Representante do Preserva Irati fala sobre aquisição de área na Mata do Gomes

Segundo Leandro Ditzel, apesar de ser essencial, área a ser adquirida pela Prefeitura ainda não…

19 de junho de 2015 às 11h39m

Segundo Leandro Ditzel, apesar de ser essencial, área a ser adquirida pela Prefeitura ainda não tem o tamanho ideal

Paulo Henrique Sava
{block} Aquisição de área foi definida em reunião

Na última sexta-feira, 12, a Prefeitura de Irati anunciou a aquisição de uma área próxima ao Arroio dos Pereira, conhecida como Mata do Gomes, em uma reunião entre representantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente, da empresa Aurora Centennial S.A., do movimento Preserva Irati e do Executivo municipal. No local, a empresa vinha desenvolvendo um projeto de loteamento.

De acordo com o prefeito municipal, Odilon Burgath (PT), a área a ser adquirida mede aproximadamente 70 mil metros quadrados e seus contornos deverão ser determinados por técnicos do Conselho de Meio Ambiente. O prefeito destacou ainda que a negociação com a empresa foi tranquila e que o pagamento será parcelado a longo prazo.

{/block} Depois que a prefeitura de Irati anunciou que irá adquirir uma área de 70 mil metros quadrados próxima ao Arroio dos Pereira, a reportagem da Najuá conversou com o representante do Movimento Preserva Irati, Leandro Ditzel, sobre a possibilidade de criação de um parque ambiental no local.

Leandro revelou que não houve consenso sobre a metragem que será adquirida pela prefeitura. “Não houve um consenso total com relação à metragem desta área, ou seja, ela não foi uma unanimidade entre os conselheiros, alguns não concordaram com os 70 mil metros quadrados de preservação, mas a maioria achou que esta metragem não seria o ideal, o que Irati queria e que a população precisa como parque, mas chegou-se, na reunião, a este valor de 70 mil metros quadrados”, comentou.

A área de 70 mil metros quadrados que será utilizada para construção do parque ambiental inclui um local que já deveria ser preservado pela empresa Aurora Centennial, que planejava construir um loteamento no local.

De acordo com Leandro, a partir de agora, representantes do Executivo municipal, do Conselho Municipal de Meio Ambiente, do Movimento Preserva Irati e da empresa Aurora Centennial S.A., irão discutir o projeto de criação do parque ambiental, para que ele possa atender aos anseios da empresa que pretende construir um loteamento e da sociedade que busca a preservação da área. “Os técnicos vão analisar de que forma isso ficaria melhor. Claro que almejávamos mais do que 70 mil metros quadrados, mas busca-se o equilíbrio, o mais próximo do ideal, para que ninguém saia perdendo, mas que, principalmente, o meio ambiente não saia perdendo”.

{JIMG3}Envolvimento da comunidade

Leandro enfatiza que o assunto demandava uma ampla discussão em função da necessidade do município manter uma área verde preservada. Por esse motivo, foi realizada uma Audiência Pública, no dia 21 de julho de 2014 nas dependências do Colégio Estadual Nossa Senhora das Graças e comandada pelo Movimento Preserva Irati e pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA). “A sociedade foi chamada e mobilizada para discutir sobre a importância que o parque terá para Irati, não somente pelas questões de prevenção das enchentes, mas também para criação de um parque como um remanescente de floresta de araucária e de uma mata nativa em Irati, como várias cidades grandes e que se desenvolvem muito bem têm em suas áreas”, destacou.

Segundo Leandro, a negociação para aquisição da área na Mata do Gomes estava sendo feita há muito tempo. “A sociedade se mobilizou por várias vezes, foram feitos vários abaixo-assinados, nos quais chegamos a mais de 3 mil assinaturas, tivemos mobilizações na Munhoz da Rocha, caminhadas, fizemos o abraço ao parque, uma mobilização em frente à Prefeitura, no intuito de mobilizar o poder público para a aquisição da área e transformação em um parque ambiental”, comentou.

Importância da preservação da mata em Irati
O Integrante do Movimento Preserva Irati falou sobre a importância da manutenção e preservação de áreas de mata nativa no município. “Nós temos que ter remanescentes de mata nas cidades. A mata tem uma série de questões, não somente para pesquisas, ecoturismo, da visitação, do remanescente das nascentes, da preservação do rio, do arroio, da biodiversidade, tanto da sua vegetação quanto da fauna, pois temos vários animais que dependem daquela área. Esta preservação vem de encontro ao que o mundo hoje pede, que é um meio ambiente sustentável. A gente quer sustentabilidade não somente na área rural, mas também na cidade”, ressaltou.

Semana do Meio Ambiente

Leandro ressaltou que, apesar da coincidência de datas, a reunião não teve qualquer relação com a Semana do Meio Ambiente, que terminou no sábado, 13. “Todo ano a gente comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, muitas vezes com tristeza, vendo o ambiente sendo degradado, poluído, com as pessoas jogando lixo no chão, poluindo os mares. Nem todo ano o meio ambiente tem algo a comemorar, mas é uma data para a gente relembrar e refletir sobre o que nós, seres humanos, temos feito a este ambiente tão degradado”, observou.

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