Município integrante da 4ª Regional de Saúde, participou de capacitação para profissionais de saúde há menos de um mês, em Irati, a fim de reduzir o número de focos
Edilson Kernicki, com informações da Rádio Studio W/Mallet
Capacitação
No final de maio, profissionais de saúde de toda a 4ª Regional foram capacitados a fim de identificar mais rapidamente potenciais casos de dengue, em especial os mais graves. Conforme o médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, referência em casos de dengue no estado, há o risco de que o Paraná registre maior número de casos graves esse ano, ainda que o número de casos gerais possa ser reduzido, pois circula um novo sorotipo da doença: os sorotipos 1 e 4. Para ele, a capacitação dos profissionais é importante a fim de que ele saiba identificar rapidamente os casos mais graves, o que pode evitar óbitos.
A preocupação em Irati com a doença aumentou depois que, no final de maio, foram registrados 42 focos de mosquito e dois casos importados da doença: ou seja, de pacientes que contraíram dengue em outras cidades.
Com o registro do primeiro foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em Mallet, cresce a preocupação da Vigilância Sanitária com potenciais casos da doença. De acordo com o chefe da Vigilância Sanitária de Mallet, Wilson Surmacz, as larvas foram encontradas na segunda semana de junho e, após análise nos laboratórios da 4ª Regional de Saúde, se confirmou que se tratava de um foco do mosquito transmissor.
Depois da confirmação, foi intensificado o trabalho de bloqueio para eliminar o vetor de transmissão da dengue. Conforme a Vigilância Sanitária, as larvas foram encontradas num local propício ao desenvolvimento e proliferação do mosquito e, por isso, o lugar será monitorado quinzenalmente, num raio de 300 metros. Nove pontos estratégicos do município recebem visita dos agentes de endemia a cada 15 dias.
Agentes da Vigilância Sanitária removeram os criadouros e aplicaram tratamento próprio a fim de eliminar os focos do Aedes aegypti, onde fosse necessário. Cumpre ressaltar o alerta para que se mantenham limpos os quintais e evitar deixar expostos nos terrenos materiais que possam acumular água parada, tais como potes, pneus, garrafas, tampinhas, latas, entre outros.
Segundo Surmacz, manter a limpeza dos quintais e evitar o acúmulo de água parada em recipientes são os meios de evitar a proliferação do mosquito. O município recomenda que esse material seja reunido para que o setor de limpeza urbana recolha. A Vigilância Sanitária também recomenda que as pessoas evitem despejar lixo em beiras de estradas, terrenos baldios ou em via pública, pois esses locais estão sujeito ao acúmulo de água da chuva. O município também pede a colaboração dos moradores para que permitam a entrada dos agentes de endemia nas casas, a fim de verificar a possível existência de focos.
A preocupação da Vigilância Sanitária de Mallet é que, diferente do que muitos acreditam, o mosquito da dengue é capaz de resistir ao frio e se reproduzir no inverno. Assim, teme que no próximo verão possa haver uma propagação da doença. No entanto, vale ressaltar que a mera presença do mosquito não indica a existência da dengue: o mosquito não nasce com o vírus; para transmitir, ele precisa picar um humano doente e, depois, outro saudável, infectando-o com o vírus.
Mutirão em Irati
Cerca de 10 toneladas de lixo foram recolhidas no sábado (20), num mutirão organizado pela Prefeitura de Irati. Aproximadamente 130 voluntários participaram da ação, que contou com auxílio de carros e caminhões do município. A ação partiu da Rua da Cidadania Frei Jaime e percorreu os bairros de Irati a fim de recolher materiais que pudessem se tornar recipientes de água parada e potenciais criadouros de mosquito Aedes aegypti. A secretária de Saúde de Irati, Emanuelly Pinheiro, salienta que é importante conscientizar a todos para que se tomem todas as medidas preventivas no inverno a fim de minimizar a proliferação do mosquito durante o verão, quando o clima é mais propício.
