Mãe temporária: a importância da professora de educação infantil

Enquanto as mães trabalham, é com ela que os pequenos ficam e têm as primeiras…

08 de maio de 2015 às 12h32m

Enquanto as mães trabalham, é com ela que os pequenos ficam e têm as primeiras lições sobre socialização

Da Redação, com reportagem de Élio Kohut

 

Houve um tempo não muito distante em que a professora de educação infantil era chamada de “tia” pelas crianças que frequentavam as então chamadas creches – atualmente centros de educação infantil. Muitas delas encaravam como um tratamento carinhoso por parte dos jovens. Outras não gostavam tanto assim.

Hoje, as creches deixaram um pouco de lado o perfil meramente assistencial e passaram a exercer também a função de ensino. O desafio é trazer aprendizado a seres tão pequeninos, talvez frágeis, mas, principalmente, curiosos e com muita disposição em aprender. E para lidar com essas crianças, é necessário muito jogo de cintura, mas também de uma dedicação maternal: olhar de perto para entender as necessidades e peculiaridades dos estágios de desenvolvimento de cada uma. É uma troca de mão dupla: enquanto a mãe confia a uma professora o cuidado de seu filho, esta cumpre, de certa forma, a função de uma “mãe” tomada de empréstimo.

Enquanto a criança se entrega a uma relação de plena confiança com sua mãe, num sentimento de estar realmente protegida por um escudo de amor e afeto, da mesma forma, as mães demandam a plena convicção de que estão deixando seus filhos a um ambiente completamente seguro e confiam cegamente – ou conscientemente – o cuidado da criança, por algumas horas do dia, a outra mãe, o que, sobremaneira, não rompe o laço afetivo que une mãe e filho.

Nossa reportagem conversou com Eliane Cristina Mazon, professora na creche Josefina Agibert, em Prudentópolis, onde atua há quatro anos. Ela traz o próprio filho à creche onde trabalha e considera importante a capacidade de confiar esse cuidado às outras professoras.

“É muito importante eu trazer o meu filho ao local onde eu trabalho; um lugar que eu já conheci. Sei que aqui são todas professoras formadas e experientes, que cuidam bem, assim como eu cuido bem do filho dos outros. Confio muito no trabalho delas”, opina.

{JIMG1}Sobre o primeiro contato das crianças com uma pessoa estranha, que não é a própria mãe, a professora aponta que cada uma possui uma reação diferente. “Procuramos dar carinho e uma atenção especial às crianças que vêm e demoram mais para se adaptar. Tentamos fazer o máximo possível para que elas se sintam num ambiente agradável, aconchegante, para que elas sintam vontade de vir para cá e gostem de ficar aqui, pois permanecem conosco em torno de 10 horas por dia, quase mais tempo até do que em casa, com a família”, observa.

Porém, chega a hora de se separar dos pequeninos com os quais se criou um vínculo tão forte, ao final do ano, quando se iniciam as férias, ou mesmo quando elas partem para outro estágio de seu desenvolvimento, ao irem para o ensino fundamental. “É difícil tanto para nós quanto para as crianças, pois nos apegamos. Passamos o ano juntos e a maior parte do dia elas ficam aqui, como se fosse nossa casa. Passamos mais tempo com o filho dos outros do que com os nossos próprios. Tentamos fazer um bom trabalho e tratar as crianças com carinho e atenção. No final do ano, quando eles vão embora, principalmente os maiores, que vão para a escola, sentimos um aperto no coração, porque é um convívio diário e intenso e acho que elas também se sentem um pouco assim, por sair daqui”, conclui Eliane.

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