Menino de 2 anos de Guamiranga encontra doador de medula

Compatibilidade dos pais não chegou a 100% e, por isso, eles procuravam um doador Edilson…

30 de julho de 2015 às 12h36m

Compatibilidade dos pais não chegou a 100% e, por isso, eles procuravam um doador

Edilson Kernicki, com reportagem de Élio Kohut

Como se tornar um doador de medula óssea?

O cadastro no banco de dados de doador de medula óssea pode ser feito em qualquer Unidade de Coleta e Transfusão do Hemepar, Hemonúcleo ou Hemocentro. Para o portador de uma doença do sangue, como a leucemia e a aplasia, as chances de encontrar um doador compatível são de uma em cem mil.

Para doar, basta:

– ter entre 18 e 55 anos;

– estar em boas condições de saúde;

– doar 5ml de sangue para a realização da tipagem genética;

– assinar um termo de consentimento para que sua tipagem seja cadastrada no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

Quando a compatibilidade for confirmada, você será convidado a fazer a doação da medula.

Menos de 10% da medula óssea é retirada do interior dos ossos da bacia, através de punções, sob anestesia. Em apenas 15 dias, a medula do doador estará recomposta. Para o paciente receptor, em poucas semanas o volume da medula óssea doada se multiplica e se reconstitui.

Algumas unidades na região

UCT Irati – Coronel Grácia, 761 – (42) 3422-3119
Hemonúcleo Ponta Grossa – General Osório, esquina com Coronel Dulcídio (atrás do Pronto Socorro Municipal) – (42) 3223-1616
Hemocentro Regional Guarapuava – Afonso Botelho, 134 – (42) 3622-2819
UCT União da Vitória – Castro Alves, 26 – (42) 3522-1365 

O pequeno Hugo Henrique Paduki, de dois anos e oito meses, foi diagnosticado a cerca de três meses com aplasia medular. Depois de realizar uma campanha, a família anunciou na manhã desta terça (28), que encontrou um doador de medula 100% compatível.

Neste momento, a família vive a expectativa de que o doador seja contatado pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e que esse voluntário consinta com a doação. Numa publicação no grupo do Facebook criado para mobilizar a campanha em busca de doadores de medula, com a hashtag #EuQueroAjudarAoHugoEAosDemais, a prima do menino, Ana Carolina Paduki, pede orações para ele e para outras crianças que dependem do transplante. A família usa o grupo, também, para estimular outras pessoas a se tornarem doadoras de sangue e de medula.

A aplasia é um termo utilizado na medicina para descrever quando há falha no desenvolvimento de algum órgão ou tecido e a aplasia medular é uma das manifestações mais graves. O paciente, nesses casos, não produz células sanguíneas suficientes e, por isso, depende de tratamento com transfusões para controlar a anemia grave e o baixo número de plaquetas.

A baixa na produção de plaquetas de Hugo preocupa a família, que mora em Guamiranga e busca um doador 100% compatível. Os pais já fizeram teste de compatibilidade para fazer a doação e não atingiram os 100% de compatibilidade. “O hospital procura alguém que seja entre 90% e 100% compatível”, conta o pai, Cirineu Francisco Paduki.

De acordo com Cirineu, pela pouca idade, Hugo brinca e demonstra a alegria de qualquer outra criança, pois não entende direito o que está acontecendo, apesar de o tratamento ser bastante doloroso. “Pelo fato de ser uma doença no sangue, ele precisa fazer muitas coletas para exames, além de pegar o acesso para receber o soro”, comenta.

O número de transfusões varia conforme a evolução da doença. No estágio atual, o menino tem recebido transfusão de sangue uma vez ao mês e as transfusões de plaquetas ocorrem semanalmente. A criança vem sendo tratada no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Inicialmente, o deslocamento era feito em carro próprio da família e agora o transporte é providenciado pela Prefeitura Municipal de Guamiranga. Hugo passou a semana passada internado no Pequeno Príncipe, com febre. Segundo o pai, os médicos ainda estavam averiguando qual se esse sintoma teria relação com a doença.

“Procuramos um doador para ele, mas na verdade essa campanha que fazemos é para o banco de dados de doador do Hemepar. Não tem como fazer uma doação diretamente para ele, mas fica no banco de dados. Pode ser que seja compatível com ele e, se não for, pode ajudar qualquer outra criança que esteja na mesma situação”, observa Cirineu.

O que é a aplasia medular?

A aplasia medular óssea é uma doença que faz com que o paciente não produza células sanguíneas em número suficiente, por isso depende de transfusões para controlar a anemia grave e o baixo número de plaquetas. No caso de Hugo, o último exame atestou a presença de apenas 1000 plaquetas/mm³. O normal é ter entre 150.000 a 400.000 plaquetas/mm³.

A aplasia medular destrói as células-tronco hematopoiéticas (que originam os glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas), tornando a medula “vazia”, ou seja, sem células-tronco, o que ocasiona: infecções, pela deficiência de glóbulos brancos; anemia, pela falta de glóbulos vermelhos e sangramentos, pela escassez ou ausência de plaquetas.

É uma doença rara e grave, que pode acometer a qualquer indivíduo. Geralmente, a origem é autoimune, isto é, o próprio organismo inicia a produção de anticorpos contra as células-tronco, que acabam matando-as.

Como sintomas, a aplasia medular pode apresentar sangramentos das mucosas, microssangramentos na forma de hematomas na pele, e diminuição de um ou mais tipos de célula sanguínea. Esses sintomas podem aparecer subitamente ou se manifestar de modo mais lento. Outros sintomas que a aplasia pode desencadear são: quadros de anemia, fadiga, falta de ar, taquicardia, palidez, infecções frequentes, tonturas e dores de cabeça.

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