Santa Casa de Irati passa a ofertar sistema online para agendar internamentos

Novo sistema visa fazer com que o hospital priorize urgência e emergência, através do SUS….

19 de maio de 2015 às 12h27m

Novo sistema visa fazer com que o hospital priorize urgência e emergência, através do SUS. Por via particular, seguem os atendimentos eletivos, assim como para conveniados

Da Redação, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Henrique Sava

A Secretaria Estadual de Saúde (SESA-PR) contratou a Solução Tecnológica Integrada de Gestão Estadual de Regulação Assistencial para controlar os serviços ofertados pelo SUS. Esse sistema objetiva regular o agendamento de cirurgias e consultas eletivas e os atendimentos de urgência e de emergência. O sistema vem sendo aplicado através de módulos e entrou em vigor nesta segunda (11) na Santa Casa de Irati, o primeiro hospital paranaense a adotar esse sistema de solicitação online de internamentos.

O vice-provedor da Santa Casa, o doutor Ladislao Obrzut Neto, observa que o hospital sempre atendeu através de consultas eletivas e de consultas emergenciais, até 1988 diferenciadas em fichas verdes (eletivas) e amarelas (emergenciais). A partir de então, com a municipalização do atendimento em saúde, elas saíram de cena. Com o surgimento das Secretarias Municipais de Saúde, explica o médico, as consultas eletivas passaram a ser de responsabilidade dos municípios.

Entretanto, ao passo que as consultas eletivas deveriam ser de responsabilidade do município, conforme as circunstâncias, os pacientes continuaram a procurar a Santa Casa de Irati para esse tipo de atendimento. Já as emergências, acabam sendo encaminhadas pelas Secretarias Municipais de Saúde de Irati e região. “Os municípios que têm acesso ao Sistema MV, que o Estado contratou, fazem os encaminhamentos através da Central de Leitos. Ele vai fazer o diagnóstico do paciente, fazer todos os exames e chegou à conclusão de que precisa internar esse doente. Então, vai digitar isso no computador, e a Central de Leitos vai regular isso para a Santa Casa de Irati”, comenta Obrzut Neto. O médico plantonista vai averiguar e avaliar se a situação envolve alguma especialidade antes de recepcionar o paciente.

Assim, dentro da quantidade de vagas disponíveis no hospital, a Santa Casa passa a ter a responsabilidade pelo acolhimento do paciente. “Não pode ter 50 leitos e tentar resolver o que pode ser feito pelo 51º paciente; ele será encaminhado, pela Central de Leitos, a outro hospital”, informa o vice-provedor da Santa Casa.

Na região abrangida pela Santa Casa, os únicos municípios que ainda não aderiram ao Sistema MV são Irati, Fernandes Pinheiro e Guamiranga que, por enquanto, devem encaminhar pacientes via documento tipo referencial, depois de diagnosticarem os pacientes. Conforme o vice-provedor da Santa Casa, Irati não aderiu ao sistema porque dispõe do hospital no próprio município; já Fernandes Pinheiro e Guamiranga, por não possuírem atendimento 24 horas. De acordo com a direção da Santa Casa, foi proposto aos três municípios que possam se integrar ao sistema dentro de um ano.

“A Santa Casa deixa de fazer o atendimento eletivo para o SUS, mas para o paciente particular e conveniado, esse atendimento continua da mesma forma”, ressalta o vice-provedor. Os atendimentos eletivos através do SUS, portanto, ficam concentrados no Pronto Atendimento Municipal Ildefonso Zanetti, em Irati, e nas Secretarias de Saúde dos demais municípios do Centro-Sul.

O administrador da Santa Casa, Sidnei Barankievicz, comenta que, apesar da dificuldade inicial de adaptação com o novo sistema de atendimento, que entrou em vigor na segunda (11) e dos eventuais transtornos que podem ocorrer até que todos os pacientes sejam informados, a mudança pretende otimizar o atendimento no hospital, a fim de priorizar a emergência e a urgência. “Os pacientes que necessitam de consultas eletivas, que não são considerados emergência ou urgência, que por ventura vierem buscar serviços na Santa Casa, passarão por uma avaliação e serão informados que não se classificam como urgência e emergência e que, para ter o atendimento, deverão se deslocar até a Secretaria de Saúde”, ressalta.

O vice-provedor comenta que já foi realizado um acordo com o Corpo de Bombeiros, nos casos de acidentes, para decidir quais pacientes serão encaminhados à Santa Casa de Irati para prestação de socorro de urgência e emergência e quais devem ser levados ao Pronto Atendimento. “A única coisa é a comunicação que vai ter que existir entre o Pronto Atendimento, o posto Ildefonso Zanetti, para a Santa Casa, feita via documento escrito, por enquanto via fax, e depois a Secretaria passa a assumir”, detalha Obrzut Neto.

De acordo com ele, basicamente os PAs terão que dispor de condições de fazer o diagnóstico do paciente e fazer sua estabilização antes da remoção para a Santa Casa. “Já conversamos com todos os secretários para que as salas de estabilização de cada Secretaria estejam adequadas, para que possam fazer esse atendimento lá. Os diagnósticos que precisarem fazer, que tenham a condição de fazer hemograma parcial, raio-X, todas essas coisas que há necessidade de fazer”, complementa.

Obrzut Neto citou um exemplo ocorrido recentemente, de uma criança que seria encaminhada para a Santa Casa de Irati e que, como a Central indicava que todos os leitos estariam ocupados, ela foi poupada do deslocamento desnecessário para a Santa Casa e encaminhada diretamente a um hospital em Ponta Grossa, onde havia a vaga. “A Santa Casa só vai mudar a recepção ao paciente, mas não vai deixar de atender. Se houver a necessidade, vamos fazer a avaliação, passar medicamento, fazer os exames e se concluirmos que necessita internação, vamos internar naturalmente”, ressalta o médico. Segundo ele, o hospital passa a priorizar sua finalidade inicial: o atendimento de urgência e de emergência.

A administradora Francine Ferreira salienta que a Santa Casa de Irati foi o primeiro hospital paranaense a adotar esse novo sistema de internação. Ela observa que o sistema ainda está sendo testado para que sejam solucionadas as eventuais falhas, a fim de futuramente estendê-lo aos demais hospitais que possuem contratos com o governo do Estado do Paraná. “Lá dentro do hospital, ainda estamos nos adaptando a esta mudança, mas acreditamos que será muito bom a partir do momento em que funcionar plenamente, pois vai melhorar o fluxo e a qualidade no atendimento”, avalia.

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