Na decisão, Henrique Strassmann Laskoski, de 11 anos, venceu o campeão carioca, Douglas Adriano Oliveira, na categoria infantil 3 – peso leve
Edilson Kernicki, com reportagem de Tadeu Stefaniak
O iratiense Henrique Strassmann Laskoski, de 11 anos, conquistou no último fim de semana o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, na categoria infantil 3 – peso leve. A final foi disputada na cidade de Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. Na decisão, Henrique venceu o campeão carioca na modalidade e categoria, Douglas Adriano Oliveira, aluno de uma das maiores equipes de MMA do Brasil, Nova União.
O menino, treinado pelo professor Leandro Bugay, da academia Irati Combat, pratica a arte marcial há dois anos e traz no currículo nove vitórias, contra quatro derrotas, sendo que já acumula oito triunfos consecutivos. Leandro conta que o pai, o advogado Vinícius Laskoski, o auxilia nos treinamentos físicos dentro e fora da academia com polichinelos, flexões e abdominais.
Do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu participaram os “ranqueados” de cada estado – 1º, 2º e 3º lugares. Henrique, que é bicampeão paranaense (2013 e 2014), foi o único iratiense na competição. O Campeonato Paranaense é disputado em cinco etapas, distribuídas entre as cidades de Curitiba, Pinhais, Araucária e Guarapuava.
Henrique participou de duas lutas no Campeonato Brasileiro e disse que foram desafios difíceis. No entanto, ressalta que o treinamento o preparou bem. “Como já participei do Paranaense, já estou bem acostumado a lidar com o stress dos campeonatos”, comenta o atleta.
“Na soma total de pontos, o Henrique foi o campeão na categoria dele por dois anos seguidos; foi bicampeão paranaense e, nesse ano, foi participar do Brasileiro”, destaca o professor Leandro, que veio de São Mateus do Sul para Irati há três anos a fim de empreender a academia para as modalidades marciais que pratica: o Muay Thai e o Jiu-Jitsu.
{JIMG1}O centro de treinamento hoje funciona na Rua 19 de Dezembro, ao lado de um supermercado. Leandro explica que os próprios alunos pagam a mensalidade pelos treinos e que não há patrocinadores que incentivem a prática dessas modalidades na região. “Não temos patrocinador fixo, e seria muito importante, para podermos participar desses campeonatos, que são vários. São muitos os campeonatos dos quais os atletas iratienses têm participado, mas não temos um patrocinador oficial da nossa equipe”, reforça o treinador.
Leandro ressalta que há atletas de ambos os sexos e de várias faixas etárias procurando a academia para a prática de artes marciais, inclusive por recomendação médica, que indicam a modalidade para alívio do stress, por exemplo, ou mesmo para perda de peso e redução de medidas. “Por último, tem os que praticam porque têm o sonho de competir, de poder levar tanto o próprio nome como o da cidade em competições”, comenta.
Até os 16 anos, o aluno de jiu-jitsu participa de faixas diferentes das usadas pelos adultos, explica o professor Leandro. Ao entrar na academia, o aluno usa a faixa branca, depois passa para a cinza, amarela, laranja e verde. No caso dos adultos – a partir de 16 anos, se inicia com a faixa branca e passa para a azul, a roxa, marrom e, finalmente, a preta. “São cinco faixas apenas, mas tem que ter 10 anos [de prática], no mínimo, para chegar à preta”, conta Leandro.
De acordo com ele, a academia Irati Combat é pioneira na cidade e, para poder lecionar, ele precisou passar por exame de faixa, em função das responsabilidades que o treinamento de atletas em artes marciais envolve. Aos poucos, a academia se expandiu pela região – há treinos também em Teixeira Soares – e o nome da equipe acabou abreviado para Ira Fight, que já se tornou um nome conhecido no Paraná e, com a vitória de Henrique no Campeonato Brasileiro, passou a ter renome nacional.
O pai, o advogado Vinícius Laskoski, destacou a emoção de ver o filho ser campeão brasileiro de jiu-jitsu e o esforço desempenhado pelo menino nas lutas. Ele ressaltou o detalhe de que Henrique retirou um gesso de um dos dedos, que estava quebrado, para competir. O pai conta que o pequeno acidente quase tirou Henrique do campeonato, pois o treinador e ele ficaram na dúvida se ele participaria mesmo assim. “Em dois anos de treinamento, nunca aconteceu nada, mas quando estava perto do campeonato, por uma bobeirinha, acabou quebrando o dedo”, comenta Laskoski.