia 31 de março e terão o prazo de um ano para se adequarem ao sistema.

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O chefe da 4ª Regional destacou que todos os atendimentos de urgência e emergência realizados pelo Corpo de Bombeiros serão atendidos diretamente pela Santa Casa, sem a necessidade de encaminhamento pelo Pronto Atendimento. 

“As ambulâncias de vocês [bombeiros] que fizerem atendimento devem  ir direto para a Santa Casa, porque 90% dos atendimentos são graves e vai escapar um ou outro para o qual a Santa Casa não seria o local adequado”, explicou.

Almeida comentou ainda que, em alguns casos, os pacientes se dirigem com o próprio carro ou com algum familiar para o hospital. Nestes casos, será feita uma avaliação pela equipe médica de plantão e, se o caso for emergencial, será atendido na Santa Casa. Caso contrário, o paciente será encaminhado ao Pronto Atendimento. No entanto, a pessoa pode solicitar o atendimento na Santa Casa, mas o hospital poderá cobrar pela consulta. Esta discussão surgiu, segundo Almeida, por conta da preocupação do hospital com o que ele chama de “auto internação” do paciente.

“A Santa Casa é para atender urgências e emergências, ou seja, pacientes com risco de vida, que tem risco eminente de morrer. Por exemplo: paciente com dor no peito vai permanecer na Santa Casa, independente da situação, porque pode ser um infarto ou coisa similar. Para outras situações, tem o Pronto Atendimento Municipal”, pontua.

Almeida comenta ainda que um paciente que esteja no Pronto Atendimento e que tenha agravamento no seu estado de saúde poderá ser conduzido para a Santa Casa. “Por exemplo, se chegar um paciente no Pronto Atendimento com dor no peito e o braço amortecido, manda para a Santa Casa e depois vai para o sistema. Não precisa ficar esperando cadastrar no sistema, aí é urgência. Manda o paciente para a Santa Casa para ser atendido e depois vai mexer com a parte burocrática”, pondera.

De acordo com Almeida, o sistema completo deverá ser implantado na Santa Casa dentro de poucos dias.