Profissionais da saúde recebem treinamento para combater a dengue na região

Capacitação oferecida pela 4ª Regional de Saúde foi realizada na última quarta-feira, 27 Paulo Henrique…

03 de junho de 2015 às 11h48m

Capacitação oferecida pela 4ª Regional de Saúde foi realizada na última quarta-feira, 27

Paulo Henrique Sava
Com o objetivo de reduzir o número de  focos da dengue na região centro sul, a 4ª Regional de Saúde promoveu na última quarta-feira, 27, uma capacitação para profissionais da saúde dos municípios. 
Durante a palestra,  os secretários de saúde, médicos, enfermeiros e prefeitos dos municípios receberam orientações sobre como proceder com os focos da dengue existentes no município e quais os procedimentos a serem realizados em caso de constatação de pacientes com dengue nos municípios. 
O palestrante do dia foi o médico de referência em casos de dengue no Paraná, Enéas Cordeiro de Souza Filho. Ele conversou com a reportagem da Najuá e relatou que a tendência é de que aumente o número de casos graves da dengue nos municípios paranaenses. 
“Naqueles locais onde não houve dengue ainda e há uma população totalmente suscetível, o número de casos será maior, que é o que está acontecendo em São Paulo. No estado do Paraná, que já sofreu bastante com a dengue, o número total de casos pode ser até um pouco menor que nos demais, mas, como nós estamos com um novo sorotipo circulando (os sorotipos 1 e 4), podemos ter um grande número de casos graves”, destacou.
O médico comenta que o principal objetivo do evento foi capacitar os profissionais, médicos e enfermeiros, para a identificação dos casos mais graves de dengue. “Se for identificado precocemente que o paciente está indo para a forma grave, a condução é correta e evita que o paciente acabe entrando em óbito. Infelizmente, alguns pacientes evoluem para a forma grave da doença por uma questão imunológica, isso vai acontecer, é uma resposta errada do nosso mecanismo imunológico, mas o que não precisa acontecer é o óbito. Se a equipe de assistência estiver bem treinada, evita-se que este paciente venha a óbito”, ressaltou.
Ainda de acordo com Enéas, os treinamentos para combate a dengue normalmente são realizados na metade do ano. No entanto, ele relatou que a capacitação foi realizada em Irati de forma emergencial. 
“Nós viemos aqui para Irati porque foi identificada a presença do mosquito na região. É um alerta de que a assistência tem que se organizar, porque infelizmente, lá para o final do ano, podem começar a aparecer casos de dengue na região por já ter o mosquito na área”, comentou.
Enéas comentou ainda que os pacientes não têm como distinguir a dengue de outras doenças apenas pelos sintomas. “Muitos doentes  terão febre, dor de cabeça, dor no corpo, mas isso é comum a várias doenças. Se começou a ter febre, é sinal de que tem alguma coisa errada com o seu organismo, algum ‘bichinho’ entrou, então que a pessoa procure a rede assistencial, o seu médico, a Unidade Básica de Saúde. Compete ao médico distinguir a dengue de outras doenças”, destacou.
O médico recomendou ainda que a população não tome remédios por conta própria, como analgésicos, para a dor de cabeça, por exemplo. “Não é pelo fato de estar com dor de cabeça, febre e dor no corpo que o cidadão deve tomar medicamentos por conta própria. Procure o serviço de saúde porque lá vai ser identificado se o paciente tem dengue ou outra doença, e será dada uma medicação específica para aquele quadro. O médico é quem vai orientar qual a medicação correta para o caso”, afirmou.
Enéas comentou ainda que o Paraná já teve o registro de dois casos de febre Chikungunya, sendo ambos importados, ou seja, as pessoas viajaram para as áreas de transmissão e voltaram para o estado com a doença. 
“O que chama a atenção é que é o mesmo mosquito (Aedes Aegypti) o transmissor. Caso estas pessoas circulem e contaminem o mosquito, a gente pode começar a ter surto da doença nesta região. Até o momento,os casos que nós tivemos são importados, mas nem por isso devemos banalizar a doença. Deve ser feito o seu diagnóstico e o bloqueio no tempo oportuno”, comentou.
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Durante a capacitação, a reportagem da Najuá conversou também com a Presidente da AMCESPAR  e prefeita de Guamiranga, Telma Fenker (PSDB). Ela comentou que o treinamento serviu para especializar os profissionais da saúde  no combate a dengue. 
“Nós esperamos que a dengue não chegue até nós, mas ela já está no nosso estado, não é mais um caso típico de Rio de Janeiro, do Nordeste e do Norte do Brasil. Já temos uma epidemia de dengue em Foz do Iguaçu e em outros municípios do Paraná, mas não queremos que ela chegue até a nossa região”, comentou.
Telma afirmou que os agentes da dengue estão trabalhando em toda a região, orientando a população para fazer a limpeza de caixas d´água, potes de animais e outros recipientes que acumulem água, para evitar que ovos do mosquito Aedes Aegypti se multipliquem e que o inseto se prolifere na região. 
“Nós temos que fazer um trabalho de limpeza nas nossas casas, nos nossos quintais e em todas as nossas cidades da região, para que, quando chegar o verão, não termos uma epidemia de dengue”, comentou.
Telma comentou ainda que os agentes da dengue encontraram vários focos do mosquito Aedes Aegypti em todos os municípios da região centro-sul.
“É fundamental o trabalho dos agentes da dengue, que encontraram estes focos, e através disto, nós estamos fazendo todo este trabalho com a 4ª Regional de Saúde de Irati e todos os municípios, com seus médicos e enfermeiros. Estamos fazendo este trabalho para que não tenhamos uma epidemia de dengue aqui na região, o que seria muito preocupante. Todos nós temos que fazer a nossa parte, a começar pela população, que deve limpar, tirar os vasos e todos os objetos que possam acumular água, porque ali fica o foco, e é onde serão originados os casos de dengue”, concluiu Telma.
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